Eu estava decidida a contar tudo para Mô, mas Helena decidiu junto com o resto da casa fazer a noite da jogada. Passamos a noite inteira jogando cartas, dominó, truco, uno, e rolou até a brincadeira da garrafa.
Nunca me senti a vontade brincando de verdade ou desafio, mas Mônica e Carla insistiram até eu aceitar brincar com eles. Por fim aceitei. Mas ficava o tempo todo agorando a garrafa pra não virar pra mim. Infelizmente quando mentalizo uma coisa negativa ela tende a apontar pra minha cara.
— Verdade ou desafio? — Caio me pergunta.
— Verdade! — Repondo porque desafio eu jamais aceitaria.
— Transaria com alguém dessa roda que não seja a Mô? — Caio faz a pergunta e se desmancha num riso sem vergonha enquanto virava a garrafa de cerveja dando um gole longo.
Rogério e Fábio se olhavam com cara de quem tava achando Caio muito doidão. Julia deu um tapa no ombro dele mesmo sorrindo, o chamando de pervertido. Carla sorria mas balançando a cabeça negativamente.
Helena, bom... Helena Simões segurava a garrafa de sua cerveja favorita enquanto mantinha sua pose séria e altiva como sempre. Não se intrometia em nada quando o assunto tinha “Alice" envolvida. Ela só prestava atenção.
— Claro que não maluco! Tá louco? Sai fora! — Mô responde antes de mim.
Mônica está do meu lado e me abraça, sorrindo, mas ao mesmo tempo brava com a pergunta ridícula de Caio. Eu fiquei tão sem reação que deixei as palavras de Mônica responderem por mim.
Abaixo as vistas e fico abraçada a Mô. Eu olho de relance para Helena, e ela entornava sua garrafa como se nada tivesse acontecido. Ela não estava desconfortável, ela me olhava como quem queria apenas dizer que sabia do que eu era capaz. Olhar seguro, despreocupado e cheio de certezas.
Depois da brincadeira acabar já passava da meia noite, era hora de se recolher para dormir.
Mônica e eu tomamos um banho relaxante. Eu olhava para ela pensando no que eu havia feito. Olhava admirando seu rosto enquanto ela contava como tinha sido lá no trabalho, o que gosta de fazer.
Eu só conseguia sentir mais admiração por ela. Meu peito apertava em pensar que um momento sem importância pudesse acabar com aquele sonho que eu estava vivendo.
Mulher Linda, educada, de sucesso, alegre amável e que gostava tanto de mim, logo de mim, praticamente uma gatinha vira–lata de rua. Meu Deus, como eu posso acabar com tudo isso?
Jogar tudo fora. Mas eu sou honesta e preciso contar. “Uma hora toda a verdade virá á tona" parece ate que ouço a voz de Helena na minha cabeça e os pêlos do meu corpo se arrepiam.
— No que está pensando? — Pergunta Mônica.
— Em.. na–nada demais! — respondo titubeando tentando disfarçar.
— Está com uma carinha tão preocupada! — Mônica dedilha meu rosto como quem está fazendo massagem. Suas mãos são tão macias, eu fecho os olhos e tento relaxar antes de soltar uma bomba nela, não posso mais continuar guardando isso, preciso falar. Respiro fundo, uma respiração que parece de quem está muito cansada.
— Nossa! Meu amor, parece até que trabalhou nas pedreiras carregando peso o dia todo. — Mônica sorri. E eu me permito escapar um sorriso também, mas bem sem graça. Eu a abraço forte. — Tirando a parte do acidente, que não foi bom, você está feliz por estar aqui comigo?
— Claro!
— Também estou muito feliz por você estar aqui. — Mônica me beija.
— Mas confesso que odiei quando não apareceu para me buscar Mônica.
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VANILLA O Sabor Mais Doce (CONCUÍDO)✔
Romance🚨 Baseado em fatos Reais🚨 Quando o destino insiste em fazer o futuro repetir o passado, como impedir? É por coincidência ou o destino tende mesmo a ser um grande vilão das histórias? Na maioria das vezes, o destino forma triângulos amorosos mes...