ITÁLIA, PALERMO
VALENTINA MONTANARI
ATUALMENTE.
Olho pela milésima vez a chuva caindo lá fora, e eu sinceramente não sei mais o que fazer. Estou surtando sem informação alguma.
Faz mais de 11 horas que eu falei com Adam e até agora não tive nenhum retorno. Já dava pra ele ter chegado aqui a algumas horas.
E eu odeio esperar. Eu odeio ficar sem respostas. Eu simplesmente odeio o mundo, ou melhor, a minha vida.
Cada merda que veio acontecendo foi levando a outra.
Primeiro, a morte de Petrus, que me deixou totalmente fora de mim.
Segundo, a morte de meu pai, que me transformou no capo da cosa nostra.
Terceiro, o meu casamento com Giovani Vitali, o maior filho da puta da história. E no final de tudo, foi o culpado por toda desgraça na minha vida. E eu irei matá-lo.
E com certeza, agora, será a última coisa que irei fazer na vida.
A ideia de finalmente poder fazer o que eu estava em mente desde o início me deixa feliz. Porque eu finalmente poderei reencontra-lo. Se isso realmente existir.
Já passei muito tempo por aqui, já passei muito tempo sem ele.
Saio de perto da janela voltando a minha mesa para olhar se meu celular tem alguma nova mensagem. Nada.
Não tenho notícias de Adam nem do Vitali. E isso me preocupa.
Resolvo sair daqui de dentro, se eu ficar aqui mais um minuto eu vou enlouquecer, e o melhor é só fazer isso quando eu estiver frente a frente com o Vitali. Esse pensamento me faz sorrir. Não vejo a hora de finalmente poder por um fim na vida dele.
Ao entrar no elevador desço até o térreo para ir para casa. Observo um burburinho entre algumas dançarinas do clube. Resolvo ir olhar o que está acontecendo.
— Posso saber por que as senhoritas não estão trabalhando? — pergunto claramente irritada. Eu odeio ver elas fazendo corpo mole. Não estão aqui de graça. Nem obrigadas. Elas se viram na minha direção com umas caras assombradas. — Então? Estou esperando uma resposta! — falo chegando mais perto.
— É... Senhora... Já estamos voltando ao trabalho. — Uma delas fala, mas sinceramente não entendo essa cara delas.
Deve ser medo, só pode.
— Acho bom... Da próxima vez, estão na rua. Todas. — falo e as deixo para trás.
Quando estou me aproximando do meu carro vejo Derek vir em minha direção correndo.
— Senhora... — ele me chama me fazendo parar.
— Agora não Derek! Estou cansada, preciso ir pra casa tomar um banho — falo seguindo em direção ao carro, mas ele me alcança.
— A senhora precisa ver isso agora! — ele diz pegando em meu braço. O puxo rapidamente de suas mãos.
— Nunca mais ouse encostar em mim Derek! Da próxima vez você irá perder seu braço. — falo realmente estressada.
Ele acha que só porque dei uma liberdadizinha a ele, pode fazer o que quiser.
— Desculpe senhora... Mas olhe isso. — ele fala me dando seu tablet. Na verdade, praticamente esfregando em meu rosto.
— Ver o que Derek? — pergunto pegando o aparelho.
E com aquela imagem eu paraliso. Totalmente.
É claro que é mentira. Não tem como ser real. Na verdade, é impossível.
Eu fico olhando fixamente para aquela imagem sem acreditar. Adam e alguém totalmente igual a ele.
Mesmo corpo.
Mesmo rosto.
Tudo exatamente igual.
E eu ainda não consigo acreditar.
Não pode ser.
Não é real.
— Isso é montagem! — falo entregando o aparelho para Derek.
— Senhora... Não é. Eu também não acreditei de início, mas eu acabei de ligar para o hotel onde o senhor Forchhammer está hospedado e me informaram que ele pediu outro quarto... Para Petrus Forchhammer... — ele diz e simplesmente não escuto mais nada.
Eu fui ao velório dele.
Eu chorei por ele.
Eu me transformei nisso por ele.
O Adam deve ter uma boa explicação para isso. Ele tem que ter.
Deixo Derek para trás entrando em meu carro e pedindo aos seguranças para seguirem em direção ao hotel onde estão hospedados.
É mentira.
Ele morreu.
Eu vi isso, eu assisti ao vídeo de sua tortura.
Eu vi seu corpo totalmente desfigurado.
Eu vi a aliança de noivado próxima ao seu corpo.
Tudo exatamente igual.
Não é possível que tudo foi armação e eu não percebi. Não é possível.
Vejo o carro andando pelas ruas e eu só consigo pensar que se for verdade, minha vida vai dá um giro de 360° graus.
O meu Petrus vivo.
Acho que essa seria a melhor notícia que teria na vida.
Isso me faria mudar tudo.
Me faria querer viver.
Eu sempre sonhei com isso. Sempre imaginei poder tê-lo ao meu lado mais uma vez. Poder tocar seus lábios. Sentir seu corpo. É tudo que eu sempre quis. E se for verdade, eu farei tudo isso. E finalmente poderei ser feliz.
Realmente o ditado que depois da tempestade vem a calmaria é verdade, acho que as coisas vão começar a dar certo novamente pra mim.
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FRAGILE | ✓
RomantizmDurante toda minha vida eu sempre ouvi as pessoas falarem sobre o amor, e eu sempre quis viver um, e eu vivi. Um amor leal. Um amor terno. Um amor recíproco. Mas nada na vida é eterno. Se posso afirmar algo com plena certeza é que uma decisão errada...