Capítulo Dois

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Era por volta das 19:00 horas quando chegamos no local. A rua estava um pouco movimentada devido a noite calorenta que fazia naquela quarta-feira, 12 de abril.

Mônica estaciona numa vaga e eu desço do carro. Na porta do local ela já começa encontrar conhecidos, os cumprimenta e me apresenta um a um com muita formalidade e alegria no olhar. Todos me recebem com um sorriso largo.

Uns, me apresenta como amigos de longas datas, outros do tempo do ensino fundamental, e muitos outros amigos de faculdade, trabalho e conhecidos de vários outros projetos, que agora também estarão juntos nesse novo trabalho que se inaugura hoje. Seus amigos são gentis me tratando a altura com apertos de mãos, dois beijos no rosto e muita gentileza.

Logo na entrada avisto o nome do projeto estampado numa grande placa personalizada *Amigas de Eva* o brasão é bonito, chamativo e convidativo.

A intenção é mesmo essa, quanto maior o número de moradores da redondeza se interessar em fazer parte do projeto mais êxito para o bairro, e porquê, também não na cidade inteira? Imaginando tamanho do projeto se atingir a massa.

Lá dentro haviam algumas pessoas também. A música ambiente estava gostosa de se ouvir. O clima é bem familiar, calmo e de muita conversa. Uma verdadeira confraternização.

Eu fiquei na maioria do tempo onde Mônica estava, não ao seu lado porque ela tinha gente demais para dar atenção, todos queriam abraçá-la para parabenizá-la por seu aniversário e também pelo projeto.

Todos estavam felizes e orgulhosos com o que vinha acontecendo, entre felicitações, palavras de agradecimentos também ecoavam pelo ambiente. Pessoas gratas por já terem sido beneficiadas através do projeto. Ali se encontravam ativos e receptivos confraternizando de maneira harmoniosa.

— Como está se sentindo? Está tudo bem? Está a vontade? — Mônica me pergunta preocupada por não estar do meu lado.

— Estou sim. Não se preocupe. Pode fazer o que precisa fazer. — Respondo.

— Vem aqui. Quero te apresentar à mais uma pessoa. — Tento me manter calma, porém, minha timidez tende a me trair. Odeio ser tão tímida assim, a ponto de preferir entrar num buraco no país das maravilhas ao invés de ter que encarar uma apresentação formal entre humanos.

Mônica me guia segurando em minha mão até uma outra sala. Havia alguns grupos de pessoas espalhadas por toda ela. Lá no canto, próximo a uma grande prateleira de livros, prateleiras deveras lindas e convidativas por sinal, havia um grupo de umas treze ou talvez mais pessoas.

Os outros grupos eram de três, cinco ou duplas, também interagindo com assuntos que iam desde o próprio projeto, ou outros projetos, ou projetos que ainda estavam para serem iniciados, também rolava papos de mães sobre filhos e casamentos. Casa cheia de mulher, o que poderia rolar numa conversa? Altos papos femininos.

— Oi meninas e meninos. — Mônica cumprimenta a todos se colocando no meio da roda de amigos. Todos param o assunto para dar atenção à ela. Eu estava segurando firme sua mão. A beira de começar a suar em desespero e timidez.

— Todos aqui já conhecem a Alice, não é? Apresentei à todos? — Ela diz isso erguendo a mão que está envolvendo a minha, fazendo a atenção redobrar para nós. Eu quero começar a morrer já.

— S-s-simm, Mô. 

Ouvimos um coral em uníssono responder alegremente com sorrisos em seus rostos. Eu tento manter o meu, mas sei que estou ridiculamente vermelha por causa da vergonha que estou sentindo. Meu olhar, como na maioria das vezes, está baixo.

— Nããão...

Nossas cabeças se voltam em direção a voz alta e até parecendo meia desesperada, a voz se expande ecoando pela sala.

VANILLA O Sabor Mais Doce   (CONCUÍDO)✔Onde histórias criam vida. Descubra agora