sessenta e três

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ITÁLIA, PALERMO

VALENTINA MONTANARI

ATUALMENTE.

"Não consigo conter meu coração quando você brilha diante dos meus olhos
Não posso mentir, é uma vida boa
Estou presa no escuro, mas você é minha lanterna
Você me guia, me guia através da noite
Porque você é minha lanterna
É minha lanterna
Você é minha lanterna"

Jessie J | flashlight.

Quando vejo o grande prédio na minha frente, só penso em uma coisa: tudo irá mudar a partir de agora. Completamente. E pela primeira em anos, eu gosto dessa mudança.

Desço do carro indo em direção ao hall do hotel.

No fundo eu estou com medo. Não sei exatamente o que me espera lá dentro.

Falo com a recepcionista e peço para liberar minha entrada para o quarto de Adam.

Fico paralisada no lugar quando ela me libera.

Aqui nesse momento eu não sou a chefe de uma organização criminosa.

Nesse momento eu sou uma mulher que sofreu durante anos achando que o amor de sua vida tinha morrido e agora está vivo.

Eu sou apenas uma mulher que tem medo. Apenas.

Sigo em direção ao elevador apertando no andar deles.

Fecho meus olhos pensando em tudo que aconteceu nos últimos anos.

Toda dor.

Cada lágrima.

E em como mudei.

Será que ele vai gostar dessa nova versão minha? Eu espero que sim.

As portas do elevador se abre e eu só penso uma única coisa: finalmente as portas da minha felicidade foram reabertas.

Saio em disparada até o número do quarto que a recepcionista me deu, e quando chego nela não hesito em apertar a campainha.

Passa-se alguns segundos e logo em seguida a porta é aberta por Adam que me olha com um olhar indecifrável. E eu nunca tinha visto esse olhar nele. Pelo menos não pra mim.

— Oi... — falo entrando no quarto.

— Oi Valentina... Acho que você já sabe né? — ele me pergunta assim que fecha a porta e eu busco por ele no quarto mas não vejo nada. Me viro em sua direção.

— Onde ele está?

— Em outro quarto... Antes de você ir vê-lo precisamos conversar. — ele diz me puxando para sentar.

— Acho que você deveria ter feito isso quando descobriu tudo né? — digo agora realmente mostrando minha indignação. — Eu só quero vê-lo. Depois nós dois discutimos. — Me levanto novamente do sofá que ele me fez sentar.

— Você vai preferir me escutar antes de ir lá. — ele diz e isso me faz virar em sua direção.

— O que está acontecendo então? Por que eu não posso ir até ele? Na verdade, eu pensei que ele também fosse querer me ver.

— Então... — ele parece está tentando achar as palavras certas para dizer algo.

— Fala logo Adam! Você já me escondeu muitas coisas. — Jogo as palavras ácida em cima dele.

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