CAPÍTULO 9-JARDEL VOLTA A APARECER PRA MIM!

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(ALERTA! ESTE LIVRO É IMPRÓPRIO PARA MENORES!)


Impressionante como o ser humano é cínico, Jardel viria a me jogar na cara mais tarde! Eu não poderia discordar.

Eu, antes  desesperado por rever o meu namorado, implorando pra me juntar a ele, agora o queria  bem longe de mim!

A segunda vez em que o Jardel apareceu pra mim, eu estava sozinho no quarto. Cíntia estava tomando banho e era o quadragésimo dia após o falecimento do meu homem.

Eu, idiota que sou, imaginei que como parecia que tinha sido apenas um sonho...ou pesadelo, que o Jardel não me ouça...eu estava me sentindo seguro.

Cíntia havia acabado de entrar no banheiro. Estava feliz, pois o namorado perigoso do aglomerado havia lhe prometido um anel de compromisso. 

Ninguém, além de mim, sabia que ela estava ficando com o Pedrão. Todos cochichavam que ela se mantinha como garota...garoto...eu nem conseguia me decidir, pois a transformação do meu ex ainda era bem confusa...estava dando o rabo e ganhando alto com isso.

_Meu querido, que falem o que quiserem...tudo, menos a verdade!_ela dizia._Pedrão me come de um jeito que me dá uma plenitude igual àquela que eu via em você quando estávamos juntos, Carlos Bruno.

No fundo, eu ainda me questionava se não teria sido melhor ceder à pressão de Antônio Marcos, agora Cíntia Kely. Talvez se eu tivesse tentado mudar de posição e ficar com quem me daria mais segurança, agora estivesse  melhor. Se arrependimento matasse...pois eu nem tentei ser ativo!

Em algum lugar da minha mente...ou do meu inconsciente...eu tentava calar que talvez Jardel não fosse o amor da minha vida.

Eu olhava para o meu antigo namorado a minha frente e tentava me encaixar ao lado dele como o macho alfa da relação...não dava. No fundo, felizes mesmo eram os gays versáteis que podiam se esbaldar ficando com qualquer um...ativo ou passivo.

Eu pensava nisso distraído  enquanto Cíntia Kely cantava músicas de Pablo Vittar no banheiro.

_Você vai tirar esta barba agora que eu voltei, não vai?_era a vez de Jardel voltar a me assustar.

Ele estava sentado num sofá velho que eu gostava de deixar no canto do quarto e definitivamente eu sabia que depois daquele dia eu  nunca mais sentaria ali.

_Meu Deus!_berrei dando um pulo na cama.

_O quê que foi aí, Carlos Bruno? Barata ou rato? Me avisa que eu nem saio daqui..._berrou Cíntia no banheiro.

Estávamos só nós dois em casa, pois minha mãe tinha saído com dona Moema. Era noite  e eu fiquei imaginando se seria outro pesadelo com o falecido.

Me belisquei forte. Doeu. Infelizmente confirmei que estava acordado.

_Jardel...de novo não..._disse num fio de voz feito menino que se agarra aos lençóis ensaiando cobrir a cabeça pra não ver assombração.

Ele ignorou o que eu disse e saiu me rodeando com as mãos na cintura, me criticando:

_Esta barba te deixa horrível, Cabu! E eu estive olhando os seus cabelos...um ninho de ratos! Combinam com o corpo magrelo e me faz lembrar do cara que ronda o ponto final das motos pedindo guimba de cigarro...Pode fazer esta bosta logo...barba e cabelos!_ordenou.

_Cabu! Tudo bem aí?_era Cíntia Kely preocupada._Fala logo se é barata ou rato, criatura!

_Esta biba agora mora aqui na sua casa, é?_questionou Jardel.

QUASE UM ANJO-Armando Scoth Lee-Romance gayOnde histórias criam vida. Descubra agora