oitenta e um

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ITÁLIA, PALERMO

VALENTINA MONTANARI

ATUALMENTE.

Eu não sei porque mas eu me sinto insegura, o tempo todo.

Acho que talvez seja porque eu já sofri tanto que tudo me deixa a flor da pele.

Cada ação, tudo.

Hoje no escritório do Petrus, eu agi como antigamente.

Como aquela garota.

Aquela garota ciumenta e imatura.

Eu me senti assim hoje.

Talvez eu devesse ter ignorado os sinais. Tivesse fechado os olhos.

Mas não dava. Eu vi que ele estava mentindo. E eu não sei porquê.

Eu estou o tempo todo pensando. O tempo todo tentando me manter forte.

Eu o amo e eu tenho medo de perdê-lo.

De novo.

Pego mais um copo de whisky e tomo.

Deve ser o décimo. Ou vigésimo... Não sei.

— Acho que você está bebendo muito... Não é melhor parar? — escuto Derek falar atrás de mim. Me viro em sua direção.

— E eu acho que você não pode opinar... Você esqueceu quem manda aqui? — falo levantando meu copo com um tom sarcástico na voz.

— Eu sei disso, chefe. Mas sou seu amigo, antes de qualquer coisa. — se senta ao meu lado pedindo um copo também. — Não sei o que aconteceu, mas não desconta na bebida. — ele diz, assim que pega seu copo.

— Eu sei disso, mas eu quero beber e foda-se o que você acha! — falo, tomando o líquido que desce rasgando minha garganta.

É incrível como mesmo depois de anos tomando a mesma bebida, eu ainda não me acostumei.

— Vou embora, cansei de ficar aqui. — digo me levantando. Escuto o suspirar.

— Quer que eu vá com você? — ele diz, sorrindo. O olho estranho. Eu tenho seguranças pra isso. E ele sabe.

— Acho que tenho seguranças pra isso Derek. — ele sorrir, piscando pra mim.

Saio da nova sede do sub10, indo até o carro, onde meus seguranças me esperam.

Provavelmente ele deve está na minha casa. Vi todas as mensagens que ele me enviou.

Eu realmente posso está fazendo tempestade em um copo d'água.

Mas também posso está certa. Ele pode ter enjoado de mim. De nós.

Eu odeio ter dúvidas.

Eu odeio não saber o que ele realmente sente por mim.

Eu odeio que ele não lembre da nossa história.

Eu odeio a minha vida. Totalmente.

Vejo a vida passar tão depressa por meus olhos. Eu vejo as pessoas sendo felizes. E eu aqui, mais uma vez, com dúvidas. Como sempre.

Eu o amo, e eu odeio não saber se é recíproco.

Nossa história teve tantos altos e baixos, que agora, eu só queria ter uma certeza. Apenas.

O carro diminui a velocidade, então percebo que já estamos próximo ao prédio que estou morando.

Desço rapidamente do carro, sem sequer esperar os seguranças abrirem a porta.

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