Capitulo Sessenta e Seis

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Eu estava naquele maldito sonho outra vez caída no sono sob efeitos de drogas que me mantiam submersa em pesadelos continuos sobre Helena e Mônica.

Eu estava cansada de dormir para fugir da minha realidade infernal e estava esgotada de tentar acordar para fugir dos sonhos malignos onde era uma infinidade de Helena com Mônica brigando e morrendo todas as vezes sobre meus braços.

Até que eu consegui uma cartela das balinhas magicas que me levavam ao tártaro tenebroso e nelas eu me refugiei, abandonei tudo, toda a vaidade e luxuria, todo o amor e desejo, toda coragem e medo, tudo ou nada de futilidade que um dia já me rodeou, toda realidade e sonhos, eu só queria ir.... E cai num sono profundo sem Helena ou Mônica dessa vez, era só a Deusa da escuridão me dando as boas vindas.

Antes de concluir minha missão que era me suicidar, escrevi um bilhete e deixei em cima da minha cama.

                     📩📝

Eu desejo que minha ida seja para encontrar o alívio, e espero nunca mais retornar às dores.

@menção a Frida Kahlo: Este texto tem um estilo próprio da autora, mas que tem mesmo significado das palavras de Frida Kahlo.

— Senhora escuridão, eu não posso ficar por mais tempo, eu preciso encontrá-la.

— Ah menina, ela não se encontra mais por aqui, ela passou e se foi. Conseguiu sua redenção porque o arrependimento salvou sua alma das algemas eternas. — Ela falava sobre alguém, era quem eu procurava.  

Eu perguntei se havia morrido e a mulher de capuz negro e atenciosa me explicava  que isso  eu quem teria que descobrir sozinha ou na hora certa.

Ela me falava o que era aquele lugar, ele era escuro, não tinha um raio de luz por ali, e se tivesse era um portal para a alma sortuda sair daquele enorme labirinto sem paredes ou grades mas que, era fácil de se perder e viver  eternamente esquecido nele.

Eu não sei se eu estava assustada, eu não sentia frio, não sentia fome, não sentia emoções alguma até o momento e não sabia o que estava fazendo ali, mas eu precisava encontrar alguém. E eu não sairia dali sem ter isso.

— Não se sente solitária ao meu lado Alice!? — A solidão me perguntava enquanto andava ao meu lado.

— Na verdade depois de muito tempo eu me sinto em ótima companhia. Você me é muito familiar senhora. — Respondi enquanto a abraçava, pois ela parecia tão triste.

— É porque existem momentos que a luz do alívio só pode ser encontrada na solidão. — Ela me olha com um sorriso eu retribuo com um sorriso também.

Continuei minha jornada, e quando menos esperei um feixe de luz estava ali na minha frente, e eu ouvia vozes, estava tão confusa, todas elas misturadas, mas eu sabia de quem eram, mas não me lembrava de seus rostos.

Na verdade agora um filme embaçado começava a se formar em minha mente, uma bagunça de vultos faziam minha cabeça revirar do avesso, estava impossivel saber quem eram e de onde eu vim e para onde deveria ir.

— Por aqui Alice, venha... — Eu conhecia  essa voz... Mas quem era?

Quando eu me pus embaixo do holofote senti meu corpo ser puxado numa rapidez que foi impossível me esquivar. A luz machuca minha vista e sou obrigada a proteger meus olhos com as mãos para amenizar a claridade. Àquilo parecia um elevador espiritual.

VANILLA O Sabor Mais Doce   (CONCUÍDO)✔Onde histórias criam vida. Descubra agora