Capítulo Dezessete

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São 8 da manhã e o sol já está entrando pelas frestas da janela. Eu acordei sem sono, sem o cansaço dos últimos dois dias. Os pesadelos também diminuíram. Mônica tem o dia todo planejado hoje para nós. Disse que seria uma surpresa para mim.

O café da manhã foi de mesa cheia, todos ao redor de um banquete delicioso, tinha tudo que eu amava num café da manhã e mais um pouco. Meu sagrado café com leite, achocolatado e duas gotas de essência de baunilha estava delicioso como sempre é.

Quando eu peguei meu frasquinho de essência de baunilha e pinguei na xícara todos olhavam e faziam perguntas sobre aquele ritual. Caio brincou dizendo que aquilo era a poção que me mantinha jovial, linda e setudora. Disse que era assim que eu fazia as mulheres se apaixonarem por mim. Foi engraçado e todos riram.

Ele usou essa piada porque em todos as vezes eu uso minha baunilha, levo meu frasquinho para tudo que é lugar e todos já até estavam acostumados mas Caio tem que fazer piadas com tudo mesmo né? Helena sempre me observa fazer isso, ela olha o frasquinho em minha mão, e depois sempre acompanha com os olhos eu levar a xícara a boca. Eu não sei ao certo o que ela pensa na verdade. Mas já a vi deixando escapar um sorriso de canto me observando fazer a mesma coisa sempre.

Depois o almoço fomos andar pelo sítio. Mônica me apresentou a famosa Pérola Negra. A coisa mais linda que já vi.

Uma égua de pelugem preta exuberante, seu olhar encontraram o meu e foi paixão a primeira vista. Ela era grande e tinha uma pança saliente que depois eu soube que estava prenha e que logo nasceria o segundo filhote.

No estábulo tinha um outro filhote muito parecido com Pérola Negra. Perguntei a Mônica como ele se chamava, ela disse que ainda não havia sido batizado porque fazia meses que ela não ia ao sítio, e os nomes dos cavalos ficavam por conta dela, e Já que estava lá, agora era uma boa hora pra pensar nisso.

— Escolhe um nome você? — Diz Mônica.

— Eu? Como assim eu? Você pode dar nomes aos animais do sítio? — Mônica sorria pra mim.

— Posso sim. Sou amiga da dona disso tudo aqui, tenho autonomia para isso e agora você também tem. Anda, diga um nome.

— Deixa eu ver. Pele preta como a da mãe, exceto pela cor do peito dela que é branco... o filhote é completamente preto. — Penso por um instante ao analisar o cavalinho. — Negresco!

— Negresco? — Mônica sorria alto. — Porque  Negresco?

— Porque ele me lembra meu biscoito favorito. Negresco! O eclipse. 

Pronto foi uma gargalhada só. Mônica sorria sempre que lembrava. Mas disse que pela primeira vez achou o nome mais autêntico que tudo! Ela não teria pensando num nome melhor para o cavalinho.

Amou. Ainda me pediu para já batizar o próximo filhote que nasceria no fim da primavera. Eu dei o nome de Irmão do Negresco.

Mônica pirou e quis saber o porquê desse nome. Eu expliquei que seria uma referência ao desenho irmão do jorel. Ela achou engraçado e disse que gostou disso. Negresco e irmão do Negresco logo estariam juntos como bons irmãos para correrem livremente pelo campo verdejante do sítio. Isso será maravilhoso.

Eu já estava indo embora do sítio com a promessa de voltar para presenciar os irmãos cavalinhos batizados por mim. Fiquei super animada com isso.

Todos nos reunimos para andar a cavalo. Carla me ensinou um pouco dos macetes que ela sabia, como sempre me dava muita atenção em tudo. Mônica nos olhava.

Eu procurava algum resquício da conversa anterior em seu olhar, pra saber se ela estava tendo ciúmes pelo que eu disse quando ela me perguntou sobre com quem eu transaria que não fosse ela. Espero que ela não fique imaginando porcaria com nós duas.

