FRAGILE | ✓

catorze

ITÁLIA, SICÍLIA

PETRUS FORCHHAMMER

NOVE ANOS ATRÁS. 

(Obs: O capítulo se passa momentos antes da festa/ na festa)

Tive que viajar para Alemanha com urgência. A sede da empresa é por lá, e alguém a atacou. Colocaram explosivos em metade do prédio, especialmente na parte onde fica localizada a minha sala, ou seja, alguém claramente querendo me atingir. Com isso tive que viajar rapidamente, deixando minha garota aqui. 

Porra, a sensação de dizer minha garota é maravilhosa. Desde que a vi quando era mais jovem, sempre tive um instinto de proteção em relação a ela, mas nunca imaginei que isso fosse virar algo mais forte. Por enquanto, prefiro não dar nomes ao que sinto, mesmo no fundo já sabendo o que é.

Mal tive tempo para falar com ela, liguei algumas vezes, mas estava muito ocupado tentando achar quem foi que ousou me atingir dessa forma, o estrago foi grande, perdi alguns milhões, as ações caíram e tive que entrar com o dinheiro sujo da máfia para da um jeito em todo o estrago.

Durante os dias que passei por lá, torturei e matei alguns homens, mas os filhos da puta não abriam a boca, e infelizmente terminei voltando para a Itália sem nada. 

Alguém está montando algo grande contra mim e não faço ideia por onde começar a atacar. Dessa vez, infelizmente, estou com vendas nos olhos. 

Todos que procuro, não abrem a porra da boca, são leais ao chefe que não faço ideia de quem possa ser e por isso posso dizer que admiro esses desgraçados, lealdade é algo que é importante para caralho nesse mundo.

Quando meu pai era vivo, pude aprender muitas coisas com ele, sou o que sou hoje por causa dele. Respeito a família acima de tudo. Sou leal aos meus. E se tem uma coisa que o ouvir falar muitas vezes mas nunca concordei era que "se tiver de se curvar, curve-se muito, mas muito baixo. E guarde a lembrança amarga até poder se vingar." Isso é algo que nunca me imaginei fazendo mas será necessário.

Meu plano é me mostrar vulnerável de alguma forma para meu inimigo, assim, ele achará que será fácil me atacar, assim, descobrirei quem é o filho da puta e depois o massacrarei como uma formiga, porque é isso que eu faço de melhor. Destruo as pessoas.

×××

Tive uma longa reunião com meus soldados, mostrando a eles que estou sem saídas, porque meu plano vai começar daí, tenho quase certeza que tem um rato dentro da minha própria casa e se tiver, vou descobrir quem é. E quando isso acontecer, o próprio demônio vai ter pena do que eu vou fazer com ele. Não admito que me façam de idiota, única pessoa que sabe da minha real situação é meu irmão, que além de meu conselheiro é meu braço direito.

Fiz uma varredura e fiz essa reunião só com os que entraram de 4 anos para cá, algum desses é o desgraçado. Com isso, vou esperar a merda acontecer, o rato que estiver aqui, com certeza vai correndo contar para seu chefe sobre tudo que está acontecendo e sobre minha "fraqueza" aí então eu ataco.

— Você acha que esse plano pode realmente dar certo? ele tem muitos prós e contras irmão. Muitos mesmo. — Meu irmão fala, enquanto entramos em nosso apartamento. Sei que ele está certo sobre tudo que pode vir acontecer, mas tenho que arriscar de todos os lados.

— Eu sei disso, mas não posso deixar que esses ataques continuem, se eu me calar para isso, lá na frente vão acabar me destruindo, e isso eu não posso deixar. — ele me olha, sabendo que estou certo.

— Eu sei disso e te admiro cada vez mais cara. — ele fala vindo em minha direção e colocando sua mão em meu ombro.

— Depois de nossos pais terem sido mortos, eu sempre soube que você ia ser um ótimo capo. E não me decepciona nunca. 

Minha amizade com ele é verdadeira, nos amamos como irmãos de uma maneira indescritível. Era pra haver rivalidade entre nós, afinal, se eu não tivesse aceitado ser capo, ele poderia facilmente ter se tornado o próprio.

— Eu que sempre te admiro mais. Cada decisão que eu tomo passa por você, sempre. Cada mérito meu, também é esse. — digo a ele, que me dá um aceno concordando e indo para o bar pegar uma bebida.

— Tem algo mais te incomodando? — ele me pergunta, também se servindo de uma bebida. 

Como é óbvio, ele me conhece bem demais.

— Faz uma semana que não vejo Valentina e estou louco para ir atrás dela, mas não sei como Maurizio e dona Stefana irão reagir ao meu namoro com ela. — falo sendo sincero com ele. Sei que com ele posso mostrar todos os meus lados, ele sempre vai me entender.

— Compreendo, estou até surpreso com a rapidez que tudo aconteceu, mas acho que eles possam aceitar numa boa. Não sei bem como te ajudar nessa irmão — ele fala e eu reflito sobre isso, tá aí uma coisa que ele não pode me ajudar mesmo.

— Eu sei... É melhor irmos se arrumar para festa de Maurizio, quero fazer uma surpresa para ela. — digo mudando de assunto.

— Acho que não irei, prefiro ficar por aqui, Maurizio vai compreender que estamos com problemas e que eu preciso ficar para investigar mais um pouco sobre tudo que aconteceu. 

Com certeza irá entender, ele sabe que as coisas não estão nada boa para mim, até me ofereceu apoio.

×××

Depois de pronto verifico com Adam se ele conseguiu achar algo, mas continuamos na mesma, infelizmente.

Sigo para o elevador e desço até chegar no estacionamento, uma vantagem de o prédio ser nosso é que não precisamos dividir estacionamento com mais ninguém. 

Meus seguranças já estão de prontidão me esperando. Dois suvs pretos, um no qual eu vou e no outro os meus melhores homens, os que confio minha vida.

Enquanto eles seguem o caminho até o salão onde a festa está ocorrendo, só consigo pensar em uma coisa. Nela. 

Em poder vê-la, e tocar em sua pele, sentir ela perto de mim. Sentir seu sabor, que parece ser um vício agora, depois de provado, não quero mais parar. 

Ao chegar no salão, sigo direto para dentro, a festa está a todo vapor, posso ver alguns associados que conheço e outros civis. 

Alguns homem vem falar comigo, os respondo rapidamente mas meus olhos estão sempre a procura dela. Da sua pele sedosa e pálida. Do seu cabelo ruivo com cheiro de morango. E daqueles olhos azuis intensos.

Finalmente a encontro, sentada sozinha em uma mesa localizada no centro do salão. 

Porra de mulher linda. 

Vestida em um vestido preto que deixa sua pele avista e desenhando perfeitamente seu corpo delicioso. 

As vezes eu pareço que vou perder o ar quando a vejo. Não sei como uma mulher pode mexer tanto com um homem dessa forma. Mas só sei que de por meus olhos nela, automaticamente um sorriso brilha em meus lábios. É impossível não sorrir ao ver algo tão lindo assim. 

Um verdadeiro anjo. Meu anjo.