sessenta e oito

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ITÁLIA, PALERMO

VALENTINA MONTANARI

ATUALMENTE.


Assim que minha mãe foi embora liguei para Adam rapidamente o chamando para vim aqui com urgência.

Também liguei para todos os capos marcando uma reunião para hoje, aqui em minha casa. Se é pra começar a brincadeira, vamos começar direito.

Enquanto observo pela janela meus seguranças andando se um lado para o outro, me dou conta que tudo está dando errado. Tudo está saindo do controle.

Me sento em minha cadeira passando as mãos em minha cabeça. Eu não sei mais o que fazer. E é horrível se sentir assim. É horrível se sentir incapaz de fazer algo.

Meu computador avisa que chegou uma nova mensagem, a abro rapidamente.

DE: VITALI, GIOVANNI.
ASSUNTO: O lobo mal pegou sua presa.

É um arquivo de foto. O abro rapidamente, afinal, coisa boa não deve ser.

O que vejo nas imagens fazem meu mundo parar, mais uma vez. Eu não acredito! Esse desgraçado pegou a minha mãe mais uma vez. Como eu pude ser tão burra. Inferno.

Leio a mensagem abaixo da foto e agora sim, eu posso afirmar que ele soube me deixar fora de mim. Porque agora, eu realmente não sei o que fazer.

"Se você me entregar quem eu quero, te devolvo ela com vida, caso contrário só a verá no próprio velório amore... É o seguinte, me dê Petrus Forchhammer, que eu devolvo sua mãe e esqueço tudo que aconteceu entre nós até agora. Te deixo em paz."

"Se aceitar minhas condições, atenda minha ligação hoje a noite, às 23:00 horas. Um beijo nessa sua boca linda!"

Eu não sei o que fazer. Quando eu acho que tudo pode finalmente começar a dar certo para mim, vem ele e me mostra que não. Que a minha vida nunca será fácil.

Escolhas precisam ser feitas e dessa vez, quem eu escolher irá me levar a minha morte.

Não posso deixar minha mãe com ele.

Mas também não posso entregar o amor de minha vida de mãos beijadas.

Eu não aguento mais! Esse inferno tem que acabar, eu tenho que por um fim em Giovanini Vitali. Dessa vez, sem promessas.

Me sento no chão frio da sala, olhando tudo destruído ao meu redor, como a minha vida. Chega a ser irônico.

— Ei... O que houve aqui? — Escuto a voz de Adam ao longe, quando viro meu rosto em direção a porta o vejo entrando com Petrus na minha sala. — Valentina? — ele diz se aproximando de mim no chão.

Meus olhos estão fixados atrás dele. Estão fixados no amor da minha vida. No amor que eu perdi e que agora alguém lá em cima me deu a chance de ter novamente e ao mesmo tempo já quer me tirar.

— Eu estou bem! — falo me levantando antes dele chegar perto de mim. — Sabe por que eu estou assim? — Aponto para mim. — Ele sequestrou a minha mãe caralho! De novo! — falo gritando. — E dessa vez, não é brincando. Você entende? Ele quer o Petrus no lugar dela, ou seja, quem eu deixar ao lado dele irá morrer. — Os dois me olham espantados com a minha confissão.

— Como é? Esse desgraçado não fez isso! — Adam diz, se sentando na cadeira próxima a minha mesa. — Onde ela estava quando ele a pegou?

— Voltando para casa, foi no centro que aconteceu, e com certeza algum dos seguranças estavam ao lado dele, mais uma vez!

— Você já sabe o que vai fazer? — Petrus que até agora estava calado se pronuncia.

Viro em sua direção olhando dentro de seus olhos tão lindos.

— Não... Eu só não posso deixar minha mãe com ele e nem te entregar. — falo indo em sua direção, que me olha sem demonstrar nada. Dói demais olhar pra ele e saber que ele não se lembra de nada. — Eu vou achar um jeito. — digo quando estou próxima a ele.

— Não tem jeito Valentina! A melhor opção é você me entregar... Eu posso não lembrar de nada, mas se tem uma coisa que eu lembro bem é dos meus princípios, e jamais deixaria sua mãe lá com esse psicopata se pode ser feita uma troca. — ele fala e isso me faz o admirar mais. Mesmo sem memória, ele ainda diz isso.

— Eu já disse que darei um jeito de tirar ela de lá sem precisar entregar você. — falo tocando em seu rosto. — Você pode não se lembrar de mim... Mas você não irá se afastar, nunca mais. — Seu olhar fica preso no meu, e eu consigo identificar algo. Aposto que é admiração. E eu amo saber disso. Amo saber que ele sente algo em relação a mim.

Me afasto dele, virando em direção a Adam que nos olha assim que para de mexer em meu computador.

— Eu consegui rastrear a mensagem Valentina! — ele diz sorrindo. — O jogo não está perdido. Seu maridinho não é tão inteligente assim...

— Ou talvez ele seja... E tenha feito isso de propósito. — Petrus diz se aproximando de Adam.

— Por que você acha isso?

— Não sei... Foi muito fácil encontrar ele. Isso é estranho. — ele diz se sentando ao lado de seu irmão.

— Realmente faz sentido, mas não podemos deixar de lado esse endereço. Minha mãe está com ele e eu não posso permitir que ele a machuque. — Os dois acenam concordando.

— Eu vou ligar para meus seguranças para virem para cá, você terá todos a sua disposição. — Adam fala se levantando para fazer uma ligação, me deixando sozinha na sala com Petrus.

Fico o olhando sem disfarçar. Ele sabe de tudo que vivemos, com certeza Adam passou tudo para ele. E quando ele me olha, percebo que ele continua sendo o mesmo, sem memória, mas ainda assim, o meu Petrus. Seu olhar entrega isso.

— Eu quero que saiba que se não tiver outra forma, eu irei ficar no lugar de sua mãe. Não vou permitir que você perca mais alguém. — ele realmente acha que isso é uma possibilidade?

— Isso não é uma possibilidade Petrus... Eu não vou perder você, nem ela. — falo me aproximando dele novamente. — Vocês dois são as pessoas mais importantes da minha vida, e se tem algo que eu não permitirei é perder algum dos dois assim. — ele olha em meus olhos sem demonstrar nada.

— Eu posso não lembrar de nós dois, mas algo me puxa sempre pra perto de ti, é como se fosse um ímã. — ele diz, dando outro passo em minha direção. E eu pareço está na adolescência, na época em que ele fez isso a anos atrás, e isso me deixa feliz. — Eu não sei como vai ser os próximos dias, mas queria que você soubesse que no pouco tempo que passei ao seu lado e de Adam, foram os que me fizeram me sentir bem, na verdade, me fizeram sentir como se finalmente tivesse se reencontrado. — diz passando a mão em meu rosto.

Antes de eu o responder a porta é aberta por Adam, de forma um tanto grosseira.

— Você não tem ideia de quem está aí... — ele diz olhando de mim para Petrus, que não se afastou.

— Quem? — pergunto, tomando a iniciativa de sair de perto de Petrus, mesmo sem querer. Escuto o suspirar.

— Alina Ferraro... — ele diz, hesitante.

E ao ouvir esse nome, só uma coisa vem na minha mente: Enfiar uma bala no meio da testa dessa filha da puta! E ninguém irá me impedir.

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