CAPÍTULO 45-CAINDO NA REAL

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(ALERTA! ESTE LIVRO É IMPRÓPRIO PARA MENORES!)

Eu não vi quando Juliano me tirou do carro, mas ouvi ele ligando pra secretária e remarcando alguns compromissos, algumas reuniões...eu estava quente demais, mas percebi que estava completamente nu e nos braços do meu amor depois de um banho morno e que fez a minha febre baixar aos poucos.

Diante da chuva constante lá fora, pude dormir mais tranquilamente, especialmente por me sentir seguro.

Acordei ouvindo o ressonar do Juliano que ainda me abraçava protetor.

Contei tudo pra ele...falei que a esposa estava indo ao centro pra tentar prendê-lo a ela...falei que ela nunca estivera grávida...falei que ela tinha o ex-namorado Mauro como seu encosto e ele talvez tivesse duvidado, se lá no fundo de sua alma já não tivesse desconfiado daquilo tudo. 

Nos amamos longamente e percebi que era o que eu precisava para ficar cem por cento! 

Juliano prometeu que iria largar a esposa, que iria cortar definitivamente relações com ela e eu pude perceber que todo o meu sofrimento valera a pena e que agora seríamos felizes pra sempre!

Por que não pode ser tudo verdade?

A vida poderia repetir, concretizar  a ilusão daquele sonho, tornar real a fantasia escondida em cada desejo meu de tudo terminar bem e rápido. 

Acordei ouvindo vozes sussurradas bem ao meu lado e percebi que alguém estava ali com Juliano.

De início, pensei se tratar de Cíntia Kely, afinal, fora ele quem dera o alarme pra ele ir me buscar.

Era noite e ainda chovia, mas eu já não me sentia tão febril quanto antes.

_Graças a Deus, ele acordou._era Juliano com voz preocupada.

Fiquei realmente surpreso ao ver quem estava ali com ele!

_Vô Divino?_perguntei confuso._Mas como...

Ele fez sinal para que eu me acalmasse e sentou-se na cadeira ao lado da minha cama.

Foi só naquele momento que percebi que não estava no motel do meu sonho...naquele motel onde eu e Juliano nos amamos pela primeira vez e onde eu tive a ilusão de que tudo seria possível.

_Você está na minha casa, Carlos Bruno._disse o idoso verificando a minha temperatura.

Ia perguntar se ele não queria dizer na casa do Josué, mas uma senhora idosa entrou neste momento com uma xícara de chá, como se alguém tivesse informado que eu tinha recobrado a consciência.

Juliano apressou-se em me ajudar a sentar e aquele pequeno gesto de carinho me encheu de ternura.

Felizmente o chá não tinha banha de galinha, como todos os chás pra resfriado feitos por  dona Moema.

_Minha esposa Laura._disse vô Divino estendendo a mão para a mulher que a acolheu com carinho._Éramos casados há cinquenta e dois anos.

Cumprimentei a senhora e, após tomar o chá e agradecer, ela saiu levando a xícara vazia.

Eu tinha muitas perguntas, mas parecia que o meu sermão tinha urgência.

_Você baixou guarda e atraiu todos os espíritos perdidos que estavam nas redondezas, Carlos Bruno!_falou Vô Divino muito sério._Eu te avisei que isso poderia acontecer e você negligenciou...desprezou tudo o que eu lhe disse!

Fiquei calado, de cabeça baixa deixando ele falar tudo, sem interromper o idoso e já imaginando o que Juliano devia ter presenciado durante o tempo em que eu estivera inconsciente.

QUASE UM ANJO-Armando Scoth Lee-Romance gayOnde histórias criam vida. Descubra agora