Fear of needles and babies.

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    P. O. V. Frank

Desde que a gente se beijou, Gerard age estranho. É como se fugisse de mim por algum motivo, acho que eu devo ter dito algo errado.

Não importa, acho que ele não quer ter um relacionamento comigo, pra ele o bebê foi um erro. Sei que é cedo, mas eu me pego imaginando se deve ser um menino ou uma menina e no final sempre acabo me apaixonando, tipo, o bebê vai ter meu sangue e ser meu.

Minha mãe voltou pra casa e disse que precisava conversar comigo quando eu chegasse, mas acho que hoje eu não voltarei tão cedo pra casa. É aniversário do meu sócio e ele quer sair pra beber com os executivos, Adam sempre tem que fazer tudo ser memorável. As vezes eu não entendo o motivo de sermos sócios, já que nos conhecemos tão aleatoriamente.

Termino meu trabalho e saio com os caras pra um bar conhecido, nada como álcool pra terminar a semana com chave de ouro.

— Nem conto pra vocês, Dana está querendo ter mais um filho. — Eric diz ajeitando-se na cadeira.

— Ah, filhos, nem me diga. Lauren todo dia me pede uma roupa nova, esses ídolos coreanos fazem a cabeça dela. — Adam diz e fico quieto, não pertenço ao assunto de paternidade, ainda.

— Tem sorte de não ter filhos e poder aproveitar a vida, Frank. — Zachary diz chamando a minha atenção.

— Eu... Sempre quis ter filhos. — Respondo fazendo todos da mesa rirem ao entreolharem-se. — Gente, eu já tenho trinta e...

— Tô chegando na casa dos cinquenta, filho. Você é jovem, ainda tem muitas vadias e festa pela frente. — Adam dá leves tapinhas nas minhas costas, soando sábio.

— Chega de filhos, vamos brindar à Adam chegando na casa dos cinquenta. — Zachary diz e brindamos os copos de cerveja.

Hoje a noite vai ser longa, conversa fiada e piadas sujas pra todo lado.

(...)

Chego no meu apartamento de manso, abro a porta lentamente tentando não acordar nem alarmar ninguém. Devem ser mais de meia noite, todos já estão dormindo e posso finalmente descansar.

A luz se acende sozinha e encaro o interruptor, Gerard com a maior cara de sono. Ficamos nos encarando por poucos segundos, retiro meu casaco e vou andando até meu quarto:

— Onde estava? — Ele pergunta e me viro já no corredor.

— Eu saí depois do trabalho com uns amigos. — Respondo mesmo sem ter que fazer.

— Amigos, sei. — Ele caminha até o corredor. — Sua mãe ainda está acordada, quer falar com você. — Ele entra em seu quarto e fecha a porta.

Sigo até o quarto onde meus pais dormem e bato delicadamente, um ruído e logo a porta se abre, minha mãe sorri e sai. Nos direcionamos à cozinha e sentamos, ela segura a minha mão como se fosse dizer algo importante.

— Frank, eu fico tão feliz que tenha se tornado um homem. — Ela diz e assinto sem enteder o rumo da conversa. — Deve ser porque nós o fizemos com muito amor, eu e seu pai nos casamos e logo pensamos em ter você.

— Eu... Fico feliz com isso. — Sorrio sem jeito.

— Esse bebê que você deve estar "bancando", ele não deve ter sido feito com amor. — Entendo sua jogada e tiro a minha mão debaixo da dela. — Ora, Frank, nós sempre o levamos à igreja. Você não aprendeu nada? Por que está fazendo tudo errado?

— Mãe, entenda de uma vez por todas; eu sou o pai do bebê e vou criar ele. Gerard e eu não somos casados, nem fizemos o bebê de um jeito "bonito", mas eu já amo muito o meu filho ou filha, e você vai ser vó, não deveria estar feliz? — Pergunto fazendo ela suspirar teimosamente.

It's My Baby - FrerardOnde histórias criam vida. Descubra agora