FRAGILE | ✓

quarenta e dois

ITÁLIA, PALERMO

VALENTINA MONTANARI

ATUALMENTE.

Fazem exatamente quatro dias que não tenho nenhum contato com Adam, nenhuma resposta.

Eu estou preocupada. Primeiro porque ele me disse está indo procurar por Maltino e segundo que ele me mandou acreditar nele. Por algum motivo ele me disse isso.

Não gosto das coisas que estão acontecendo. Alguma merda muito grande está vindo por aí e eu sinceramente tenho medo. Tenho medo de me decepcionar com algumas pessoas.

Eu simplesmente tenho medo, porque aquela garota continua aqui. A que tem medos e principalmente, vingança.

Do meu escritório tento mais uma vez falar com Adam por e-mail, já que por ligação não posso, mais uma vez nada de respostas. Desisto de tentar falar com ele e saio em direção a minha sala de reunião.

Alguns chefes de gangues entraram em contato comigo ontem para marcar essa reunião, me informaram que um novo fornecedor falou com eles para tentar levá-los para o lado deles, o que não deu muito certo, pelo menos para aqueles que estão aqui hoje.

A pessoa que está tentando me destruir está começando a jogar baixo, muito baixo. E sem tem uma coisa que eu sei fazer bem, é jogar baixo também. Vamos ver quem ganha essa guerra.

— Bom dia! — digo assim que entro na sala com o total de uns 10 homens a minha espera, incluindo Derek.

Eles me respondem em uníssono.

Sento em minha cadeira pedindo para começarem a falar sobre o que vem acontecendo.

Todos me informam que a mesma pessoa entrou em contato, sem dizer o nome ou qualquer dado sobre si.

— E vocês não pensaram em tentar rastrear? — pergunto puta.

— Eu até tentei, mas parecia ter algum tipo de bloqueio na ligação, não dava pra rastrear de maneira alguma. — O capo da Espanha me informa.

— Esse cara é muito bom, e com certeza ele está querendo mostrar que você é fraca senhora. — Derek fala.

O olho sabendo que é verdade.

Eu tenho muitas desvantagens. Sou mulher, estou a pouco tempo no comando e principalmente, não consegui o pegar nesse tempo.

Me levanto da minha cadeira andando até a parede de vidro do outro lado da sala.

A visão da cidade lá em baixo é esplêndida, mas isso não me dá uma ideia. Eu não sei quem é ele, sendo assim, não sei como atacar alguém que está no escuro. Alguém invisível para mim.

— Eu preciso de toda informação que puderem conseguir, quero que vocês tentem entrar em contato com ele novamente. Digam que aceita a proposta e que está aberto a novas experiências. Se possível, quero que espalhem que meu comando está enfraquecido, que estou apreensiva. — falo me virando para eles. Eu não posso fraquejar agora. — Ele precisa achar que estou sem saídas e ai sim, em algum momento esse filho da puta vai ter que se mostrar para algum de vocês.

— É um bom plano, se tudo sair como planejado, poderemos facilmente conseguir descobrir quem é. — O capo da Rússia diz.

Não posso confiar muito nele, mas só tenho essa alternativa. Na verdade, não posso confiar em nenhum deles.

— Sim, quero que digam que estou fraca. Eu já entendi qual o ponto dele. Ele quer me tirar do poder, se ele reunir um bom grupo contra mim, conseguirá facilmente. — Volto a me sentar, agora encarando cada um deles. — Se algum de vocês pensarem em me trair, saiba que não hesitarei em matar vocês e muito menos cada membro da família de vocês. Reunião encerrada. — falo me levantando e saindo da sala.

Vejo Derek me seguindo até minha sala.

Quando já estou dentro, escuto a porta ser fechada.

— A senhora sabe que esse plano tem um alto risco né? Se algum deles pensarem em te trair tudo pode desandar. — ele fala se sentando na cadeira de frente para a minha.

— Eu sei... Por isso eu quero que você arme um mapa para cada um deles. Eu quero cada passo deles sendo visto. Eu quero saber até quando forem no banheiro. Qualquer passo fora do radar. Estarão mortos no próximo minuto. — digo com a voz ameaçadora.

Ele me olha com um olhar admirado.

— Sim senhora. Irei fazer isso. Qualquer passo fora a senhora saberá logo em seguida. Com licença. — ele fala e se retira de minha sala.

Vou ao computador novamente tentando falar com Adam, no momento que mais preciso dele ele não está aqui.

Saio do e-mail e sigo para verificar alguns arquivos de carregamentos que chegaram essa semana.

Meus olhos passam por uma pasta tão conhecida por mim e não resisto em abrir. Nossos momentos.

Vejo uma sequência de fotos nossas, na casa de praia, na Alemanha, na nossa viagem a Rússia.

Abro uma em especial. Eu estou em seu colo sorrindo enquanto ele me olha apaixonado.

Nós éramos felizes, tínhamos tudo para ser o casal mais belo dentro da cosa nostra. Tinha...

A sensação de saber que o filho da puta que destruiu tudo está a solta me deixa vendo vermelho. Eu. Preciso. Descobrir. Quem. É.

Saber que tem alguém feliz com minha tristeza me faz ficar cada vez mais revoltada. Nossa vida era perfeita.

Ver essas fotos me fazem pensar no que ele faria se tivesse no meu lugar. Qual plano ele iria fazer para descobrir quem é esse cara.

Petrus sempre foi muito inteligente, sabia armar planos melhor que ninguém.

O problema é que eu não faço ideia do que ele faria. Simplesmente não faço.

Me levanto da cadeira indo até a mesinha com bebidas.

Pego uma garrafa de água, voltando para minha cadeira.

Eu só queria está em uma ilha afrodisíaca nesse momento, com ele. Sem problemas e sem máfia.