47. Martina

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Vitto estendia um papel que segurava.

- O que é isso? - pergunto ainda sem entender.

- Me diga você. - sua voz tinha tanta ira contida.

Peguei o papel e conheci-o. Era a carta que Fed me mandara juntamente com a passagem.

- Mexeu nas minhas coisas? - pergunto indignada quando aquilo se tornou evidente.

Ele ri sem o mínimo humor.

- Eu não mexi nas suas coisas. - diz, irônico. - Eu entrei no quarto e você estava no banheiro. Precisei pegar umas coisas na prateleira mais alta do coset quando um papel caiu no chão. E então isso apareceu.

- E você não se importou nem um pouco em invadir a minha privacidade e abrir algo que não era seu. - afirmei, também irritada com aquela situação.

- Não vire as coisas contra mim, Martina. - ele diz firme, mas visivelmente alterado. - Eu li o conteúdo da carta. Ele a ama e a quer. E pra piorar ainda quer a minha filha.

- Não distorça as coisas, Vittorio. 

- Distorcer? - ele gargalha, fingido. - Ele é muito claro, Martina. Agora o que eu quero saber é: por que você guardou isso se está casada comigo?

- Você quer mesmo saber por quê eu guardei isso, Vittorio? - grito chacoalhando o papel em minhas mãos.

- Foi por isso que eu perguntei, não?-  responde sarcástico.

- Pois bem. Eu guardei essa passagem porque no dia eu que eu a recebi, ouvi você dizer a sua irmã que não estava exatamente pulando de alegria por ter se casado comigo. - sua expressão muda completamente.

- Pipoca... - começa, envergonhado e se aproxima querendo me tocar.

Eu recuo e empino o queixo, torcendo para que ele não visse a mágoa em meus olhos.

- Não. Você queria saber, não é mesmo? Então você vai saber. Eu sempre soube que você não tinha se casado comigo por amor, porém ouvir aquilo tão diretamente acabou comigo. Eu estava magoada e pra piorar as coisas, sabe quem eu encontrei, Vittorio? - pergunto, mas não lhe dou chance de responder. - A sua querida Antonela. Ela me jogou na cara a farsa que era o nosso casamento, como se ela precisasse fazer isso, não é? Você mesmo já tinha feito. - paro pra respirar. - Não vou mentir pra você, ao receber essa carta justamente naquele dia, me fez considerar a ideia de ir. Mas eu não podia. Não por amor a você, mas por amor ao meu bebê. Eu não ia impor a ele a falta de um pai somente porque o pai dele não me amava.

- Me perdoa, Pipoca, por favor. Por aquele dia. Por hoje. - ele se aproxima e agora eu permaneço no mesmo lugar. Suas mãos se fecham em concha em meu rosto. - Fiquei louco ao ler isso. Louco só de pensar que você podia me deixar. - ele fala com dor em seus olhos. - Eu te amo, Pipoca. Eu demorei a enxergar isso, mas eu te amo como nunca pensei que fosse capaz. Eu não posso perder você.

Antes que eu pudesse processar suas palavras ou dizer qualquer coisa, sua boca já estava na minha. Eu não podia lutar contra. Não queria. Envolvi o pescoço dele com os braços, apegando-me com toda a força. As bocas se fundiram, nem ao menos se beijando exatamente, simplesmente se tocando, como se ávidas pelo contato. De repente, Vitto se afastou. 

- Eu te amo. - disse ele roucamente. 

Ele me tomou nos braços, carregou-me até a cama.

Meus braços desceram do pescoço para o peito de Vitto. Puxei a camisa dele, ansiosa para que nossas peles se tocassem. Mas havia algo diferente. Uma urgên­cia em nossos movimentos frenéticos indicavam algo além do desejo.

Ele arrancou a toalha que enrolava meu corpo. Apoiando-se no cotovelo, ele se inclinou e capturou um dos mamilos com sua boca. Acomodei a cabeça de Vitto em minhas mãos, en­quanto a outra desabotoava e abria a calça caqui que ele usava. Deslizei a mão para dentro da braguilha aberta, acariciando sua excitação. Ele gemeu.

Vitto se afastou, se ajoelhou e encarou meu corpo inteiro. Como se me admirassse. Toquei em seu peito, o coração de Vitto batia loucamente. 

- Faça amor comigo, amore mio. Preciso de você. Aqui. - Sussurrei enquanto minha mão  descia pela barriga até alcançar o centro da minha feminilidade.

Em um rápido movimento à frente, ele atacou minha boca,  pescoço, seios, barriga, umbigo, até finalmente chegar à minha intimidade. Seus lábios, língua e dentes trabalharam loucamente até que meus gritos preenchessem o quarto. 

- Gostosa pra caralho. - ele disse, rouco. - Preciso estar dentro de você, meu amor.

Vitto me levantou pelas nádegas. Minha mão envolveu sem membro lindo e duro e guiei-o para dentro de mim. Cravei minhas unhas nas nádegas dele, impelindo seu movimento. Ele investia cada vez mais rápido tomando cuidado com meu ventre, onde nosso bebê estava guardadinho.

Minhas mãos percorriam todo o corpo do meu amor. Ele olhava pra mim com paixão. Aquela paixão que sempre sonhei vir dele. 

- Não estou aguentando, amor. - ele disse quase sem fôlego.

Então seu clímax explodiu dentro de mim. Gritei quando meu ápice chegou junto com o dele.

Com a respiração ainda acelerada, ele se deitou ao meu lado.  Meus dedos traçaram um caminho do abdômen até o lado esquerdo do peito de Vitto, e lá desenharam uma forma. Um coração.

- Amo você, Vitto. Sempre amei. Sempre vou amar.

Sinto seu coração acelerar após a minha declaração. Ele se virou e olhou bem dentro dos meus olhas e tenho certeza que viu as palavras refletidas ali. 



Casamento por amor? - FINALIZADOOnde histórias criam vida. Descubra agora