What To Do?

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   P. O. V. Frank

   Duas semanas se passaram e Gerard ainda não voltou, estou bem furioso com ele. Daqui mais umas duas semanas ele pode dar a luz e agora está passeando por aí com as minhas filhas?

   Ligo pela quarta vez e espero muito que ele atenda, chamando e chamado, até que ele finalmente me atende:

    — Gerard, por quê demorou pra me atender? — Pergunto andando de um lado para o outro.

     — O celular estava longe do sofá. — Ele diz soando sério e ri em seguida. — Eu tava tomando banho.

     — Quando vai voltar? Você tá quase perto de ganhar, Gee. — Digo me sentindo um tanto nervoso, enquanto abro a janela do meu quarto.

      — Vamos nos encontrar naquele restaurante do shopping, aí eu volto com você pra casa. — Ele responde finalmente e sorrio não acreditando.

      — É sério? Hoje? — Faço uma pose de vitória.

      — Sim, umas... Cinco da tarde?

      — Okay, nos vemos lá. E...

       — Tchau, Frank. — Gerard desliga me deixando falando sozinho.

   Finalmente vou poder ver ele, Gerard está bem e as meninas também. O dia está chegando e eu tô cada vez mais em pânico, seria bom uma piscina de chá de camomila. Quando as meninas nascerem, eu não sei o que vai acontecer, Gerard disse que vai embora, então eu realmente tenho motivos pra me apavorar.

    Chego alguns minutos antes do combinado e observo em volta, me distraio com uma garotinha brincando com a comida na mesa ao lado. Seus pais a repreendem e ela sorri parando.

    — Droga de trânsito, sempre me atraso.
— Gerard se senta na minha frente e estaciona a mala ao seu lado. — Oi, já pediu? Tô morrendo de fome.

     — Eu estava te esperando. — Digo e sinalizo para o garçom. — Você parece...

     — Mais gordo, eu sei. — Ele diz esperando o garçom chegar. — Oi, você poderia me trazer costelas bem assadas, umas duas porções de batata frita, aqueles frangos empanados legais daqui e... — Ele me olha notando a minha preocupação. — Quer dizer, só salada, por enquanto. — Ele termina.

     — E o senhor? — O homem me pergunta.

     — Só... Nos traga suco.

      — De laranja. — Gerard indica e o homem anota e sai. — Faz duas horas que eu não como nada, quase desmaiei no caminho e você não deixa eu comer.

      — Por isso não é bom estar sozinho nessas últimas semanas, você está se preparando?

       — Mais ou menos, mas não posso fugir disso mesmo. — Ele diz entediado. — Já preparou os mil dólares e o apartamento? — Ele pergunta e suspiro cruzando os braços. — O que foi? Esse é o trato.

       — Já tenho o dinheiro, mas a gente discute isso depois. — Digo e ele dá de ombros. — Tem sentindo alguma coisa? Dor? Enjôo?

      — Não fico mais tão enjoado e nem vômito, mas faço muito côco.

      — Por que será? — Pergunto sarcástico e ele ri. — Mas nada que talvez possa machucar você ou as bebês, né?

       — Não, Frank. — Ele diz. — Será que a comida vai demorar?

    Pergunto sobre o que ele comeu e fez nesse tempo longe enquanto ele comia, pelo o que Gerard disse, ele não fez nada perigoso. Posso ficar tranquilo quanto ao final da gravidez.

      Logo que Gerard termina, me obriga a levar ele pra assistir um filme de malucos no cinema, mas antes nós passamos em uma maquina de sorvete. Enquanto espero na fila, meus olhos encontram os de outro ômega e ele sorri pra mim, passando ao meu lado e piscando provocativo. Sorrio o vendo se afastar e quando volto meus olhos à Gerard, ele me olha com indignação.

      — Gostou do que viu?

      — Quê? Eu não vi nada. — Minto me fazendo de desentendido.

      — Então você é cego, é isso?

      — Próximo. — A moça do sorvete grita.

     — Você tá delirando, eu não vi nada.

     — Frank, não mente pra mim. — Ele cerra os olhos, ficando nervoso.

     — Próximo? — Ela nos chama e sinalizo pra esperar.

       — Gee, esquece isso, vamos pedir.

       — Eu não quero o... — Ele para fazendo uma expressão de choque, entreabrindo a boca. — Frankie...

       — Que foi? — Pergunto me preocupando.

        — Acho que eu... Fiz xixi. — Ele sussurra e levo meus olhos para o piso abaixo dele, notando o líquido escorrer por entre suas pernas.

       — A bolsa estourou! — Uma mulher grita e todos correm até nós preocupados.

   Entro em pânico por milésimos de segundos enquanto Gerard me olha assustado, eu sei o que fazer, eu sei o que fazer.
 
    Ajudo ele a caminhar até o estacionamento com a torcida ao nosso redor, Gerard fica quase que paralisado enquanto eu o ajudo a entrar no carro. Uma pessoa me entrega a mala que eu havia esquecido e agradeço, todos acenam mandando energia positiva e aceno do carro agradecendo.

     — Ai, eu acho que vou morrer. — Ele diz começando a respirar fundo e soltar.

     — Não vai não, vai dar tudo certo. — Digo dirigindo focado e acabo sorrindo, elas estão vindo.

     Após alguns minutos, Gerard começa a gemer de dor, provavelmente já sentindo as contrações. Quando finalmente chego ao hospital que marcamos, estaciono e ajudo Gerard a descer dele com cuidado. Os funcionários, ao verem que ele está sentindo contrações, me trazem uma cadeira de rodas pra levar ele.

     — Frank... Eu... Ah, tô com medo. — Gerard diz entre gemidos dolorosos.

     — Vai ficar tudo bem. — Tento o acalmar, levando o carrinho com meu coração acelerado, eu ainda não tô acreditando. Faltavam pelo menos duas semanas.

   Entro no hospital e enquanto uma enfermeira leva ele pra algum lugar, falo desesperado com a recepcionista explicando que a bolsa rompeu prematuramente e que havíamos marcado nesse hospital. Ela me dá algumas instruções e eu assino algumas coisas, eu quase não leio por nervosismo. Entrego os documentos necessários e ela me libera.

   Envio uma rápida mensagem ao Bert, explicando o que aconteceu resumidamente e indicando o local. Ele quase que imediatamente responde estar vindo o mais depressa que puder, um padrinho digno.

     Enquanto tento controlar a minha respiração descontrolada, as pessoas me instruem à fazer algumas coisas e colocar uma roupa própria do hospital e me higienizar antes de entrar na sala do parto. Minha cabeça está à mil, eu quase esqueci meu próprio nome. Eu tenho que me controlar, eu tinha planejado tudo isso, por que eu não consigo fazer as coisas tão facilmente?

    Após muita higienização e rezas, eu entro na sala com o corpo mais mole que quando drogado ou bêbado, então é finalmente hoje.


    

   
    

It's My Baby - FrerardOnde histórias criam vida. Descubra agora