(ALERTA! ESTE LIVRO É IMPRÓPRIO PARA MENORES!)
Duas coisas que eu descobri: primeiro que não queria morrer e seguir Jardel, o que me deixou bem surpreso.
Será que isso significava que eu não o amei realmente? Teria eu que ter agora o desejo de ficarmos juntos para sempre? Será que em algum momento ele me chamaria pra segui-lo imediatamente?
Talvez devêssemos ter conversado mais sobre este lance de até que a morte vos separe e especialmente esclarecer que a morte separa realmente as pessoas!
Confesso que já estava acostumado a ver o meu ex -namorado, que um dia foi homem e era o macho da relação, agora desfilar de mulher na minha frente...mas não sei se algum dia me acostumaria às aparições do meu falecido parceiro! Algo me dizia que não e que seria um susto atrás do outro! Berrar de pavor...ou de susto...ou de espanto...seria o maior problema, claro!
Ser louco em silêncio não causa tantos problemas quanto ser louco em público. Não deveria eu, claro, dar tanta bandeira, ou seria o terceiro louco da família!
_É louco nada..._dizia um amigo nosso quando alguém era rotulado assim perto dele._Dê dinheiro a ele. Se rasgar...aí acredito que realmente enlouqueceu.
Ok...eu não estava rasgando dinheiro...ainda! Talvez o fizesse se isso indicasse que me livraria daquele aspirante a encosto!
A segunda coisa que eu descobri é que não queria continuar a ver o falecido. Jardel que me desculpasse, eu o amava (creio que não tanto mais a ponto de dar uma prova de amor tipo pular ao lado dele na cova!), mas morria de medo de alma penada. Que ele tivesse um bom lugar...um bom descanso...já veio...matou as saudades...tchau!
_Olha ele aí de pé..._comemorou dona Moema ajudando a minha mãe a faxinar o fogão a gás.
Eu decidira me levantar, voltar ao trabalho, tentar não ficar sozinho à noite, especialmente. Tinha esperanças de que se voltasse à vida normal, talvez todo o resto voltasse ao normal, especialmente devolvendo o meu parceiro morto...ao status de realmente morto!
Onde estava a confirmação daquela frase que dizia que morrer é não mais ser visto? Que Jardel obedecesse!
Nunca imaginei que pior do que perder o Jardel seria ter o Jardel de volta!
Havia três dias que o Jardel não aparecia e livre da barba, cabelos bem tratados, como ele gostava, acreditei que ele nunca mais voltaria.
Era de manhã...horário seguro...minha mãe e dona Moema ali, bem ao meu lado...me servindo o café da manhã.
Jurei pra mim mesmo que a partir daquele dia me esforçaria e comeria até engordar tudo o que perdi, só pra completar o pacote de satisfazer o falecido pra que ele ficasse em paz!
_Graças a Deus, filho._disse minha mãe me beijando a testa sorrindo aliviada._ Eu já estava com medo de ter que procurar psicólogo pra você.
Olha lá o primeiro passo pra me rotularem como louco!
Eu sabia que psicólogo não era pra louco, que na classe alta era até sinal de status, mas pelo histórico das famílias dos meus pais, psicólogo não iria pegar bem. Pra eles, psicólogo e psiquiatra era a mesma coisa.
_Precisa de médico de cabeça não, Helena._sorriu dona Moema._ O menino só estava triste. Mas agora, faço dois ovos quentes, frito uns torresmos, boto uma farinha em cima, um bom copo de café grosso com leite gordo e ele recupera as forças rapidinho!
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QUASE UM ANJO-Armando Scoth Lee-Romance gay
Romance(ATENÇÃO! LIVRO IMPRÓPRIO PARA MENORES!) Meu nome é Carlos Bruno, Cabu, para o meu falecido e até então amado namorado Jardel. Aliás, de falecido ele não tem nada, pois ainda está bem vivo na minha vida e me infernizando pra eu conseguir um novo p...