Carla estava atrás de mim, e eu entre suas pernas. A única coisa que eu estava mesmo preocupada, era se nós duas não estávamos pesando para o cavalo carregar. O animal que tem o nome de Hulk, era grande e muito forte. Muito musculoso. Ele andava elegantemente que nem parecia que estava carregando aquele peso todo.

Eu só queria descer dali, tava morrendo de dó, mesmo todos me alegando que nós não éramos nada para aquele cavalo. Que ele aguentava duas vezes mais que o nosso peso. Tadinho. Senti tanta pena. Achei isso desumano.

Eu intercalava, andava com Carla e com Mônica. As duas tem o peso ideal, são bastante diferentes de mim, mais ou menos uns 10, ou 15 quilos a mais, porém, de massa magra e na altura também, porque ambas são mais altas. Elas são gostosas de corpo.

Julia tem o corpo mais  curvilíneo, assim como Helena. A diferença que o corpo de Helena é cheio de lindas curvas, ao estilo violão. Como uma Falsa magra, traduzindo, é maravilhosa e chama muito atenção.

Depois que voltamos do passeio incrível, e eu ter andando de cavalo a bessa com outros que haviam no estábulo. Eu estava com fome e cansada assim como Mônica. Voltamos a tempo para o jantar.

A noite seguiu gostosa como nunca antes. As conversas, brincadeiras, a churrascada. Tudo perfeito. Helena não voltou mais a falar comigo desde o dia que Mônica chegou,  estava na paz. Era o que parecia.

Era hora de voltar pra casa e a viagem foi tranquila. No final do dia estávamos todos de volta a São Paulo.
Mônica queria que eu ficasse a semana no apartamento dela. Mas eu precisava ir para casa. Já etava há quatro dias fora. O pessoal la de casa não gosta muito quando eu saio e demoro a voltar, melhor não abusar.

Mas quanto mais eu explicava isso para Mônica ela apenas me dizia que por ela eu ficava de vez morando no ap. Maluca. Não é assim que funcionam as coisas. Cada coisa no seu tempo. Mas confesso que eu sinto desejo de estar com Mônica o tempo todo também. Dói no coração ficar longe dela. Fico o tempo todo querendo que os dias voem logo só para poder estar em seus braços.

Era por volta das 18:00 horas quando Mônica me liga.
Me pedindo um grande favor. Urgentemente.

Ela teria uma reunião com sua sócia de negócios e não poderia perder, pois se perdesse a reunião com uma companhia americana, perderia o maior contrato que sua empresa poderia fechar. Eu não podia deixá-la na mão. Ela parecia tão desesperada.

— Ok Mônica o que posso fazer para ajudá-la?

— Precisa ficar de babá por algumas horas, ou talvez um dia. — Ela dizia com o tom de voz aflito caso eu não aceitasse.

— Baba? Mônica faz tanto tempo que não faço isso...

— Olha meu amor as crianças são muito boazinhas mesmo. E eles já te adoram tenha certeza disso. — Opa! Eles já me adoram? Aí meu deus!

— Como assim eles já me adoram? — Pergunto.

— É Dudu e Pepe. Por favor meu amor, Helena não tem com quem deixá-los. O pai deles está numa viagem de negócios também. — Eu inspiro tão profundamente que me sinto puxar todo o oxigênio do mundo.

— Ok Mônica. Eu fico. — Concordo, Mas por dentro eu estava me perguntando o que eu estava fazendo da vida. Essa resposta nem eu tinha.

— Perfeito minha vida! Amanhã eu te pego lá no mesmo local do combinado

— Está bem. Até amanhã Mô. — Aí minha Santa Beyoncé! Que jogo é esse que está jogando comigo?

VANILLA O Sabor Mais Doce   (CONCUÍDO)✔Onde histórias criam vida. Descubra agora