sessenta e cinco

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INGLATERRA, BRIGHTON

ALINA FERRARO

ATUALMENTE.

Desde que conheci Valentina no colégio durante o ensino médio, sempre a admirei muito, mas nunca tive inveja de sua vida. Jamais.

Eu também tinha tudo. Tinha dinheiro. Poder. Sucesso. E era linda.

Mas tudo mudou quando eu pus meus olhos nele. Tão lindo. Tão poderoso. Tudo que eu sempre quis em uma única pessoa. E ela o tinha. E eu também o queria.

Eu odiava ver ela feliz ao lado dele. Odiava saber que eu poderia está no lugar dela, mas principalmente, eu odiava saber que ele nunca olharia para mim, porque para ele, só ela importava.

Quando eu me deparei com a morte dele, antes do casamento dos dois, eu surtei, eu não aceitava a ideia de ter o perdido antes mesmo de ter o tido. Eu não aceitava.

Foi aí que eu e escutei sem querer, durante o velório um homem falando ao celular sobre um sequestro. Tudo se ligava perfeitamente aos pontos do que tinha acontecido com Petrus. Foi quando eu percebi que ele poderia está vivo.

Nesse momento eu percebi que a vida tinha me dado uma segunda chance. Eu poderia tê-lo sem ninguém por perto. Principalmente sem ela.

Imediatamente pedi a meu pai para intervir por mim com Giovanini, e deu certo. Ele me entregou Petrus do jeito que eu sempre quis. Sem ela em sua cabeça.

Eu o amei. Eu cuidei dele. Eu fiz tudo por ele. E é por isso que eu não posso perdê-lo.

Quando saio da rodoviária sigo rapidamente para casa. Preciso fazer ele viajar comigo ainda hoje.

×××

Quando chego em casa um pouco mais tarde que o normal procuro por ele mas não o encontro. E eu tenho que sair daqui o mais rápido possível. Não posso permitir que Adam ou ela coloque as mãos nele, de maneira alguma.

— Amor? — Chamo por ele mas não escuto nada. — Antony? Cheguei! — falo, entrando em nosso quarto.

Nada.

Isso não pode ter acontecido. Ele não pode ter ido embora.

Automaticamente pego meu celular e ligo para ele.

Um toque... Dois... Três... E nada.

Eu não acredito. Merda!

Eu não posso o perder. Não posso. Eu lutei muito para finalmente tê-lo ao meu lado.

Se Adam conseguiu o levar para ela tudo vai dar errado. E com certeza ela virá atrás de mim. E se tem uma coisa que eu sei bem sobre Valentina Montanari é que ela é vingativa. Muito.

Vou em direção ao closet arrumar uma mala. Preciso sair daqui logo.

Pego poucas roupas e saio do apartamento ligando para Giovanni, ele poderá me informar sobre o que aconteceu.

— Olá querida... — ele diz, do outro lado assim que atende.

— Ela pegou ele né? Ele não está em casa! — falo praticamente gritando.

— É divertido ouvir o desespero na sua voz... — me responde sorrindo. — E sim, ela está com ele. Acho que você perdeu seu brinquedinho Alina. — Eu ainda tinha esperanças que ele pudesse está por aqui. — Mas não se preocupe... Ele irá morrer logo logo... — desliga antes mesmo de eu processar o que ele disse.

Esse filho da puta não irá tocar nele novamente. Eu não irei permitir.

Pego um táxi em direção ao aeroporto.

Se for pra morrer, que seja salvando a única pessoa que eu amo. Petrus Forchhammer.

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