Eu simplesmente paralisei. Aquilo não podia ser verdade.
- Sabe o que eu não entendo, Martina? - ela pergunta, mas permaneço calada, atordoada. - Como você se presta a isso? Vitto está com você porque se sente responsável. Ele me disse que devia permanecer ao seu lado por causa do bebê. Ele não te ama, será que não percebe isso? Enquanto você está aí, ele está aqui. Comigo. - ela frisa bem a última palavra. - E eu o amo tanto que não me importo nem um pouco em ser a outra. Pelo menos por enquanto.
Antonela desliga o telefone e eu permaneço com ele em meu ouvido. Parecia que minha alma havia abandonado meu corpo. Eu não sentia nada. Eu não ouvia mais nada. Eu olhava para o nada e não enxergava. Então tudo à minha volta escureceu.
Abro os olhos e parecia que estava em meio a um nevoeiro. Mamãe estava ao meu lado, sentada numa cadeira.
- Onde estou? - sinto a língua pesada em minha boca.
- Hospital Samaritano, amor. - minha mãe responde.
- Hospital? Meu Deus, estou num hospital? O que aconteceu? Meu bebê? Meu bebê está bem? - pergunto apesar de não estar conseguindo entender nada com clareza.
Minha mãe não responde. Vejo lágrimas em seus olhos. Tento levantar, mas sinto dificuldade, pois em minha mão há uma agulha de soro. Mamãe me ajuda a sentar na cama.
- Meu bebê está bem? - pergunto ainda sentindo dificuldade em falar. Minha mãe olha pra baixo, fugindo da minha pergunta. - Por que não me responde? - a angústia me toma totalmente.
- Seu bebê não está mais conosco. - ela fala com a voz embargada.
Processar aquilo me dói a alma.
- Não. Isso não é verdade. Não pode ser. Alice está aqui... - soluço e nem tinha me dado conta que estava chorando.
- Alice se foi, meu amor.
- Não. - urro de dor. - Não pode ser.
Pego os braços de minha mãe e começo a chacoalhá-la.
- Devolva o meu bebê. - grito de dor, de desolação, totalmente devastada. - Eu quero minha Alice comigo.
Minha mãe pranteia comigo. De repente sinto braços fortes me amparando por trás. Me viro e o vejo. Vitto.
- Amor?
- Vitto, mamãe está me dizendo uma mentira. Por que ela está fazendo isso comigo? - falo com mágoa. - Nosso bebê está aqui. Não é?
Vejo Vitto olhando além de mim. Depois volta seu olhar ao meu. Seu silêncio me diz tudo. É verdade. Eu perdi minha Alice.
Chorava como uma alucinada. Chorava alto. Berrava como uma criança. Urrava.
- Shhhh, shhhh, não chore, amor. - dizia-me Vitto enquanto me abraçava. Meu braços estavam caídos. Não o abraçava de volta.
A dor era imensa. Minha pipoquinha não estava mais comigo.
Podia senti-la ainda...
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Casamento por amor? - FINALIZADO
Любовные романыDois casamentos Marcella e Theo Martina e Vitto