Capítulo Setenta e Seis

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O dia seguia normalmente, fui para a editora trabalhar. Sentindo a melancolia da noite toda me puxar pra baixo. Me esforcei ao máximo para não deixar minha tristeza transparecer.

— Vamos publicar sua obra? — Encaro minha editora chefe sem dizer nada. — Por favor Alice, eu quero muito mostrar seu talento a Portugal. Sua história é ótima. Vamos tirá-la da gaveta garota!

— Eu não sei se quero que mais pessoas leiam o que escrevi.

— Porque não? É Romântico, é poético...

— É melancólico, é deprimente... — Completo a fala da minha chefe.

— Exato, tudo que uma boa história precisa para fazer sucesso! — Flora conclui.

— Honestamente, não sei.

— Decidiremos isso mais tarde, ok? — Flora se afasta indo em  direção ao seu escritório me mandando uma piscadinha em seguida. Fiquei sem entender e deixei pra la.

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Após um longo dia de trabalho voltei as pressas para minha casa, desejei um banho de banheira para tentar melhorar o meu humor. Fiquei um bom tempo conversando com Rumy por chamada de voz enquanto relaxava na agua quentinha com sais de banho.

Estava terminando de pentear meus cabelos quando o interfone tocou. Era minha chefe na portaria. Liberei sua entrada.

— O que eu fiz de errado no meu trabalho para receber sua ilustre visita?

— Absolutamente nada. Você nunca erra. — Flora sorri.

— Então é uma visita de honra, que bom. — Devolvo o sorriso.

— Assim eu fico me sentindo importante.

— Você é. — Não minto quando digo isso. Gosto muito de Flora, ela me ajudou quando mais precisei confiando nos meus serviços na época. O cargo que ocupo em sua empresa não é nada ruim.

— Trouxe vinho.

— Um brinde? — Franzo a sobrancelha.

— Pode ser também. Ou pode ser apenas duas amigas apreciando um bom vinho. — Ela sugere.

— Ou pode ser uma chefe e uma funcionária enchendo a cara depois de um dia de muito trabalho...

— Não queria dizer que esse é o real motivo para enchermos a cara mas é exatamente este. — Ela diz e eu gargalho ao reparar que Flora segura uma sacola com mais garrafas dentro.

— Desculpe o exagero é que eu amo vinho.

— Não estou te julgando Chefinha eu também amo. — Abro meus braços apontando para uma adega onde exibe muitas garrafas de vinho entre outras bebidas quentes.

— Uau. Então estou no caminho certo!

— Está sim. Mas se tivesse me avisado que viria não precisaria trazer mais bebidas já que aqui tem de monte. E ainda teria preparado um jantar porque não cozinhei nada hoje. — Solto um sorriso sem graça.

— Queria fazer uma surpresa. Quanto a janta não se preocupe não vim aqui lhe dar trabalho algum, embora esteja me devendo uma macarronada. — Ela me lembra que perdi uma aposta e fiquei de levar minha macarronada pra ela provar que tanto me gabo por ser boa.

— Poderia ter preparado hoje se tivesse avisado. — Coloco a mão pra cima em rendição. Flora sorri.

— Não se preocupe a comida logo chegará. — Fala balançando seu celular.

VANILLA O Sabor Mais Doce   (CONCUÍDO)✔Onde histórias criam vida. Descubra agora