CAPÍTULO 15-TUDO ESCLARECIDO!

539 113 46
                                    


(ALERTA! ESTE LIVRO É IMPRÓPRIO PARA MENORES!)


Ter Jardel de volta foi  o mesmo que sair de dentro de uma lama densa que estivera, até então, atrasando a minha vida!

Jurei pra mim mesmo que depois daquele pesadelo e da certeza de que Jardel não queria me levar com ele, eu o obedeceria sem retrucar.

Eu estava na merda: sem emprego, sem amigos que não lamentassem o meu estado deplorável e só me empurrassem pra baixo, sem dignidade, pois vivia às custas da minha mãe e sem a mínima segurança pra dar um passo sozinho. 

Eu ouvi tanta gente me apontando como um cara com problemas mentais que era justamente assim que eu me sentia!

Confesso que Cíntia Kely havia tentado me tirar daquele buraco e não tivera sucesso... mas  Jardel estava determinado a me fazer "largar a tarja preta pra mergulhar na tarja colorida da vida"*! (NOTA DO AUTOR*: Nada de plágio, claro: Este trecho é uma colaboração  de uma leitora ! Valeu!)

_Bom dia, mamãe!_eu beijei a minha mãe com carinho, pois sabia o quanto ela estava tendo que ser forte por nós dois.

Eu tomara um banho caprichado, fizera a barba, escovara bem os cabelos, vestira roupas mais alegres e sorria confiante.

A mudança chamou a atenção da minha mãe, assim como também da dona Moema, que  claro, já estava ali na minha cozinha! 

_Meu Deus, esta mulher dormiu aqui?_bufou o falecido._ Nunca vou esquecer que foi esta vaca que me botou aquelas roupas horrendas!

Claro que eu teria que aprender a conviver com aqueles encontros do Jardel com a sua inimiga pós-morte  dona Moema! Que culpa tinha a infeliz por ter tamanho  mal gosto para roupas?

_Cabu, fala sério, acho que esta mulher está é a fim de transar com a sua mãe!_desabafou Jardel._Ela amanhece e anoitece aqui...que saco! E depois eu é que sou o encosto da casa? Esse é o tipo de coisa que me mata de ódio e talha o meu sangue!

Será que cabia a  mim lembrar que não se morre duas vezes e que não havia mais sangue nele capaz de talhar? Passei a vez para alguém mais competente, claro...que algum anjo qualquer viesse lhe entregar o manual do bom desencarnado, ou lhe apresentasse uma lista com as noções básicas do que significava estar morto.

Eu, já preparado pra ouvir esses e outros comentários do meu falecido ex-namorado, me segurei pra não cair na gargalhada: minha mãe e dona Moema namorando? Sem chance! 

Eu já ouvira as duas comentando que estavam a fim dos irmãos Oliveira. Wesley e Wilson Oliveira, os gêmeos donos da padaria do bairro...creio, inclusive que a amizade das duas se fortaleceu justamente aí...no amor pelos padeiros Oliveira.

_Bom dia, dona Moema!_também beijei a minha vizinha mais íntima da família, afinal, em breve precisaria muito dela.

As duas me olharam surpresas: eu era outro homem! Animado, arrumado, de banho tomado (cheguei a ficar três dias sem querer sair da cama pra tomar banho), cheio de energia e pronto pra recomeçar a vida!

Ao meu lado  estava agora aquela presença que me era tão bem-vinda e que eu não queria mais que se afastasse: o meu salvador/mentor/tutor/guia Jardel!

_Eita que me arrepiei toda agora, Carlos Bruno!_estremeceu a minha vizinha.

_Ah se ela me chamar de encosto de novo, derrubo esta xícara de café quente na cabeça dela..._ameaçou Jardel.

Sem risco. Como ele mesmo dissera, ainda era um anjo da guarda júnior, calouro...que nem tinha ganhado as suas asas ainda! Ele ainda não tinha o poder de arremessar a xícara na pobre da minha vizinha que tivera aquela tarefa infeliz de arrumá-lo pela última vez!

QUASE UM ANJO-Armando Scoth Lee-Romance gayOnde histórias criam vida. Descubra agora