quarenta e sete

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ITÁLIA, PALERMO

VALENTINA MONTANARI

ATUALMENTE.


Tento ligar pela milésima vez ligar para Adam mas ele não atende a merda do celular. Preciso dele aqui, com urgência!

Pego novamente a terceira xícara de café que tomo hoje. Desde que cheguei aqui, não paro de pensar e tentar ligar para ele.

Meus homens estão lá embaixo brincando um pouco com os traidores, estou deixando meu ódio para o verdadeiro filho da puta. E também porque não estou com cabeça para ir ouvir lamúrias e piadinhas daqueles desgraçados.

Me levanto seguindo em direção a parede de vidro com a intenção de olhar a cidade. Tudo do mesmo jeito, as pessoas seguindo com suas vidas, tentando ser felizes, enquanto eu, estou aqui, triste, solitária e sem a mínima vontade de viver.

Tudo por causa da falta dele. Perdi a vontade de ser feliz.

Resolvo não ir pra esse lado negativo dos meus pensamentos. Volto para minha mesa, olhando novamento meus arquivos. Tão vagos.

Desde que Petrus começou a investigar a pessoa que estava claramente tentando o atacar, tenho todos os arquivos aqui. Cada um deles. Mas nenhum me leva a lugar nenhum.

Primeiro, o ataque as empresas, depois, roubos nas boates e por último o sequestro no dia do nosso casamento. Tudo está interligado. A pessoa que quer o atacar tinha muito ódio dele, o que não entendo, é porque não pararam. Por que continuou.

A única explicação é que essa pessoa esteja com interesse no comando da máfia. Não só da Alemanha, mas também da Itália. Ou seja, me tirar do poder também.

Os arquivos são desde os antepassados, traidores, associados que foram expulsos e até mesmo famílias importantes. Ao observar a lista com mais calma, algo me chama atenção.

Família Vitali.

Cerca de três décadas atrás foram investigados por traição, mas não teve provas concretas, então não foram expulsos, só não eram vistos bem pelas famílias. Não sei exatamente que tipo de ligação isso poderia ter ao traidor.

Mas porque Petrus tinha esse arquivo aqui?

Ele era esperto, se isso estava aqui, algum motivo importante deve ter.

Meus pensamentos são interrompidos por uma batida na porta. Digo um entre baixo.

Não me surpreendo ao ver Adam entrar por ela.

- Soube do que aconteceu só agora. Você está bem? - ele me pergunta vindo em minha direção. O observo, tão parecido com Petrus e ao mesmo tempo não.

- Agora estou melhor que antes. O que realmente quero saber é onde você estava? Você sumiu do mapa Adam! - falo mostrando minha indignação com sua atitude.

Ele se senta na cadeira de frente para a minha, me observando. Algo em seu olhar me deixa intrigada.

- Resolvendo problemas pessoais. Não tive tempo de ver o celular. Não irá mais se repetir. - ele diz tentando soar simpático. Mas está nítido que tem algo de errado. - Então quer dizer que Pierre era um dos filhos da puta o tempo todo? - ele pergunta voltando ao assunto.

- Sim... Agora tudo está começando a fazer mais sentido, estava esperando por você para irmos lá embaixo juntos, afinal, nós dois queremos essa vingança. - falo me levantando sentindo seu olhar me seguir. - Você não vem? - pergunto já perto da porta.

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