CAPÍTULO 4-MEU NAMORADO É UM SEM FILTRO!

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(ALERTA: ESTE LIVRO É IMPRÓPRIO PARA MENORES!)


Jardel não morava na minha casa, pois minha mãe nunca permitiria...dizia que aí iria dar muito na cara que nós éramos bichas. 

Ele era o meu segundo namorado.

_Mas eu quero assumir o seu filho pra todo mundo, dona Helena,  e a gente não se importa de se assumir em público!_Jardel argumentou.

_Mas eu me importo. Não quero todo mundo do Aglomerado da Pinha me apontando e dizendo que eu sou a mãe da bicha...muito menos que deixo outra bicha morar aqui com o meu filho. De escândalo nesta casa já chega o que o pai do Carlos Bruno fez quando me traiu dentro da minha própria casa!_justificava  a minha mãe.

Eu não falava nada e nem dava o voto de Minerva, porque em algum lugar da minha memória, me sentia culpado por minha mãe ter sido traída...duplamente: por meu pai e pela prima dela que viera ficar na nossa casa só pra cuidar de mim.

Será que a culpa era minha que tinha que ficar sozinho para os meu pais saírem pra trabalhar?

Eu só tinha cinco anos...minha mãe começou a me deixar na casa da vizinha...mas a dona Moema não me olhava direito e eu vivia na rua. A solução foi chamar a prima da minha mãe, que eu chamava de tia Cíntia, pra tomar conta de mim enquanto os meus pais trabalhavam.

Me apaixonei pela tia Cíntia, porque era a única que me dava presentes no aniversário, Páscoa, Dia das Crianças e no Natal! 

_Não vou acostumar o Carlos Bruno com estas bobagens de presente de Natal e Páscoa...Isso tudo é apenas comércio e já vou logo avisando pra não crescer traumatizado: Papai Noel não existe e muito menos coelhinho da Páscoa bota ovos!_meu pai foi direto ao desfazer os meus sonhos de criança inocente e parece que a minha mãe apoiou.

Então era a tia Cíntia quem me dava presentes e achava que era isso que tinha irritado o meu pai que não gostava dela...era o que pensávamos.

_Este menino precisa é de um cachorrinho pra brincar, Orlando._minha mãe caiu na besteira de falar.

Meu pai protestou, disse que a casa era pequena, ainda tinha a tia Cíntia que dormia no sofá da sala e ainda iríamos ter um cachorro dando despesas com ração?

Tia Cíntia chegou com a cachorrinha dois dias depois, talvez para agradar a minha mãe...achamos que pra irritar o meu pai.

_Precisamos dar um nome a ela._disse minha tia Cíntia prometendo aos meus pais que iria me ajudar a cuidar da minha cadelinha.

_Cíntia!_falei rápido._O nome dela será Cíntia!

_Vai dar o nome da sua tia pra cachorra?_protestou o meu pai.

Tia Cíntia caiu na risada e foi aí que tive força pra sustentar o batismo.

_Não, papai...ela se chama tia Cíntia...minha cachorrinha vai se chamar apenas Cíntia._falei de forma inocente.

Minha tia, que usava uns shorts curtíssimos e saias menores ainda, riu da minha pouca criatividade, mas aprovou.

_Você é quem sabe...depois não vai reclamar quando o povo daqui começar a te chamar de cadela..._alertou a minha mãe.

Eu não entendi quando o meu pai se engasgou com o café e minha mãe correu pra socorrer...na verdade eu só entenderia alguns anos depois quando entendi que o meu pai estava ficando com a minha tia Cíntia enquanto a minha mãe ia trabalhar e eu via televisão no meu quarto.

QUASE UM ANJO-Armando Scoth Lee-Romance gayOnde histórias criam vida. Descubra agora