CAPÍTULO 40-ELE NÃO GOSTOU?

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(ALERTA! ESTE LIVRO É IMPRÓPRIO PARA MENORES!)


As palavras de vô Divino e tio Benício  não saiam da minha cabeça:

"A felicidade é um cavalo selado que passa na nossa frente apenas uma vez..."

"Seres de luz estão cuidando de fazer vocês se reencontrarem sem que você precise ir atrás dele. Confie, Carlos Bruno. Vocês dois merecem viver um grande amor..."

O que eu fizera de errado?

Será que naquele primeiro encontro eu deveria ter apenas aceitado o beijo? Será que eu tinha sido muito afoito? Será que agora ele acharia que eu era um vadio?

Se Juliano era fiel à esposa, provavelmente eu tinha sido o seu primeiro homem depois de Jardel...será que eu estava viajando demais?

Na tentativa de tentar entender por que a previsão de vô Divino não se confirmara, eu continuava a avaliar cada passo que eu dera desde que conhecera Juliano.

De uma coisa eu já não tinha dúvidas: aquilo era coisa de outras encarnações, pois foi aquele encontro acontecer para minhas memórias já me mostrarem que nós dois tínhamos o encaixe perfeito...tínhamos sido feitos um para o outro...e que seria pra valer!

Eu acreditei que Juliano sentia o mesmo que eu...que ele iria despistar Carla...esquecer Carla...largar Carla e voltar logo  pra mim! Era a lei espiritual...era o nosso destino...eu era dele e ele era meu!

Só quem já passou por isso sabe a agonia de contar minutos...ver esses minutos virarem horas...as horas virarem dias...os dias virarem semanas e logo eu estava contabilizando um mês sem ver o Juliano!

Jardel insistia que eu deveria ligar...mandar mensagem...sinal de fumaça...ir atrás dele! Eu queria que ele viesse atrás de mim...que ele sinalizasse que aquele encontro fora importante pra ele...que ele também estava a fim de mim!

_Você tem que atacar, Cabu! Se for esperar o Juliano tomar a iniciativa, pode desistir!_Jardel repetia impaciente.

Na covardia, preferi esperar...confiar nas palavras de tio Benício...de vô Divino...nas palavras que prometiam que nós dois ficaríamos juntos...que estava escrito...e que agora a iniciativa teria que ser de Juliano, não minha!

Cíntia Kely finalmente voltou a dar as caras por aqueles dias, mas não conseguiu me reanimar.

_Quer dizer que ele já sentiu a sua pegada...a sua boquinha de veludo já deu um trato no taquinho dele...então relaxa, belo! Se tem um cara que sabe chupar melhor do que eu...é você! Aposto minhas unhas que ele volta!_Cíntia piscou confiante  e sorriu pra mim.

Senti falta do meu primeiro amor Antônio Marcos, acho que ele me entenderia melhor...mas o que estava ali na minha frente agora era Cíntia Kely. Queria que ela tivesse me deixado chorar mais minhas mágoas, minhas inseguranças...como eu sei que o Antônio Marcos teria feito. Mas agora, afetada e afeminada, queria todos os focos para as coisas dela. 

Cíntia tinha histórias melhores do que as histórias deprimentes que eu contava.

Ela veio, me contou seus casos hilários...suas noites  de amor...seus planos para o futuro...eu não sorri...eu não participei...eu nem mesmo disse que poderia contar comigo para o que desse e viesse, como convinha a um grande amigo.

_Nossa, belo...com este baixo astral, daqui a pouco você vai adoecer._ela me alertou fazendo cafuné nos meus cabelos, enquanto eu estava deitado em seu colo.

Eu não queria aquele colo...queria outro, mas não falei nada.

_Está aí desse jeito o dia todo, Cíntia._informou a minha mãe._Já até emagreceu, pois não está comendo bem.

QUASE UM ANJO-Armando Scoth Lee-Romance gayOnde histórias criam vida. Descubra agora