CAPÍTULO 7-O ACIDENTE!

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(ALERTA: ESTE LIVRO É IMPRÓPRIO PARA MENORES!)


Eu estava tão tranquilo ali, na sala da minha casa, conversando com o meu ex-namorado...

De repente tudo pareceu ficar num silêncio incômodo e absurdo e só havia aquele esmurrar na porta da minha casa.

A porta da sala, sempre aberta pra todo mundo, naquela hora estava fechada...e eu não deveria tê-la aberto...deveria ter deixado a desgraça presa do lado de fora...a impedido de entrar no meu lar...na minha intimidade...na minha vida!

Ninguém precisou me falar que havia acontecido uma desgraça, pois não apenas um dos motoboys que trabalhavam com a gente, mas vários estavam parados ali na minha porta...não me lembro se quatro ou cinco...talvez até mais, pois a partir dali a minha mente não prestou pra mais nada!

Todos aqueles motoqueiros ali...todos olhando pra mim com os olhos agoniados...penalizados...algumas pessoas já murmurando em volta, como se já soubessem de algo...

Era um som de pesadelo...de ameaça...de dor!

Até hoje eu fico pensando insanamente se teria feito diferença se eu tivesse fechado a porta na cara de todo mundo e berrado pra irem embora que eu não queria saber de nada.

_Jardel!_eu berrei agarrando os meus cabelos com força, lado a lado da cabeça em pane geral, como se tivesse enlouquecido.

Cíntia deu um pulo na porta atrás de mim já gritando histérica:

_Jesus amado! O que foi que aconteceu, gente?

Vi que era grave quando ao contrário do que deveria ter acontecido, ninguém assustou-se com aquela loura escândalo ao meu lado.

_Você vai ter que ser forte, Carlos Bruno..._era a minha mãe surgindo atrás dos rapazes com a dona Moema ao lado dela...as duas com caras de enterro...

Mais tarde eu iria avaliar o porquê de termos despistado tanto a nossa relação, se agora parecia que o planeta inteiro sabia que a gente estava junto...que nós dois éramos homossexuais...namorados...

_O que foi que aconteceu, pelo amor de Deus?_berrei segurando a cabeça, já que não podia segurar o meu coração que viera socar o meu peito quase saindo pela boca.

Desejos contraditórios brigavam em minha mente, pois eu queria saber e ao mesmo tempo queria gritar que não queria saber e proibir de falarem alguma coisa comigo...

_Foi muito rápido, Cabu..._gaguejou um dos rapazes, mas não teve coragem de terminar a frase.

Cada palavra era uma pontada no meu coração!

O outro veio em seu socorro e completou:

_Eu estava lá...e o Nilo também...ninguém pode fazer nada...

Eu percebi que levaria um século pra conseguirem falar aquilo tudo e exigi:

_Onde, gente? Onde?

_Na Rua Luciano Caldeira esquina com Padre Marinho..._falou um terceiro timidamente.

O fato de eu ter conseguido burlar todo mundo, pegar a moto e ir pessoalmente verificar o que tinha acontecido mostrou o quanto o pessoal estava em choque!

Saí em alta velocidade...ouvi os gritos de protestos...Claro que eu não tinha condições de pilotar a minha moto naquele momento!

_Meu filho não vai não!_guinchou a minha mãe._Segura ele lá, gente...pelo amor de Deus!

QUASE UM ANJO-Armando Scoth Lee-Romance gayOnde histórias criam vida. Descubra agora