ITÁLIA, SICÍLIA
VALENTINA MONTANARI
CINCO ANOS ATRÁS.
"Se eu soubesse
Que seria a última vez
Eu teria partido meu coração em dois
Tentando salvar uma parte de você."
Lady Gaga | i'll never love again.
Ao abrir meus olhos me dou conta que estou no chão de meu quarto, ainda com meu vestido de noiva e aí tudo que aconteceu horas atrás me vem com tudo na cabeça. Isso não pode está acontecendo, não pode.
Nesse momento era para nós estarmos em nossa lua de mel, nos amando e sendo felizes.
Eu sinceramente não entendo o que eu fiz para merecer tudo isso.
Me levanto indo em direção ao closet para tirar o vestido.
A imagem que vejo no espelho não é a que eu imaginava. Maquiagem borrada, olhos tristes e um vestido tão lindo mas que demonstra toda a minha dor. A dor de não está sendo feliz nesse momento.
Olhando para a minha imagem no espelho deixo as lágrimas descerem sem pudor algum. É uma dor dilacerante, como se eu estivesse sendo rasgada por dentro. Lembrar dos seus sorrisos... Beijos... E tudo que vivemos me faz chorar mais ainda. Meu vestido desenhado especialmente por mim, contrastando com a minha dor.
Meus olhos sempre tão vívidos agora tão mortos. Essa não sou eu.
Tiro o vestido com todo cuidado do mundo e sigo para o banheiro só de lingerie.
Entro na banheira e afundo com a intenção de tirar tudo que estou sentindo agora.
Tudo que eu queria nesse momento é que ele entrasse aqui e me colocasse no colo dizendo que tudo isso é uma mentira. Que ele está bem e vivo.
Queria voltar no tempo, queria dizer mais vezes que o amava. Queria poder sentir seu gosto novamente. Seu toque. Tudo. Eu só queria tudo dele.
Minha vontade é de sumir do mundo, simplesmente.
Se eu soubesse que aquele era nosso último momento juntos... Eu teria aproveitado mais.
Se eu pudesse, estaria no lugar dele.
A dor de perder alguém tão importante em sua vida é destruidora. Nunca imaginei sentir algo tão doloroso assim na minha vida.
Seu sorriso ainda está tão vívido na minha memória.
As lágrimas não param de descer por meu rosto, e dúvido que algum dia elas parem.
Quase duas horas depois, já com os dedos enrugados, resolvo sair da banheira.
Pego uma toalha e me enrolo, saindo do banheiro.
Vou em direção ao closet e escolho uma roupa qualquer e resolvo sair para realmente encarar a realidade. A minha dura realidade.
Quando chego perto das escadas posso ouvir vozes alteradas. Não consigo identificar muito quem é. Sigo em direção a sala.
— Isso não pode ter acontecido mais uma vez caralho! Não pode! — Quando chego na sala, vejo que é um dos consiglieres de Petrus.
Meu coração se aperta, só de imaginar ele.
— Você acha que eu estou feliz com isso? Minha filha está lá em cima naquele quarto a 16 horas porra! Sofrendo! E outra coisa, abaixe seu tom de voz para falar comigo, todos estamos com os nervos a flor da pele aqui. — meu pai diz, e eu me surpreendo ao saber que dormir tanto e logo em seguida sinto o olhar de todos da sala em cima de mim.
Mamma e os outros homens que não conheço estão virados na minha direção.
Ela é a primeira a vir em minha direção.
— Minha filha! Como você está? — ela pergunta, chegando mais perto e tocando em meu rosto. Mas meus olhos não saem de meu pai, que me encara de volta, com compaixão no olhar.
— Estou péssima! — digo olhando para ela e voltando para meu pai. — Queria falar com o senhor em particular, pode ser? — pergunto e ele acena em minha direção, afirmando.
Ninguém fala mais nada, o silêncio reina na sala.
Ele segue em direção ao escritório e eu o sigo indo atrás dele deixando minha mãe para trás.
Já dentro do escritório ele me encara com um olhar tão amoroso, tudo que quero agora é um abraço dele. Vou em sua direção e o abraço.
Finalmente deixo as lágrimas que estava o tempo todo segurando na sala cair. A dor estar aqui, e não vai sumir.
— Shi principessa... Babbo está aqui. Eu prometo pegar quem fez isso com ele. Te prometo com minha alma. Esse filho da puta irá sofrer por cada lágrima sua derramada. — ele diz, passando as mãos em meu rosto.
— Babbo... É uma dor tão grande... Eu não consigo nem explicar a intensidade. Eu só queria que tudo tivesse dado certo. Só isso. Estaríamos juntos e felizes agora. — digo ainda chorando copiosamente.
Ele me olha carinhosamente.
— Eu sei... Se eu pudesse faria de tudo para tirar essa dor de ti mio amore. — ele diz, beijando minha testa. Me recomponho um pouco e me afasto, ainda tentando enxugar as lágrimas. — Você não disse o que queria até agora...
— Bom... Eu queria saber onde Adam está, preciso vê-lo. Saber como realmente tudo aconteceu. — Meu pai muda sua postura.
— Eu acho que não é uma boa ideia... Fui lá ontem e ele não está nada bem. Estava muito alterado e eu entendo, afinal, era sua única família viva. — ele diz indo em direção sua cadeira. — Quando ele sair do hospital você o procura, é melhor.
— Mas babbo... — me interrompe antes mesmo de eu falar algo.
— Ele não sabe de muito também filha, o pouco que ele disse deixa claro isso. — ele diz, ainda me olhando.
— Eu preciso saber o que realmente aconteceu. Me diga por favor! — falo me sentando de frente para ele.
— Ele foi sequestrado e Adam não, o que não consigo compreender, afinal, acabando com os dois tudo estaria terminado. Mas não, preferiram deixar Adam. Preciso descobrir porque.
— Então ainda há esperança certo? — falo com o coração acelerado, como se fosse sair pela boca.
— Filha... Você sabe que será praticamente impossível, depois de tantas horas ele ainda estar vivo certo? — ele fala tentando achar as palavras certas.
Mas no fundo eu sinto que há um pouco de esperança. Lá no fundo eu posso ter esperança.
— Tudo pode acontecer. Ele pode está vivo. O senhor começou as buscas?
— Desde que o carro desapareceu dos radares amore mio. Mas são mais de 40 horas desaparecido já. — diz, tentando não piorar a situação.
Me levanto da cadeira não querendo saber de mais nada. Ele pode está vivo. Vou acreditar nisso até o último momento.
— O senhor está certo... Mas ter esperança nunca é demais. Se tiver outras buscas eu irei e não terá discussão babbo!
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FRAGILE | ✓
Roman d'amourDurante toda minha vida eu sempre ouvi as pessoas falarem sobre o amor, e eu sempre quis viver um, e eu vivi. Um amor leal. Um amor terno. Um amor recíproco. Mas nada na vida é eterno. Se posso afirmar algo com plena certeza é que uma decisão errada...