(ALERTA! ESTE LIVRO É IMPRÓPRIO PARA MENORES!)
Cíntia Kely não deixou eu falar nada, apenas berrou no meu ouvido:
_Onde você está, Carlos Bruno? Preciso de você...muito!
Saí em disparada após me despedir de Josué e da viúva de vô Divino.
Eu só me lembrava da voz do meu antigo namorado ao telefone quando ele praticamente ameaçou Juliano de morte se não me ajudasse!
Eu sabia que ela não estava bem e minha suspeita de que Cíntia Kely estava drogada só aumentava cada vez mais.
Minha mãe estranhou quando me viu chegar com a Cíntia praticamente carregada em casa.
Ela não conseguia ser discreta e chorava alto, escandalosamente!
Muitos tabus seriam quebrados naquela noite e o primeiro deles foi acreditar que um homem quando tomava hormônios para ser mais feminino ainda conservaria o seu controle em tempos de crise, como aquele. Não...hormônios femininos não mudavam apenas a aparência física, como eu já vira, mas também atingiam a personalidade da pessoa.
Eu achava que sempre encontraria o meu ex-namorado Antônio Marcos na Cíntia Kely...mas aquela figura frágil e histérica que se jogou sobre mim assim que me viu era realmente outra pessoa.
_Ixi, Monalisa...parece que o inferno invadiu o paraíso da biba..._debochou Gleice que enfiara a cabeça pela janela louca pra saber o porquê de toda aquela crise.
Outro tabu que já se quebrara há tempos, mas só agora eu percebia: homossexuais nem sempre são solidários e compreensivos com homossexuais.
Talvez, como me dissera Jardel certa vez, porque nós éramos tão comuns como qualquer outro ser humano. Nem inferiores, nem superiores, nem especiais...apenas pessoas comuns que não se solidarizavam com a dor do outro. Ali estavam as lésbicas Monalisa e Gleice provando aquilo.
As duas riram maldosas, talvez vingadas por serem criticadas muitas vezes por Cíntia Kely pelos abusos das duas em relação a minha bondade.
Fiquei preocupado quando a minha amiga pareceu nem perceber que estava sendo a piada daquelas duas. Em outra situação, com certeza elas levariam a pior!
_Vai borrar a maquiagem e molhar a calcinha, biba!_falou Monalisa rindo.
Não aguentei aquelas duas e apelei!
_Se não houver respeito, nunca mais empresto o meu ferro de passar! E se virem da próxima vez que acabarem o papel higiênico, creme dental, xícara de açúcar... E é sério!_falei firme.
_Eita, Carlos Bruno...a gente só estava brincando...Daqui a pouco toda a comunidade vai pensar que a gente vive de esmola sua...credo! Empresta e depois joga na cara da gente...
Não pedi desculpas! Elas provocaram! Ninguém iria tirar sarro da tristeza de amigo meu!
As duas se calaram e entraram sem dizer mais nada.
_Quer que eu faça um chazinho de cidreira com mel?_era dona Moema chegando também curiosa.
Dispensei todo mundo. Era hora de eu cuidar da minha melhor amiga e quanto mais gente ali, pior.
Esqueci de tudo naquele momento: de Juliano, de Carla, de Mauro...o foco era a Cíntia.
Um bom banho...um leite morno...um colo amigo...cafuné gostoso...e tudo me foi revelado.
_O desgraçado fez o que eu não tive coragem de fazer com você, lindo...te obrigar a mudar de posição na relação! Você viu...te respeitei e fui procurar fora alguém que me desse o que eu queria._ela já estava rouca de tanto chorar.
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QUASE UM ANJO-Armando Scoth Lee-Romance gay
Romance(ATENÇÃO! LIVRO IMPRÓPRIO PARA MENORES!) Meu nome é Carlos Bruno, Cabu, para o meu falecido e até então amado namorado Jardel. Aliás, de falecido ele não tem nada, pois ainda está bem vivo na minha vida e me infernizando pra eu conseguir um novo p...