(ALERTA: ESTE LIVRO É IMPRÓPRIO PARA MENORES!)
Antônio Marcos Leopoldo e eu nos conhecemos quando eu estudava na quinta série.
Dois garotos haviam cismado com a minha cara porque eu usava cabelos compridos amarrados num rabo.
Eu preferia ter os cabelos curtos, mas como dizia minha mãe, eles eram "bons", valiam muito dinheiro e parecia ser ela a dona deles. Talvez ela devesse ter presenciado o sofrimento que eu passava para manter a mina de ouro dela.
_Por favor, mamãe...lá na escola me confundem com as meninas..._eu reclamava.
_Finja que não está escutando...um dia eles cansam!_ela aconselhava.
Os 2 brutamontes haviam me encurralado no banheiro masculino da escola, quando eu entrei lá num intervalo das aulas.
Escola pobre, poucos recursos, os sanitários ficavam num canto isolado, afastados das salas para evitar que a falta de desinfetante denunciasse o desvio de verbas do prefeito Ulisses Eduardo Souza.
_Socorro! Me soltem!_tentei gritar, mas a minha voz saiu sufocada, pois o meu agressor me segurava pelo pescoço.
_Cale a boca, bichinha..._disse o maldito baixando minhas calças com brutalidade e me virando com violência._A gente vai comer o seu cuzinho de veado pra te dar uma lição e ver se você vira homem.
Eu nem sabia direito o que era "comer", mas imaginei que eles iriam me morder a bunda, ou algo assim. O susto foi enorme quando vi o outro também baixar as calças e exibir o pau já duro! Claro que naquela hora eu já tinha imaginado onde ele enfiaria aquele torpedo!
O cara começou a sacudir o membro e batê-lo na palma da mão, feito um taco de beisebol!
_Vou te comer a seco mesmo, veado, porque boca de puto não molha o meu biscoito!_avisou rindo já vindo pro meu lado.
Novamente tentei me soltar, gritar, reagir, mas eles eram mais fortes do que eu, rapazes do último ano...18, 19 anos e eu era apenas um garoto de quase doze.
Eles teriam me arrebentado se meu salvador não tivesse naquele momento aberto a porta decidido.
_Cai fora, magrelo, que a lourinha aqui não dá conta de dar o rabo pra três!_ironizou o agressor mais velho.
Eu já vira aquele rapaz pelos corredores...acho que ele era do sétimo, ou oitavo ano, não sei e creio que ele se chamava Antônio Carlos ou Antônio Marcos. Ele também era claro, tinha cabelos louros, mais claros do que os meus, porém os trazia bem curtos, raspados até a nuca. Mais alto do que eu, mais magro do que eu, mais descolado do que eu, com certeza.
_Soltem ele que eu deixo vocês dois me comerem._falou firme.
A proposta de troca me surpreendeu, pois nem amigos éramos e ele se oferecia pra entrar numa enrascada no meu lugar?
Uma troca de olhares e o negócio foi fechado, eles me soltaram e eu saí correndo do banheiro após suspender as calças.
Corri pra sala tentando controlar a respiração...um pouco de esforço da minha parte e ninguém notaria o meu estado pós traumático. Sentei e fiquei ali calado, a professora de História explicando sobre as Capitanias Hereditárias e eu pensando se aquela matéria poderia me blindar contra brutamontes malvados e homofóbicos querendo comer o meu rabo.
Aliás, naquela época, eu, garoto bobo, criado apenas com a mãe desde novinho, mal sabia o que significava ser veado. Diziam que eram os caras que namoravam com outros caras e que gostavam de se vestir de mulher. Ok, concluí, os caras estavam enganados: eu não era veado.
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QUASE UM ANJO-Armando Scoth Lee-Romance gay
Roman d'amour(ATENÇÃO! LIVRO IMPRÓPRIO PARA MENORES!) Meu nome é Carlos Bruno, Cabu, para o meu falecido e até então amado namorado Jardel. Aliás, de falecido ele não tem nada, pois ainda está bem vivo na minha vida e me infernizando pra eu conseguir um novo p...