Preciso saber o motivo de tudo. Eu senti que Helena estava me escondendo algo que não me falou aquele dia que perguntei e isso me deixou ainda mais curiosa.
Eu não ia vê-la essa semana, então, aproveitei e aceitei o convite de Natasha para ir até sua casa que, segundo ela, queria muito me explicar muita coisa, isso seria uma forma de se desculpar pelo o que fez comigo a mando de Mônica.
Ela estava arrependida, pelo menos era o que demonstrava. As aulas de dança já tinham sido concluídas, como não nos veríamos mais no projeto, marcamos na sua casa sem que Helena soubesse, é claro. Eu ia saber de tudo, nem que fosse assim.
— Olá, Alice. Como vai?
— Bem e você, Natasha?
— Entre. Sinta-se a vontade. — Natasha me recebe com um beijo na bochecha de boas vindas.
— Eu te chamei aqui para te pedir desculpas pelo nosso mal entendido daquele dia e dizer que estou muito arrependida pelo o que fiz, não foi certo.
— Pois é, você poderia ter me matado ou sei lá, né? — Digo acarretando um pouco de ressentimento na voz.
— Não. Foi apenas um calmante dos que eu uso para dormir às vezes, quando estou muito agitada. Eu jamais lhe faria mau, pode ter certeza. Eu sei da importancia que você tem para a Mônica, e o trato não foi machucá-la, foi apenas lhe mostrar a verdade.
— Verdade? Mas qual verdade? — Estou confusa por tudo, principalmente por Mônica ter aparecido na frase de Natahsa, a qual diz que sou importante para ela. Como assim? Que loucura é essa que Natasha está dizendo?
— A verdade sobre a Helena. — Natasha faz uma pausa e olha para o lado em um outro cômodo atrás de sua cozinha. Sem eu esperar, Mônica se aproxima e eu me assusto ao vê-la.
— Fica calma, só queremos conversar, apenas. — Natasha diz ao me vir recuar. Minha vontade era sair dali.
— Ela tem medo de mim, Nati. Da última vez que nos vimos não foi nada amigável. — Explica Mônica sem tirar os olhos de mim.
— E-eu não tenho medo de você, Mônica. — Tento me manter firme.
— Não tem? — Mônica me encara nos olhos. Ela parece muito ameaçadora.
— Natasha, porque não disse que Mônica estaria aqui? Eu confiei que seria apenas nós duas. — Peço uma explicação sobre aquilo.
Eu de verdade, não esperava encontrar Mônica na casa de Natasha em hipótese alguma. Isso me pegou muito desprevenida. Agora, eu estava ali, desobedecendo e quebrando a promessa que fiz a Helena de ficar longe de Natasha e Mônica, e vejamos bem onde estou e com quem estou.
— Alice, me desculpe por não falar mas...
— Deixa, Natasha, eu explico. — Mônica corta a colega e se pronuncia. — Alice, eu preciso te contar umas coisas. — Ela dá dois passos em minha direção e eu dou um passo para trás na tentativa de não deixá-la se aproximar de mim. — Olha, fica calma, não vou te machucar. — Seu olhar é manso, calmo. Por um instante, vejo a mulher a qual eu havia me apaixonado meses atrás. A doçura em seu olhar me fez lembrar de momentos que hoje, sentia saudades mas que já havia perdido em minhas memórias devido a mudança de Mônica.
— Venha, sente-se aqui e me ouça, prometo ser rápida. Não vai doer nada.
— Ou talvez, doa! — Diz Natasha. Mônica e eu a olhamos e ela faz uma cara de quem se arrependeu de ter dito a frase meia sem sentido para mim.
— Ok. Então, diga. Podem dizer tudo o que querem dizer. Estou ouvindo. —Digo
— Bom... — Mônica começou, e com auxílio de Natasha, me contou coisas de seu passado, acontecimentos que envolviam Helena, Mônica, Natasha, os demais amigos e por fim, Tayna. Eram relatos que me deixou desacreditada mas assimilei tudo tim tim por tim tim.
Ao fim de tudo, eu sairia da casa de Natasha uma Alice totalmente diferente da qual entrei, eu poderia sentir a diferença pela mistura de setimentos que me dominava no momento. Eu me despedi e quis sair dali. Natasha se ofereceu para me deixar em casa, mas eu recusei e disse que não seria necessário.
Agradeci e parti para o ponto de ônibus, não havia nem 3 minutos que eu estava esperando o transporte vejo um veículo encostar. Mônica me chama ao abaixar o vidro do carro.
Eu respirei fundo e fui até lá para ver o que ela queria, dessa vez. Me pediu para entrar que queria falar comigo e era sério. Algo que não envolvia Helena. Era apenas sobre ela e ninguém mais. Eu ainda relutei disse que não sabia se aquilo era uma boa ideia depois de tudo.
— Eu só quero conversar com você. E juro que não envolve o passado, aliás, eu quero muito esquecer o passado quero a partir de agora seguir em frente mas para isso, preciso que me ouça. Por favor? Não vai custar nada. — Mônica está tão diferente do olhar cheio de mágoas de antes, desde que a vi eu realmente, a notei diferente.
— Tudo bem, Mônica. Eu vou ouvi-la se isso te fará bem, então, não me custa nada.
— Eu gostaria que considerasse o que lhe disse lá na casa de Natasha. O que disse é real, é tudo o que ainda sinto por você. Eu sei que você levantou vários pontos negativos sobre nós duas, mas seja flexível, Alice, eu ainda te amo. — Sim, Mônica estava cogitando uma possivel volta entre nós duas.
Me contou que terminou com Nicole porque as duas não davam certo e que tudo não passou de um erro e devido às circunstâncias da vida, queria deixar o orgulho de lado, ao menos dessa vez, e tentar ser feliz com a mulher que ela ama que no caso, seria eu.
Eu não acreditei totalmente no que disse e também, eu estava feliz com Helena. Ou estava depois de tudo o que eu estava sabendo eu não sei mais o que será.
— Mônica, isso seria loucura, Não temos a menor chance, tudo o que aconteceu. Helena e eu... — Abaixo cabeça.
— Shiiii... Eu sei. Eu sei. Mas podemos recuperar o tempo perdido. Alice, me perdoe pelo o que eu fiz esses últimos tempos. Eu estava tomada pela raiva e agi sem pensar, na maioria das vezes.
— Eu sei, Mônica. Não se culpe. Não foi culpa sua o que aconteceu. — Estou triste por lembrar de tudo. Mônica segura meu queixo, erguendo minha cabeça para olhá-la. Ela se achega mais perto para tentar me beijar mas me afasto, abro a porta para descer do carro. Precisava sair dali urgente, minha cabeça está um turbilhão.
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VANILLA O Sabor Mais Doce (CONCUÍDO)✔
Romantizm🚨 Baseado em fatos Reais🚨 Quando o destino insiste em fazer o futuro repetir o passado, como impedir? É por coincidência ou o destino tende mesmo a ser um grande vilão das histórias? Na maioria das vezes, o destino forma triângulos amorosos mes...