Capítulo Quarenta

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Depois do meu ataque de vergonha, fomos todos tomar café da manhã e após retirar a mesa do café, ajudei Helena a organizar a cozinha.

Helena caçava alguma receita no YouTube para fazer o almoço e eu tentava recolocar minha paz interior no centro enquanto passava a esponja ensaboada por entre copos e pratos.

Lavei a louça e fui logo descascar umas verduras para agilizar. Algumas panelas foram postas no fogo e pouquissimas horas após, o almoço estava pronto.

Depois do almoço, era hora da sessão de filmes. Helena fez pipoca de microondas caramelizada, de chocolate e a minha favorita de morango. E a tradicional salgada com manteiga que não podia faltar.

Depois de Dudu derramar suco pelo tapete e nós corrermos para limpar, conseguimos nos acomodar e prestar atenção no filme. Eu amo os filmes da Marvel e os pequenos também, mostraram muito entusiasmo ao tentarem imitar o Homem–aranha saltando de prédio em prédio.

Era engraçado demais, mas Helena tinha sempre que mandar os dois pararem de subir no encosto do sofá e ainda passar a mão suja de doce no estofado porque na cabeça deles, tinham poderes iguais da aranha. Mães sofrem, viu. Eu só dava risada.

Mesmo Helena me olhando torto, porque eles estavam se mostrando e eu dava trela, aí eles queriam se aparecer ainda mais. Teve uma hora, que Dudu pulou na cabeça de Helena e falou: “Eu xou o momi-alanha" 

E eu Xou a mamãe-Pescotapa! Senta ali para assistir quieto, se não quiser provar meu super poder que vem da chinela. — Respondeu Helena, na hora. Me acabei de rir. Sério, foi engraçado.

O filme já estava se encaminhando para a parte final quando a campainha tocou. Pelo jeito, era uma visita inesperada já que Helena fez cara de surpresa. Ela foi atender a porta enquanto continuamos assistindo.

— Tia Ninica...

— Titia Ninica...  — Gritaram os cuecas, correndo quase que pisando em mim.

— Vem, tia Ninica, vem ver sua Namoladinha, tá aqui! — Dudu puxa Mônica pela mão. A tal “namoladinha" de quem Dudu se referia, era eu.  Virei a cabeça em direção a entrada da sala e fui pega de surpresa pela presença de Mônica. Eu me ajeitei no sofá sem jeito.

Estava evidente meu incômodo pela situação. O clima acaba de ficar tenso. Não para as crianças que saltavam e gritavam de tanta felicidade por ver a madrinha amada.

Helena me olhava de canto. Seu rosto estava com uma expressão pesada, também. Mônica demonstrava imponência, ela não esperava me ver aqui. Entrou sorrindo e chamando pelos meninos mas assim que me viu desmanchou a cara de satisfação.

As crianças rasgavam os papéis de embrulhos dos presentes que Mônica levou para eles, estavam eufóricos, sempre ficam em polvorosa com a presença da madrinha.

— Vim buscar os pirralhos para passear, espero que não esteja atrapalhando algo? Aliás... — Mônica faz uma pausa. — Suponho eu que,  faria um grande favor levando os meninos para longe assim vocês duas ficariam mais a vontade!? — Mônica se vira para nós duas com uma cara da deboche puro. Helena suspira fundo, está na cara que ela está tentando apenas manter a calma.

— Mônica, agora não é uma boa hora...

— Porque não? Qual seria essa boa hora para a madrinha de seus filhos sair com eles? — Mônica  encara Helena.

— Mônica, não é uma boa hora porque estamos em um programa de família, hoje! — Helena diz apontando sua mão para a televisão e as pipocas largadas pelo sofá. Mônica olha apenas levantando uma de suas sobrancelhas. Ela aproveita neste momento para focar em mim que estava bem quietinha na minha, apenas filmando a cena toda.

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