FRAGILE | ✓

vinte e nove

ALEMANHA, FÜSSEN

VALENTINA MONTANARI

QUATRO ANOS ATRÁS.

Eu amei e te amei e te perdi

Eu amei e te amei e te perdi

E isso dói como o inferno

Sim, isso dói como o inferno [...]

 Hurts like hell | Fleurie.

Eu não sei exatamente em que momento toda minha vida começou a ruir, só sei que a exatamente um ano atrás eu pareço ter começado a perder tudo. 

Após a confirmação da morte de Petrus, eu quis sair de casa, viajar pelo mundo e tentar de alguma forma me enganar que nada daquilo aconteceu. Que ele estava vivo e que estávamos felizes.

Saí de casa porque não aguentei os olhares de pena que me davam a cada vez que encontrava as pessoas que estavam presente em meu casamento. 

Não aguentava ouvi-los dizer que sentiam muito. 

Não aguentava mais nada. 

Eu só queria morrer. 

Só queria que ele tivesse me levado junto com ele, porque eu não estava aguentando mais.

Após o enterro, eu entrei em um eterno luto.

Meus pais não aguentaram me ver cada dia mais pra baixo e aceitaram que eu viajasse, mas a ideia era que eu fosse me especializar no meu curso, em uma das melhores escolas de design, obviamente não deu muito certo. 

Então resolvi vim atrás da única pessoa que podia me ajudar. A única pessoa que estava sentindo a mesma falta que eu. 

Adam. 

Ele não se lembra bem do que aconteceu, pelo o que pude entender, eles tinham caído em uma emboscada. 

Petrus foi sequestrado quando o carro capotou e só foi encontrado dias depois, foi torturado durante dias de uma maneira horrível que não deu para reconhecer seu rosto. E é isso que me faz ter mais sede de vingança. 

O problema de tudo é que foi alguém de dentro que armou. O mesmo alguém que Petrus estava tentando descobrir quem era, mas não deu muito certo.

Quando cheguei aqui, 4 meses após a morte de Petrus, Adam estava em um estado pior que o meu. Só vivia bêbado e a casa só não estava destruída porque Anne cuidava de tudo, essa que também não aceitou muito bem como as coisas aconteceram. 

Eu precisava fazer alguma coisa para tirar um pouco desse vazio da minha cabeça, na verdade, eu queria ocupar ela de alguma forma. 

E tudo que vinha na minha cabeça era vingança. Essa pequena palavra que não saia mais. 

Pedi a Adam para me aperfeiçoar cada vez mais dentro desse mundo. 

Queria poder virar uma pessoa letal e impossível de ser tocada. Queria virar alguém páreo para meu inimigo que ainda não sei quem é. Mas irei descobrir. 

Durante os meses, eu aprendi a lutar, me defender. 

Passei por algumas torturas, essas que nem meu pai nunca me permitiu passar durante meu treinamento. Com isso, fui me tornando exatamente o que eu queria. 

Fria e sem escrúpulos. 

Com a dor, aprendi a guardar minhas emoções, e não só com as dores físicas, mas também com as que eu sentia e ainda sinto internamente.