CAPÍTULO 13-JARDEL: HERÓI OU VILÃO?

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(ALERTA! ESTE LIVRO É IMPRÓPRIO PARA MENORES!)


O que veio a seguir naquele dia foi o caos completo em minha vida!

Me vendo ali, literalmente descendo esgoto abaixo, minha pequena e simples casa se tornou um hospício!

Cíntia Kely colocou as mãos na cabeça e começou a gritar em pânico:

_Alguém me socorre aqui, gente, porque o Carlos Bruno está morrendo! Tá no maior cagaço vazando por cima e por baixo!

Mais tarde a vaca da Cíntia confessaria pra mim que estava tomando hormônios pra futuramente fazer a transição/cirurgia de mudança de sexo! Pedrão, claro, era contra, porque dizia que se quisesse uma mulher, ficava com a dele mesmo.

Paredes de papel, todo mundo ouviu aquele escândalo da Cíntia que só repetia que eu estava morrendo e o aglomerado veio invadindo a minha casa como se já fosse o meu velório!

Não sei o que me deixava mais doente...os gritos da Cíntia, ou minha vergonha por ser flagrado naquela situação constrangedora...eu estava com as calças arreadas! 

O pandemônio se formou completo após dona Moema (realmente ela já era da família, pois estava presente em todos os momentos da minha vida) sair correndo pra buscar Zulmira, porque disse que estava arrepiando-se  toda e que com certeza aquilo era uma tentativa do Jardel me levar embora  com ele!

A vizinha solícita botou algumas amigas pra rezarem a oração do Credo dizendo que com aquelas palavras sagradas no ar, Jardel não teria forças pra me arrastar! Puro caos a mulherada puxando uma oração atrás da outra a  fim de me manter no plano carnal!

Gleice e Monalisa, minhas vizinhas lésbicas,  desceram correndo pra dentro da minha casa  tentando ser práticas: uma foi buscar a minha mãe (talvez pensassem que ela deveria vir dar um último adeus ao filho nas últimas) e a outra veio tentar me tirar daquela meleca em que eu estava. Não deu: saiu vomitando, assim como a Cíntia Kely.

_Larga ele aí, gente, porque merda a gente já tem aos baldes e todo mundo que se aproximar vai vomitar!_alertou um dos vizinhos.

_A mãe dele  está vindo aí e vai enfrentar este bosteiro pra socorrer o filho. Mãe aguenta tudo!_era uma senhora mãe de sete filhos.

Clarinha e Lino começaram a chorar, lamentando que o único vizinho que dava gelo colorido pra eles estava morrendo!

Eu queria ter forças pra me levantar e botar todo mundo pra fora...queria ter forças pra sair dali e sumir no mundo...mesmo cheio de merda, porque era assim que eu me sentia por dentro, como não me sentir por fora também? Que se danasse!

Me deram álcool,  vinagre, erva de Arruda  pra cheirar quando viram que eu estava para perder os sentidos...vomitei mais!

A chegada da minha mãe só piorou as coisas, se é que tinha jeito!

_Ô, Jesus...mais um problemático da cabeça na minha vida..._lamentou minha mãe me ajudando a ir para o chuveiro sem se importar de sujar os pés e as roupas pra salvar o filho do afogamento humilhante._Meu filho era tão bom, meu Deus...Tão bom...Como vou viver sem ele agora? Meu único filho...

Aquelas últimas frases não eram as que falam em velórios? Minha mãe já estava antecipando as coisas ao perceber que eu estava morrendo?

_Eu ajudo, Helena..._claro, era dona Moema já voltando solícita.

Me deram banho, pois eu não conseguia me manter de pé!

Jardel tinha desaparecido, o que me fez começar a criar certas ideias na cabeça.

QUASE UM ANJO-Armando Scoth Lee-Romance gayOnde histórias criam vida. Descubra agora