CAPÍTULO 35-NOS BRAÇOS DE JULIANO!

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(ALERTA! ESTE LIVRO É IMPRÓPRIO PARA MENORES!)


Acho que Jardel verbalizou exatamente o que eu queria ter falado naquele momento, mas me contive por ver o quanto o meu falecido amigo Zé Rocha estava tenso!

Respeitar a mãe dos outros sempre fora código de honra entre nós...e a mãe do infeliz estava na mira de uma faca! Como não me sensibilizar?

Juliano, meu foco até momentos atrás, sobrou bonitinho a partir dali!

_Puta que pariu, o que é isso agora? Vai baixar tudo quanto é alma penada pra estragar o encontro do ano?_era Jardel já virando-se pra mim._Pegue o celular, ligue pra polícia e pronto, Cabu...é o melhor que você faz e depois pega o Juliano e vai resolver a sua vida! Vai ser feliz, cara!

Olhei pra moça como se pedisse orientação:

_Vai! É sua missão e com Deus ao seu lado, não tem como errar!

_Não vai, Cabu!_e virando-se para a garota._Ô, Lady Gaga genérica, vai fazer o que quando ele levar uma facada, hein?!

_Ele não vai levar facada! Eu protejo ele!_berrou Zé Rocha.

_Se tem tanto poder, Homem Aranha, entra lá logo e joga o covarde do seu pai pela janela direto naquela caçamba de lixo!_Jardel já estava sem paciência com os colegas de condição.

_Não! Tem que ser o Cabu! Meu pai não vai me ouvir...mas se for o Cabu falar com ele, minha mãe vai ser salva!

_Você está gelado...tremendo...aí, meu Deus...Está tendo uma crise como naquele dia..._concluiu Juliano me puxando para que eu me sentasse no meio fio.

_Pelo amor de Deus, gente...me socorre!_ a voz de Ana me fez puxar sem pensar o braço das mãos de Juliano e sair correndo atrás do filho da mulher ameaçada.

_Mas que droga, Cabu! Vai levar uma facada no bucho e daqui a pouco vai estar ao meu lado, você vai ver!_Jardel bufou percebendo que tinha perdido naquela discussão.

_Escuta aqui, já não era pra você ter partido não, rapaz?_ainda ouvi a garota._Isso aqui já não te pertence...

Deixei os dois já discutindo enquanto desviava das pessoas e seguia o rapaz que corria a minha frente.

O foco agora era em Ana...em salvar Ana...havia mais quantos filhos que dependiam dela? Seis! Isso mesmo...seis crianças que corriam o risco de ficarem sem mãe, se eu não usasse o dom que Deus me dera!

A mente humana é uma coisa surpreendente mesmo, porque eu conseguia ao mesmo tempo sentir a adrenalina do risco de não chegar a tempo...o medo de chegar e dar de cara com Leopoldo, o marido de Ana...o medo do marido matar a esposa e eu sendo encontrado ao lado dele pela polícia, me meter em uma enrascada daquelas...e o pavor de minha barriga (que até aquele momento ia se comportando bem) decidir que todas as tensões devem seguir para o intestino e de lá para o seu destino final que não precisa ser necessariamente um vaso sanitário! Eu encheria as calças ali, na frente de todo mundo?

Ainda havia apenas uma dezena de curiosos ali perto...alguém já informava que a polícia estava a caminho...

_Vem por aqui, anda!_era a voz de Zé Rocha me guiando.

Corri três lances de escadas acima sem saber o que eu poderia fazer para deter um louco acreditando estar sendo traído pela esposa.

Leopoldo trabalhava o dia todo, nos encontramos poucas vezes e, de repente, nem me reconheceria quando me visse.

QUASE UM ANJO-Armando Scoth Lee-Romance gayOnde histórias criam vida. Descubra agora