15. Marcella

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Eu fiquei naquela cama sem entender o que tinha se passado. Nas poucas vezes que fizemos amor sempre havia sido calmo e gostoso, mas aquela vez fora igualmente gostoso. Porém havia sido como se nenhum dos dois conseguisse controlar a paixão que se seguiu. Theo não me machucou. Pelo contrário, me mostrou um prazer ainda mais intenso.

A não ser que... 

Calei o pensamento dentro de mim. Era demais para eu suportar. Será que ele fez sexo comigo daquela maneira como forma de me punir por eu não ser a maldita Malu? Será que ele estava com raiva? E depois se arrependeu? 

Dobrei minhas pernas e meus joelhos ficaram na altura do queixo. Apertei minhas pernas e meus olhos marejaram, mas tentava bravamente não deixá-las caírem. Theo ainda amava aquela insuportável. Só podia. 

Aquele pensamento dilacerou minha alma e eu estremeci.  Então ouvi um ruído no banheiro e fechei em meu corpo os lados do vestido sem de fato abotoá-los,apertando os dentes para conter a raiva que crescia em meu interior.

Eu tirei o Saulo deste casamento, pensei. Ele deveria fazer o mesmo com a maldita Malu.

A porta do banheiro se abriu e caminhei para ele. Theo tinha uma toalha cobrindo de seus quadris para baixo. Estava ainda mais lindo.

- Você não me machucou. - sua expressão era de dor. - Eu gostei. - ele franziu o cenho como se não quisesse escutar o que eu dizia. - Pra mim, fazer amor com você é como mergulhar em outro mundo e cada vez que você me apresenta  uma nova forma de prazer, estou no paraíso.

- Você não sabe o que está falando, Marcella. - sua voz era carregada de pesar.

- Posso não saber, mas aprendo um pouco mais sempre que estou em seus braços. A não ser... - minha confiança cai por terra. - Que não seja tão bom pra você quanto é pra mim.

Sinto-o se aproximar. Theo toca em meu queixo e faz com que meus olhos encarem os seus.

- Por Deus, Marcella, estar com você e sentir você é o próprio paraíso.

- Então por que ficou daquele jeito? - indago com a voz embargada.

- Porque tive medo que a intensidade com que as coisas aconteceram tivessem machucado você. - ele toca levemente em meu rosto fazendo-me fechar os olhos. - Você é doce e delicada e eu a profanei hoje.

Abro os olhos e vejo a intensidade daquelas palavras em seus olhos. Sorrio levemente.

- Isso não aconteceu, Theo. Eu não sou uma...

- Sim, você é. Você é meu anjo. E hoje eu a maculei.

- Não. - toco em seu rosto e agora é ele que fecha os olhos. - Eu sou uma mulher e você me deu prazer. - ele abre os olhos e me encara profundamente. - E eu amei cada investida sua em mim. Cada pulsar do seu membro dentro de mim. Eu não sou uma boneca de porcelana, Theo. Eu não quebro. E eu quero que você me mostre tudo o que o prazer possa proporcionar. Eu não quero ter isso com nenhum outro homem que não seja você.

Aquela era a mais pura verdade. Eu queria conhecer tudo com ele. Só ele. Com o homem que eu amava. 

Seus lábios tocaram rapidamente os meus e Theo passou os braços por minha cintura, aproximando-nos.

Casamento por amor? - FINALIZADOOnde histórias criam vida. Descubra agora