ITÁLIA, SICÍLIA
VALENTINA MONTANARI
OITO ANOS ATRÁS.
Passaram-se alguns meses desde que eu e Petrus começamos a namorar, mas nos últimos dias eu e ele mal nos vemos, não sei bem o que vem acontecendo, mas alguma coisa séria está rolando.
Ele quando vem aqui, mas passa mais tempo com meu pai do que comigo. Isso me deixa um pouco chateada, não sou grudenta mas queria que meu namorado me desse alguma atenção.
Amanhã é meu aniversário de 18 anos, já disse a minha mãe que não quero festa mas mesmo assim ela ainda insiste em fazer alguma comemoração, o que é um saco. Mesmo a gente decidido fazer um almoço, agora ela resolveu que quer um jantar.
Queria uma coisa mais íntima. Tipo só eu e Petrus, talvez. Não aguento mais esperar virar sua completamente, às vezes não consigo entender como ele consegue controlar cada vez que me encontra. As vezes isso me deixa um pouco angustiada, por achar que vá procurar em outros lugares o que não encontra aqui.
Quando chego da faculdade com Alina em minha cola falando sobre vestidos, meu tédio só vai aumentando, não aguento mais ouvir ela falando sobre as cores, maquiagem, salto e entre outras coisas. Ou em como vamos aproveitar depois do tal jantar que iremos ter aqui.
Mal sabe ela que meus planos é ir pra minha cama quentinha, ou talvez, para uma outra cama, não sei.
Eu sei que às vezes posso ser um pouco chata, mas estou me superando esses dias, acho que é falta dele, de sentir ele me dando atenção. Sei que ele não tem muito tempo mas não curto essa história dele longe de mim, vai que isso o faz pensar na garota inocente que ainda sou.
Ao entrarmos na sala, vejo ele e abro logo um sorriso. Toda vez é isso, o coração dispara e fico sem comando sobre meu corpo.
Corro em sua direção, ignorando meu pai e Adam com ele na sala. Ele é pego de surpresa mas me segura assim que pulo em seu colo.
— Olá amore mio... — digo, beijando seus lábios.
Ele retribui meu beijo um pouco distante, talvez por causa de meu pai que está na sala.
Não saio de perto dele enquanto olho para os outros dois na sala. E sem esquecer de Alina que olha fixamente para Adam.
— Oi babbo, Adam. — falo cumprimentando os dois.
Meu pai me observa de um jeito diferente e Adam segue do mesmo jeito, agora percebo que o clima por aqui está tenso, muito tenso.
Os dois me cumprimentam com um aceno mas não falam nada.
— Tá tudo bem gente? Vocês estão estranhos. — pergunto, tentando matar minha curiosidade.
— Não filha, nada que você tenha que se preocupar. Nossa reunião já acabou por aqui Petrus, se quiser ir se divertir com Valentina pode ir.
Meu pai fala se levantando e saindo. Adam segue o mesmo caminho me dando um aceno de cabeça.
Pego a parte em que ele olha para Alina e sai. Esses dois... Sei não.
— Bom, acho que estou sobrando por aqui, vou embora sua falsa. Fica aí com seu namorado bonito. Beijos casal! — ela sai me dando beijinhos no ar.
Ainda sorrindo volto meu olhar para ele. Que me olha diferente.
— Estava morrendo de saudades de você, nunca mais nos vemos, você andou meio distante. Tem algo acontecendo? — pergunto a ele, que me olha como se pudesse me desvendar. Cada pedacinho da minha alma.
— Não, está tudo bem. Não pense que também não senti saudades de ti, você estava em cada pensamento meu nesses dias, pode ter certeza. — ele diz beijando meus lábios enquanto faz um carinho em minha cintura.
Quando olho em seus olhos, vejo algo que não gosto. Ele está me escondendo alguma coisa. Sinto isso.
— Não quero que haja mentiras na nossa relação amore, pode contar comigo para tudo, se tiver algo te incomodando pode desabafar comigo, mesmo se for um assunto que envolva a máfia. — digo olhando dentro de seus olhos que me encaram tentando esconder o que sente.
— Não estou te escondendo nada Piccola, é só cansaço do dia a dia mesmo. Agora vamos falar de algo importante? Soube que uma certa mocinha está completando ano amanhã. Quero saber se ela topa passar essa noite comigo, que tal? — ele me pergunta e isso me faz focar em nós, mas não esquecendo que sim, ele está realmente me escondendo algo.
— Humm, acho muito boa essa ideia, quero poder ficar um pouco contigo, matar a saudade. Sabe, tô muito carente esses dias. — falo quando passo as mãos em seu terno totalmente alinhado.
Coloco minha mão por dentro dele sentindo todos os seus músculos se contrair.
Dou um beijo em baixo de seu queixo, isso o faz suspirar.
— Piccola...— Não deixo ele terminar de falar.
O beijo do jeito que eu queria fazer desde que o vi nessa sala.
Puxo seus lábios com meus dentes, sentindo quando ele vira as posições me prensando na parede, essa ação dele me faz ter boas lembranças.
Seu beijo se torna urgente, suas mãos sobem pela minha cintura, me apertando, enquanto seus lábios trabalham no meu.
Acho que ele não faz ideia da vontade que estou de ser dele, nesse exato momento.
Mas infelizmente somos interrompidos por alguém. Para ser mais exata, por Marta, filha de Marie.
— Com licença... — ela finge uma tosse.
Eu nesse momento devo está toda descabelada, Petrus nem parece que estava quase me comendo com a boca minutos atrás. Revoltante isso.
— Pode falar Marta. — digo, indignada por ela ter me atrapalhado.
— Minha mãe mandou perguntar se vocês irão querer almoçar. — ela fala com um tom de voz enjoado enquanto encara meu namorado.
Ela realmente está flertando com ele na minha frente?!
— Pode dizer a ela que sim, e outra coisa, é muito feio ficar encarando os namorados alheios assim Marta. Pode ir. — digo me virando e voltando para os braços de Petrus, que agora está segurando um sorriso.
— Ciúmes? Você fica tão lindinha assim, com essa cara de brava. — ele fala, dando beijos no meu pescoço.
— Óbvio que eu estou com ciúmes! Ela estava quase te comendo com os olhos. Não suporto essa garota.
Ele fica rindo e eu o observo, é lindo demais assim... Quando está sem a máscara de homem mafioso e frio.

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FRAGILE | ✓
RomanceDurante toda minha vida eu sempre ouvi as pessoas falarem sobre o amor, e eu sempre quis viver um, e eu vivi. Um amor leal. Um amor terno. Um amor recíproco. Mas nada na vida é eterno. Se posso afirmar algo com plena certeza é que uma decisão errada...