CAPÍTULO 36-UM DIA ATÍPICO, COM CERTEZA!

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(ALERTA! ESTE LIVRO É IMPRÓPRIO PARA MENORES!)


Meu quarto minúsculo ficou menor ainda com tanta gente dentro!

_Dona Helena, a senhora me desculpe voltar a insistir, mas eu ainda acho que deveríamos levar o Carlos para uma emergência.

Era a voz de Juliano...tão atencioso...

_Precisa não, senhor Juliano...isso aí é tudo verme! Já fiz um boldo* bem forte ali pra ele quando acordar. Melhora num minuto! (NOTA DO AUTOR*: erva medicinal popularmente  usada para curar problemas no trato gastro intestinal. Gosto muito amargo!)

Era a voz de dona Moema...muito solidária...

_Ele já teve problema de cabeça...teve até que tomar remédio controlado...oh, meu Deus...de novo isso?

Era a voz de minha mãe...tadinha da minha mãe...nem podia imaginar na enrascada em que o filho querido dela estava prestes a entrar...

_Você vai ficar aí fingindo que está desmaiado até que hora, hein, belo adormecido?

Era a voz de Jardel...com certeza doido pra me ver novamente nos braços de Juliano!

Eu mesmo não sabia o que tinha acontecido lá no motel depois que eu havia apagado, pois não acreditava que aquilo tinha acontecido comigo...

Qual era a última coisa da qual eu me lembrava? Eu me lembrava que Jardel havia avisado que a televisão tinha chegado e eu apaguei nos braços de Juliano!

Talvez, diante de tanta desgraça que eu presenciara ali naquele quarto vagabundo de um motel barato, a única coisa que realmente valeu a pena foi cair nos braços de Juliano!

Apaguei de verdade e quando dei por mim, eu já estava dentro do carro dele, no  banco de trás. Decidi fingir que ainda estava apagado, pois minha cabeça ainda estava confusa e eu ainda não sabia o que iria dizer àquele homem sobre o que tinha acontecido naquele quarto de motel.

No mínimo ele devia estar pensando que eu era louco, porque entrar no meio de uma briga de casal, onde uma das partes estava fortemente armada, realmente só um louco pra fazer algo assim.

Eu estava curioso tentando imaginar como Juliano conseguira me tirar do motel sem que a televisão nos impedisse de sair...sei lá...talvez quisessem saber como um empresário estava num motel daqueles com um motoboy desmaiado nos braços. Com certeza aquilo iria aguçar a curiosidade dos repórteres querendo alguma coisa mais interessante do que uma Lei Maria da Penha que com certeza iria cair em cheio sobre o senhor Leopoldo.

Pensar que Juliano havia me carregado até o carro dele realmente era algo impensado, porque com certeza o caminho não era tão próximo ao motel assim...dava o quê...umas três quadras? Umas cinco ruas? Daria um quilômetro entre o motel e o carro dele?

_A polícia entrando por um lado, vocês dois saindo pelo outro...os policiais não estavam interessados em dois veados que haviam dado um ataque de pânico ao verem o sangue da dona Ana._explicou Jardel adivinhando o que eu queria saber._Aí foi só esperar todos os focos estarem voltados para a dona Ana saindo ensanguentada...o senhor Leopoldo saindo algemado e se esgueirar até o carro do Juliano. 

A partir daí, eu vira o restante. Cheguei em casa nos braços daquele homem lindo. Claro que foi dona Moema quem nos recebeu...minha mãe, que já estava a caminho do trabalho, foi interceptada por algum dos fofoquinhas de plantão e voltou apavorada para ver o filho desmaiado.

Não dava pra eu abrir os olhos e ter que explicar pra minha mãe e dona Moema o que fazia tentando apartar briga de casal num motel, por isso, enquanto não sabia o que explicar...ainda me mantive ali, quieto.

QUASE UM ANJO-Armando Scoth Lee-Romance gayOnde histórias criam vida. Descubra agora