Capítulo Vinte e Sete

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O susto foi grande. Meu coração parou, minha cabeça rodou, minha visão faltou, e meus ouvidos não escutavam mais nada.

— Helena? Alice? Como vocês podem?— Mônica tinha um olhar que eu nunca vi antes.

— Mônica, me deixa explicar...

— Não encoste em mim, Helena.

Mônica grita tirando as mãos de Helena de cima dela. A loira ainda insiste mas Mônica está fora de controle. Ela passa por Helena como um trator vindo até mim e me encara feio.

Eu só consigo abaixar o meu olhar, não tenho nada o que dizer, estou tão envergonhada. Ela continua me olhando com a feição fechada, ela quer dizer tanta coisa mas apenas meneia a cabeça em negativo. Eu não tenho honra para encará-la de volta.

— Eu sei o que você quer, sua vagabunda. — Mônica me tira a força de dentro da cabine.

Eu tento segurar sua mão, mas me desequilibro e caio, mesmo assim, me pega pelos cabelos e me arrasta pelo meio do salão. Nessa hora, um aglomerado de gente já estava alerta aos acontecimentos. Na cabeça deles, começaria mais um show erótico entre Top e Bottom.

Mônica me levanta com força, me joga contra a cruz de Santo André, eu tento me soltar aos berros, mas ela, não está nem aí. Ela emana ódio.

Helena veio atrás de nós, pedindo para Mônica ficar calma, mas também, não adianta, ela não ouviria a ninguém.

Mônica estica meu braço esquerdo para amarrá-lo. Eu faço força para recolhê-lo, ela torce com força, eu perco a sensibilidade com a dor e ela consegue me amarrar. Depois o outro.

Minhas lágrimas estão caindo, eu peço para que não faça isso, mas Mônica está irredutível.
Em seguida prende minhas pernas.

— É o que quer, puta? —  Grita evidentemente possessa. Eu abaixo a cabeça e sinto as lágrimas descerem. Não consigo dizer nada. As pessoas me olham como um pedaço de carne em exposição. Eu sinto um golpe em minha coxa e eu grito com o susto. Depois, recebo outro. Mônica usa tanta força que a cada chicotada, dói na minha alma. Ela bate no mínimo dez vezes em minhas pernas. Ela se aproxima de mim. — Hoje, irá se arrepender de ter nascido tão puta. — Ela diz assustadoramente. Eu só dizia para que parasse. Seu olhar é tão assustador.

A mulher rasga meu vestido, o tirando do meu corpo aos puxões. Helena tenta segurar seu braço, quando faz isso, Mônica para lhe encarando.

— Espere, amiga. Sua hora vai chegar. Terá essa vagabunda para você. — Seu olhar possui uma malícia e sarcasmo fora do comum.

Ela queria continuar com as chicotadas e humilhações. Mas a loira não permitiria que o fizesse.

— Vamos. Ela é toda sua. Quero vê o que sabe fazer. Quero vê se essa puta de rua, vai satisfazer a Domme Helena ou submissa? sei lá que merda é você.

Mônica estica o chicote para Helena que fica olhando imóvel para sua mão, a loira ainda tenta falar algo para a amiga mas é baixo demais, ela praticamente sussurra.

Mônica ignora e a manda seguir.
Eu estou de cabeça baixa e ainda chorando muito. Não tenho forças para pedir que não faça.

Houve um momento em que eu ergui meu olhar para Helena e ela estava me olhando profundamente com um olhar pesaroso, preocupado. Ela não compactuaria com a loucura da amiga.

Helena tentava convencê-la de que aquilo estava passando de BDSM, para agressão física. Ela já estava irada pela sacanagem da amiga.  Ainda disse que já estava de bom tamanho e que a punição já havia sido demais que, se Mônica queria continuar dentro das regras do jogo, precisava ser consensualmente por ambas as partes, porém, sua amiga precisava entender que já havia perdido a razão. Mas nem isso, faria Mônica desistir de continuar.

VANILLA O Sabor Mais Doce   (CONCUÍDO)✔Onde histórias criam vida. Descubra agora