Eu olho para o meu marido como se ele tivesse duas cabeças. É surreal o que ele está me dizendo.
- Vitto... Eu tô louca ou você tá realmente me dizendo que os meus pais não são meus pais?
Vitto se agacha aos meus pés e segura minhas mãos descansando em meu colo. Ele é tão grande que mesmo assim seus olhos estão quase na altura dos meus.
- Eu sei que é difícil de acreditar, Pipoca, afinal você acreditou durante tanto tempo que aqueles dois crápulas eram seus pais que fica difícil entender essa história. Mas a verdade é que eles não são seus pais de verdade.
Solto minhas mãos das dele e esfrego meus olhos. Sinceramente aquilo era demais pra mim.
- E como é que você sabe disso e eu não? - questiono ainda sem acreditar, de fato, nessa história.
- Eu soube tem pouco tempo. Sua mãe biológica me procurou, mas eu não quis que contássemos até você ter o bebê. Fiquei com medo que a emoção te fizesse mal. Mal à nossa pipoquinha. - tocou em meu ventre.
Meu Deus! Aquilo é tão estranho pra mim, mas ao mesmo tempo tão reconfortante. Eu cresci sem entender porquê os meus pais não me amavam. Não que pais adotivos não sejam capazes de amar, mas pelo visto os meus pais não eram.
- Vitto, me conta essa história direito, pelo amor de Deus.
- Por favor, amor, não fica nervosa. Pode fazer mal ao bebê. - Era tão bom ouvi-lo me chamando de amor, mas eu não estava em condições de pensar sobre isso.
- Eu não estou nervosa, Vitto. - assegurei-o, apesar de ser mentira. - Eu preciso saber logo dessa história.
Assente ao mesmo tempo que inala profundamente o ar.
- Sua mãe me procurou e me contou a história. Creio que quase toda. Ela deve contar tudo pra você. Mas pelo que eu entendi, Florencia sequestrou você quando tinha quatro anos de idade.
Coloco a mão na boca, assustada. Toco em meu ventre como se assim eu pudesse proteger o meu bebê. Como uma pessoa seria capaz de tanta maldade, meu Deus?
- Amor, você tá bem? - ele pergunta voltando a segurar minha mão. Vitto está gelado, certamente nervoso que isso venha a prejudicar nosso bebê.
- Estou bem, amore mio. - tento acalmá-lo. - Mas eu preciso que você continue me contando.
- Eu não sei o que levou Florencia a sequestrar você, mas ela o fez. Sua mãe vai te contar tudo. Eu acreditei na sua mãe, principalmente quando ela me mostrou sua certidão de nascimento e as fotos suas de quando era uma menininha. - ele sorri. - Tenho certeza que a nossa pipoquinha vai ser igualzinha a você, amor. - sorrio mesmo em meio àquela loucura. - Mas eu só acreditei de verdade quando ela me mostrou o exame de DNA.
- Exame de DNA? - ele assente.
- No dia do nosso casamento, ela trouxe o exame. Nem tinha aberto, você acredita? Eu que abri. Dias antes ela me pediu algo seu para o exame. Eu dei a sua escova de dente.
- A que você me disse que tinha jogado fora. - ele deu um sorriso sem jeito.
- Foi por uma boa causa. Peguei também uns fios da sua escova de cabelo. Com o exame de DNA, ela disse que ia denunciar a Florencia e pelo que o Carlos disse, ela foi presa.
- Quem é essa mulher, Vitto? - pergunto. - Quem é a minha mãe?
- Eu. - eu e Vitto olhamos na direção da voz.
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Casamento por amor? - FINALIZADO
RomansDois casamentos Marcella e Theo Martina e Vitto