Eu estava eufórica porque participaria de uma apresentação de dança com a minha professora Natasha que me escolheu como seu par para um número.
Helena iria assistir a apresentação depois que saísse de uma reunião de negócios. Eu amei saber que ela iria me ver dançar.
A noite chegou e tudo estava lindo na fundação Adamastor Brumatti, o local das apresentações. Haveria peças teatrais, orquestra musical e dança de vários gêneros. Era uma confraternização para encerrar mais um ciclo. Todos os alunos e professores estariam lá.
Avistei Helena chegar de longe, e sorri feliz. Ela não me viu porque eu estava atrás da cortina por detrás do enorme palco. Ver Helena é sempre a mesma sensação, palpitações no peito, sorrisos involuntários é como ter borboletas no estômago e vontade de correr para abraçá-la e ser amada por ela. Traduzindo: Ser fodida gostoso por ela.
Muitos grupos já haviam se apresentado, agora, era a vez da Dança. Então, nós entramos.
Renan e pablo eram o casal gay que representaria o amor entre meninos, Roberta e Júlio representariam o amor hetero, eu e Natasha, minha professora, representariamos o amor lésbico, sim, a dança era uma representatividade aos gêneros e relações entre pessoas de sexo opostos e de mesmo sexo.Era sim um protesto, ao mesmo tempo de uma demonstração e pedido por Liberdade, igualdade, e fraternidade. Querendo provar que dá para aceitar as diferenças de toda forma de amar, e vivermos em plena harmonia.
A música começou e tudo corria bem, nossa sincronia era perfeita, todos nós tínhamos nos doado por inteiro para essa apresentação sair com perfeição e causar um bom efeito nos telespectadores.Estava tudo perfeito, rodopiamos, enquanto Natasha segurava em minhas mãos me conduzindo aos passos libertadores, nossos corpos falavam literalmente, através da dança, um último rodopio e nos posicionamos para dar então, ao fim da coregrafia, os três casais parados iguais num movimento rápido, preciso e muito empolgante, todos em posição igual, o casal de gays se encaravam com olhos nos olhos, rosto tão próximos como se fossem se beijar, igualmente o casal hetero, e também, igual ao casal lesbico que era Natasha e eu.
Eu senti meu corpo ficar tenso quando Natasha, minha professora que estava com seu rosto colado ao meu, após parar ali, naquela posição, um passo que fazia parte da coreógrafa, simplesmente, beijou meus lábios e pude ouvir a multidão se levantar e aplaudir de pé, pelo conjunto da obra que acabara de encantar o público com uma linda dança e uma mensagem de arrepiar e tocar corações. Eu arregalei os olhos com a expressão de reprovação mas Natasha apenas piscou e sorriu para mim como se isso fosse a coisa mais natural do mundo.
Em seguida, nos posicionamos em agradecimentos as palmas. Seria perfeito se Helena não estivesse dando as costas ao palco e seguindo para a saída, após me olhar furiosa pelo o que acabou de ver. E eu só queria correr atrás dela para me explicar mas Natasha me segurou o quanto pode.
Parecia que ela não queria me deixar ir. Só me liberou depois que mostrei muita chateação pelo o que fez. Ela me pediu desculpas mas não senti que tenha sido de coração, parece que se divertiu com tudo. Questionei ainda mas já não adiantava mais nada. Helena já tinha visto e estava furiosa comigo.
Eu peguei um buming e segui atrás de Helena que já estava longe, com certeza foi para sua casa. Já era de noite, o fim de semana já estava chegando ao seu término, óbvio que foi para casa descansar.
Eu desci rapidamente do táxi e ligava para Helena que não me atendia, pelo jeito seria difícil reverter a situação.
Apertei a campainha algumas vezes, deixei mensagem na caixa postal e até pelo whatsaap, ela se quer visualizou. Eu tentei me acalmar por um tempo, liguei novamente, até que ela me atendeu.
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VANILLA O Sabor Mais Doce (CONCUÍDO)✔
Romance🚨 Baseado em fatos Reais🚨 Quando o destino insiste em fazer o futuro repetir o passado, como impedir? É por coincidência ou o destino tende mesmo a ser um grande vilão das histórias? Na maioria das vezes, o destino forma triângulos amorosos mes...