doze

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ITÁLIA, SICÍLIA

VALENTINA MONTANARI 

NOVE ANOS ATRÁS

Tem momentos na vida que você não quer esquecer e que devem ser aproveitados. E esse é um desses momentos. 

Ver Petrus tão livre e sorridente, totalmente oposto da sua postura fria e excêntrica que vejo quando ele se veste do personagem mafioso é indescritível. Sua figura imponente continua, mas a aura negra não. 

Parece que ele se torna outra pessoa quando está perto de mim, a sensação de saber que de alguma forma eu consigo fazê-lo bem é maravilhosa. 

Enquanto olho ele ganhando todos os brinquedos do jogo de tiro, posso ver o quão bom de mira ele é e isso que me faz nunca esquecer o que de fato ele é: Um mafioso. Não sei se posso dizer meu, mas eu já sinto que é. 

Tudo isso pode ser só um divertimento para ele, mas ele deixaria de estar resolvendo seus negócios ou até mesmo com alguma mulher em uma boa transa para estar aqui comigo se ele não se importasse? 

Estou me pegando nisso desde nosso primeiro beijo. Eu sinceramente espero que ele não esteja só querendo brincar comigo, não sei se suportaria uma desilusão amorosa nesse momento.

Mas ele teria coragem de fazer isso sabendo do que meu pai poderia fazer? 

Ele me tira de meus pensamentos vindo com dois ursos enormes na mão. Seria cômico se não fosse tão fofo. 

Acho que ele não tem ideia do estrago que faz comigo com cada sorriso desse.

Na verdade, acho que ele não faz ideia do estrago que faz com meu coração. As vezes me pergunto se isso que sinto é uma paixão passageira ou algo duradouro.

Paro de pensar sobre isso e vou viver o momento, andamos em todos os brinquedos, sim, ele veio junto comigo em cada um, enquanto eu quase morri na montanha russa ele estava lá todo tranquilão. 

Quando está anoitecendo resolvemos ir para casa. 

Ele já não está tão alinhado como antes, seu terno está na mão e sua camisa social com dois botões abertos que me dá uma bela visão da perdição que é o peitoral dele. 

Meus pensamentos andam muito impuros nos últimos dias e o pior, não consigo controlar, pelo menos não quando envolve eu e ele juntos. 

×××

Já no carro para irmos de volta pra casa posso ver que viemos sozinhos, ou seja, sem seguranças na nossa cola. Bom, muito bom. 

— Viemos sozinhos mesmo? — pergunto a ele mesmo sabendo qual provável resposta ele irá dá. 

— Nem um pouco... Afinal quem seria louco de tentar algo contra a filha do Don e o capo da Alemanha em público certo?! — ele fala, com um ar presunçoso. 

Não consigo me conter e acabo gargalhando. 

— Sabe, às vezes eu esqueço que você é um mafioso malvado. — digo, tentando me recuperar. 

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