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Capítulo Setenta e Sete

⚠️ O capítulo contém 3.128 palavras⚠️

A semana correu rápido, lá na editora minha chefe estava cada vez mais tarada por mim, tivemos alguns momentos ilustres em seu escritório o que foi bem gostoso e excitante confesso mas fugi dela inúmeras vezes, que quando percebeu minha negação recuou mais.

O que aconteceu na sala da minha casa foi algo muito rápido e sem contar que já tínhamos esvaziado 4 garrafas de vinhos. Não posso dizer que não foi bom. Mas conheço a fama de Flora Villar não quero me deixar levar pelos seus encantos.

Ela é pegadora e sem contar que vira e mexe recebe visitas em seu escritório de mulheres a sua procura para cobrar dívidas de transas que Flora anda devendo. Parece piada mas é verdade.

Hoje é sábado, o dia está esplêndido com um sol maravilhoso e nuvens branquinhas enfeitando como algodão uma imensidão azul. Acordei aspirando o ar que vinha da varanda após abrir as cortinas do quarto.

Flora quer me levar a um lugar. Por um instante enquanto vou tomar meu banho penso que as mulheres me levarem há lugares sem querer me falar o destino acaba sendo algo incomum entre elas. Sempre dizem que é surpresa para mim.

Será que isso é mania de mulher mais velha? Sempre querendo desvendar um novo universo para as novas e acabam fazendo tudo ser surpresa? Talvez seja isso. E muita gente gosta de ser pega der surpresa.

Mônica vivia fazendo isso no inicio quando nos conhecemos. Se bem que nossa relação durou apenas 3 meses, foi algo passageiro mas tão intenso. Uma pontada de melancolia vem como um soco na boca do meu estômago.

Sinto minha língua amargar de tão mal que fico quando relembro momentos com Mônica e tem sido assim durante esses dois anos nunca mais minha vida foi a mesma. Eu tento relevar mas não consigo esquecer. Mesmo depois daquele sonho que tive quando estava no hospital entre a vida e a morte, mesmo Mônica me dizendo para encontrar a paz eu ainda não consegui.

Deixo um punhado de água juntar em minhas mãos e lavo meu rosto, agora meu nariz e meus olhos estão vermelhos devido ao choro. Isso acontece na maioria das minhas manhãs são raros os dias que acordo e não choro por lembrar de tudo.

Eu não era acostumada a usar maquiagem antes de tudo acontecer com Mônica, mas depois da tragédia a maquiagem tornou-se minha aliada. Sempre escondo meu luto atrás de um reboco facial.

— Meu Deus como consegue ficar Ainda mais linda desse jeito? Eu juro que não sabia que isso era possível. — Flora diz olhando-me por baixo de seus óculos de sol, revelando um lindo sorriso.

— Ah o que tem demais num vestido simples e uma sandália comum?

— Tem você neles! — Responde. — Está linda demais. — Ela beija meu rosto assim que eu entro em seu carro. - Está pronta? - Pergunta.

— Obrigada e você como sempre está maravilhosa. Bom, respondendo sua pergunta, não sei pronta para o quê mas acho que sim, né? — Sorrio descontraída.

— Você verá, minha flor. — Diz entre risos manobrando o carro para dar a partida.

Chegamos a um local que logo pude ver que era um espaço amplo e regado pela natureza. Isso já me deixou bem relaxada. Minutos a frente, passamos por uma ponte onde abaixo revelava um rio lindo de águas claras, a vista é linda e eu já estou encantada. O verão em Portugal é lindo, a natureza é vívida e o ar é maravilhoso.

De cara somos recebidas por muitos animais silvestres nos olhando de volta. Estamos num zoológico e isso me agrada demais. Está sendo uma surpresa linda.