sessenta e quatro

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ITÁLIA, PALERMO

VALENTINA MONTANARI

ATUALMENTE.

Vê-lo me fez bem, me fez acreditar que as coisas podem dar certo para mim. Afinal, a ideia de ter ele aqui comigo era nula.

Ele estava morto até ontem e agora aparece de volta bem na minha frente. Isso é incrível.

Infelizmente isso só é bom pra mim, já para os capos não. Como é possível um dos maiores chefes da cosa nostra ficar desaparecido por tanto tempo e ninguém nunca ter o visto? É exatamente isso que eles devem está pensando. Com certeza estão criando teorias malucas contra Petrus, qualquer uma que envolva matá-lo no final, o que eu logicamente não irei permitir.

Quando o carro para de frente ao sub10 vejo mais de 20 carros pretos parados na frente. Realmente todos estão aqui. Tenho que está preparada para tudo que está por vir agora.

Desço indo em direção a porta, sei que as coisas não devem estar boas lá dentro. Primeiro, toda merda envolvendo o Vitali e agora Petrus volta dos mortos. Chega a ser até engraçado.

Vejo alguns seguranças me olharem estranho, mas ignoro, subo direto para a sala de reuniões, no caminho sou interrompida por Derek, mais uma vez.

— Senhora... As coisas realmente não estão boas dentro dessa sala, espero que a senhora se controle com tudo. — ele diz, logo em seguida abre a porta e eu me deparo com todos os capos em suas respectivas cadeiras.

— Boa noite! — Fala assim que me sento na cadeira, como imaginei, os filhos da puta não respondem. — Pensei que vocês eram um pouco mais educados com a chefe de vocês. — falo ameaçadoramente olhando para cada um deles.

— E eu pensei que você fosse mais esperta. Seu ex noivinho se finge de morto e logo depois volta e você vai deixar isso pra lá? — O capo de Portugal fala.

Me levanto rapidamente com minha glock em punho apontando para ele.

— Primeiro, olha a maneira como você fala comigo. Eu ainda continuo sendo a porra do seu don, e se mais algum aqui dentro ousar falar comigo nesse tom eu enfio uma bala no meio da testa. — falo olhando para todos agora, ninguém fala mais nada e ele se senta em sinal de rendição. — Pede desculpa! — ele me olha realmente puto, mas faz o que eu mandei.

— Desculpa don... Isso não irá se repetir. — Gosto assim. Mas eu sinto na sua voz o sarcasmo.

Ele me trará problemas.

— Muito bom... Agora podemos realmente começar a reunião. — digo me sentando novamente em minha cadeira e colocando minha arma em cima da mesa. — Estive a pouco com os Forchhammer e posso garantir que há uma explicação para tudo que aconteceu. Acho que todos aqui já sabem que Giovanni Vitali está sendo caçado por mim, afinal, ele é o traidor, e tudo está ligado a ele. Ele só se casou comigo porque Petrus estava "morto", ou seja, ele foi o único que teve vantagens. Portanto, não há motivos para todo esse desespero de vocês. — Termino de falar e espero eles começarem.

— Mas como você pode ter tanta certeza que ele está falando a verdade? Desculpa falar, mas você fica um tanto cega quando se trata de Petrus. — O capo da Irlanda fala com um pouco de medo.

— Eu simplesmente sei que ele está falando a verdade! E espero que todos aqui também. — falo olhando para cada um deles.

— Se a senhora acredita, também iremos. Mas tem que haver uma explicação muito boa para tudo. — Outro capo fala e eu entendo. Com certeza ele tem.

— Bom... Já que estamos entendidos, acho que a reunião está acabada, mas ainda por esses dias marcarei outra com Petrus para vocês falarem com ele. — falo já me levantando, todos seguem meu movimento.

Depois que todos se retiram percebo que não foi tão ruim assim. Hoje eles me respeitam e vão me escutar, pelo menos eu espero que isso aconteça.

Saio da sala de reuniões indo para minha, quando entro meu celular começa a tocar. Pego o atendendo sem olhar quem era.

— Olá esposa... Soube que seu ex noivinho reapareceu... — Giovanni fala do outro lado da linha. Desgraçado. Ainda tem coragem de ligar para mim.

— Fico me perguntando como você ousa me ligar sabe... Espero que você esteja bem escondido porque eu vou te encontrar — falo realmente estressada, ele não vai ganhar dessa vez. — E quando isso acontecer... Eu vou matar você bem lentamente. Você irá pagar por tudo que fez a Petrus e a mim. — ele ri do outro lado.

— Amore... Você só me achará se eu quiser... Pensei que você soubesse disso. — Sua voz é puro sarcasmo. Meu ódio só aumenta cada vez mais. — Acho bom você esconder ele bem... Porque se eu por minhas mãos nele novamente... Ele não sairá vivo. Me arrependo até hoje por não tê-lo matado da outra vez.

— Seu filho da puta! Se você ousar tocar nele... — Escuto quando o sinal acaba. Ele desligou na minha cara? Que ódio!

Eu não aguento mais essa brincadeira ridícula. Eu preciso matá-lo. Eu preciso disso para ter paz. Simplesmente.

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