CAPÍTULO 22-QUEREM ME MATAR?

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(ALERTA! ESTE LIVRO É IMPRÓPRIO PARA MENORES!)


Amanheci com o rosto bem inchado e aquela marquinha roxa que indicava que ali havia sido o exato local onde eu batera no retrovisor.

_Acho que você não deveria trabalhar hoje, filho...olha este rosto! Chega a quase fechar o seu olho!_disse a minha mãe preocupada.

_Nossa, mãe...que exagero! Também não é assim...

_Vem cá que eu vou benzer que vai sarar logo..._disse a dona Moema, nossa companhia fiel para o café da manhã.

Esperei Jardel vir debochar do convite dela...não veio...

Me prestei a deixá-la me benzer, só pra ver se ele aparecia...nada...

Minha mãe tinha feito bolo de fubá que eu amo...lá estava aquele pedaço maior (por que ela nunca corta todos do mesmo tamanho?), dona Moema pegou na frente aquele bitelão e eu fiquei com um magrinho...e Jardel não veio protestar a meu favor!

Eu estava livre do meu encosto indesejável!

Tão amado em vida, um estorvo, verdade seja dita, após a morte.

Descanse em paz...tchau...até qualquer dia.

Minha mãe me dera um remédio pra dor e eu tinha desmaiado...sono profundo...sem sonhos...sem sonhos com Juliano, pra meu alívio.

Era tão bom não ter o Jardel toda hora na minha garupa que eu olhava pra trás toda hora só pra ver que não havia ninguém ali.

Mas...como diz dona Moema...alegria de pobre dura pouco...mesmo que seja nos sonhos.

Dia seguinte, já estava eu lá sonhando com o gostoso do Juliano!

Sentia o perfume dele me envolver...sentia o toque daquelas mãos que haviam me erguido do chão...sentia a presença dele...ouvia a voz dele em meus sonhos...ô, meu Deus!

Tentação, seu sobrenome é Juliano! Aliás, nem o sobrenome do gostoso eu sabia, imagine todo o resto. Sabia que ele tinha uma mulher mocreia (lamentável), não sabia se ele era gay, nem se tinha filhos.

Fiquei incomodado no primeiro dia...no segundo já nem tanto...a partir do terceiro, já cogitava a ideia de que sonhar não arranca pedaço e já que eu nunca mais o veria, tudo bem.

Uma semana depois, lá estava eu acordando com a cueca molhada sonhando com o Juliano me agarrando...metendo com tudo em mim...me chamando de Carlos...me chamando de Bruno...claro que nunca contaria que o outro lá me chamava de Cabu!

Corpo jovem...fogo lambendo tudo...não deu outra: já me masturbava pensando em Juliano e, mais adiante...já me masturbava gemendo o nome do Juliano!

Jardel havia sumido...com as graças de Deus nunca mais iria voltar...e foi outra pessoa quem voltou.

_Meu Deus, ela está toda queimadinha!_ri vendo o meu ex-Antônio Marcos dando uma voltinha num short laranja fosforescente com uma camiseta lima fosforescente também. 

Acho que se fosse noite e eu apagasse as luzes da casa, o encontraria fácil, fácil.

_Bicha esperta arranja é homem casado pra poder ter caso, viu?!_ela falou piscando.

Tivesse dito aquilo dias antes e eu não daria tanto valor.

Confesso que comecei a achar que ter um caso com Pedrão era mais fácil do que ter um caso com Juliano com Carla a tiracolo.

Lá estava eu não me reconhecendo por pensar na possibilidade de roubar o homem dos outros...mesmo que esses "outros" ainda se resumisse a Carla nojenta! Será que também estaria roubando aquele homem divino de seus filhos também? Me senti um puto...um verme...um piranho, mesmo sem saber se o masculino de piranha era esse mesmo.

QUASE UM ANJO-Armando Scoth Lee-Romance gayOnde histórias criam vida. Descubra agora