18. Marcella

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- Eu adoraria ter conhecido os seus pais. - digo sinceramente e o vejo dar um leve sorriso. - Eles devem ter sido maravilhosos se eu levar em consideração o filho lindo que tenho diante de mim. - ele beija minha testa carinhosamente.

- Eu já volto. - ele diz e se levanta. Mas antes de continuar seu percurso, se vira. - Por que não vai para o quarto? - ele sugere. - Melhor se deitar que ficar nessa cadeira. - acato sua sugestão e vou para o quarto, mas antes o vejo entrar na cabina dos pilotos.

Retiro meu tênis e deito na cama macia. Fico deitada olhando para o teto e penso que nunca estive tão feliz em minha vida. E essa felicidade toda eu devia a um certo embaixador que preencheu meu coração assim que pus meus olhos nele. Depois que o Theo apareceu em minha vida, entendi o amor de Martina por meu irmão. Ele era um idiota por desperdiçar um amor tão grande como o da minha amiga. A porta se abre e Theo aparece com um lindo sorriso. Ele retira seus sapatos e deita ao meu lado, me aconchegando em seus braços.

Cheiro o seu pescoço e logo chego à sua boca. Dou pequenos beijos na sua boca e logo passo a língua. Ele sorri e aprofunda o beijo. Quando nosso beijo acaba, eu o olho e tenho certeza que meus olhos brilham apaixonados.

- Eu já disse que estou viciada nessa sua boca? - ele gargalha.

- Também estou viciado na sua. Não só na sua boca, mas no seu corpo todinho. - agora eu que gargalho alto.

Logo me aconchego novamente em seus braços e bocejo.

- Eles adorariam você.

- Quem?

- Meus pais. - sinto-o apertar o abraço. - Minha mãe então... - levanto o rosto e faço uma careta de brincadeira.

- Será? Ouvi dizer que sogras podem ser bem competitivas com as pobres noras. - ele me aperta e cheira meu pescoço, fazendo cócegas e eu rio.

- Minha mãe era doce, assim do seu jeitinho. - ele pegou minha mão com o anel que ele me dera, o que pertencera à mãe. - Meu pai se apaixonou por ela à primeira vista.

Eu queria que você tivesse se apaixonado por mim à primeira vista, penso. Dou um longo suspiro.

- Por que não me conta como se conheceram. - ele sorri e eu volto a encostar minha cabeça em seu peito.

- Eu adorava quando meu pai me contava. Saulo era muito pequeno pra lembrar, mas ficava quieto escutando a história de amor dos nossos pais. - seu semblante se tornou ainda mais sereno ao falar dos pais. - Meu pai era bombeiro.

- Hum... bombeiro. Já entendi tudo. - falo divertida.

- O que? - ele questiona sorrindo.

- Mulheres tem um certo fetiche por bombeiro. Uhhh. - ele me aperta e eu gargalho.

- Devo ficar com ciúmes, senhora Resende? - sorrio mais.

- Não, por Deus, prefiro embaixadores de ternos. Lindos e imponentes.

- Acho bom. - finge repreensão.

Gargalho.

- Continua.

- Minha mãe era de família rica, mas filha única. Meu avô, muito machista, não a deixava trabalhar. Então ela se ocupava com causas humanitárias. Meu avô não se importava muito porque isso era bom para a sua imagem de homem rico, porém preocupado com os menos favorecidos. Mas minha mãe era sincera. No dia que meus pais se conheceram ela estava num orfanato ensinando crianças pintura em tela. Ela era uma pintora excepcional. - assinto. - Mas numa parte do orfanato começou a pegar fogo. Minha mãe não fugiu. Ela começou a ajudar a evacuar as crianças. Os bombeiros foram chamados, mas minha mãe entrava e saía com mais crianças. Quando os bombeiros chegaram, ajudaram a tirar todos dali. Mas a diretora do orfanato disse que uma moça ainda estava lá dentro. Então meu pai entrou e a viu desmaiada por ter inalado muita fumaça. Ele a pegou nos braços e disse que nesse momento ela abriu os olhos e sorriu pra ele. - sinto-o sorrir. - Ele dizia que naquele momento foi como se um anjo sorrisse pra ele. - eu sorrio também achando a história mais romântica que já ouvi em toda a minha vida. - Ela se apaixonou pelo homem que a salvara. E ela dizia que ele que era um anjo. Os dois se chamavam carinhosamente de anjo até o fim de seus dias.

Casamento por amor? - FINALIZADOOnde histórias criam vida. Descubra agora