Eu sempre tive um senso de proteção quase obsessivo em relação à Martina. Como se ela fosse algo a ser preservado. Algo muito precioso. E ela era preciosa demais para mim. Mas como tudo que a envolvia, havia uma linha bem tênue entre a razão e o descontrole. Eu não tinha controle algum perto dela e exatamente por isso me afastava o máximo que podia. Ela era a minha irmãzinha e eu não podia ter pensamentos impróprios por ela. Era quase como um incesto.
Eu passei a noite toda querendo dar um beijo naquela boca suculenta que eu já tinha experimentado. Aquela boca que ela mesma já tinha me oferecido tantas vezes. E naquele momento em que ela estava me oferecendo muito mais que um beijo, sinais de alerta ecoaram por minha mente e meus instintos os captaram todos. Mas pela primeira vez na vida eu queria mandar tudo à merda e fazer amor com aquela menina que me amava. Não sei se ter levado um fora de Antonela facilitou as coisas. A verdade é que eu queria tanto quanto Martina.
- Você tem certeza disso? - perguntei com o coração quase esmurrando meu peito.
Martina assentiu bem devagar. Eu não falei mais nada, voltei a ligar o carro e parei em frente a Cantina. Olho pra ela e Martina parece assustada.
- Não quer mais? - pergunto bem devagar, dando a ela chance de desistir.
- Quero. - ela olha pra minha casa, depois volta a me olhar. - Mas aqui, Vitto? - sorrio um pouco, mais pra quebrar o gelo.
- Não se preocupe, devem estar todos dormindo. Além do mais, meu quarto fica no corredor oposto ao corredor do quarto dos meus pais e do da Marcella. Ninguém vai te ver. - saio do carro e abro a porta dela. Estendo a minha mão. - Vem? - Martina segura e sinto que está tremendo.
A casa está toda na penumbra. Como imaginei, estão todos dormindo. Entramos no meu quarto e eu tranco com chave. Martina fica parada no meio do quarto. Está escuro, então acendo apenas a luminária que fica na minha mesa.
- Martina...
- Não se preocupe, Vitto. - ela me corta. - Não vou fazer cobranças de nada depois dessa noite. Somos dois adultos. Eu quero. Você também quer. A não ser que tenha mudado de ideia.
- Não mudei. - falo profundamente
Fico diante dela e fecho os olhos. Abro-os esperando que Martina fosse apenas uma visão que estava ali para me tentar. Mas não era. Ela era bem real. Estava ali se oferecendo pra mim. E eu a queria. Tanto que doía. E ela seria minha, pelo menos àquela noite. Talvez fosse isso que eu precisava pra expurgar de vez Martina da minha mente. Aquela pequena diaba povoava meus pensamentos mais do que o normal. Eu tinha atração por ela e quando finalmente a tivesse poderia esquecer essa fantasia que me perseguia desde aquele maldito beijo em seu aniversário de 16 anos.
Fui pra mais perto dela com medo de que ela pudesse desistir e evaporar do meu quarto. O seu cheiro doce invadiu minhas narinas quando ela segurou minha nuca e colou seu corpo no meu. Minha boca foi faminta sobre a dela, o desejo estava em cada poro do meu corpo e eu me controlei para não deitá-la no chão e fodê-la gostoso bem ali. Mas era primeira vez da minha Pipoca e eu a faria inesquecível. Martina devolveu o meu beijo de uma maneira que me deixou insano.
- Ainda dá tempo de voltar atrás, Pipoca. - digo com meu pau doendo e implorando pra que ela não desistisse, mas eu precisava falar mais uma vez aquilo.
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Casamento por amor? - FINALIZADO
RomanceDois casamentos Marcella e Theo Martina e Vitto