CAPÍTULO 47_SAI CABU...ENTRA CARLOS BRUNO!

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(ALERTA! ESTE LIVRO É IMPRÓPRIO PARA MENORES!)


"Quem não aprende pelo amor, aprende pela dor", me disse vô Divino.

Eu sentia que aprendia pelos dois! Amava Juliano, tentava me fortalecer pra ajudar Juliano, sentia falta de Juliano e era aí que o amor me fazia sofrer. 

A primeira coisa que descobri no centro de vô Divino é que eu não estava numa posição tão diferente da de Juliano!

Eu, preso ao passado de ser o Cabu de Jardel...de ser o protegido de Antônio Marcos...me arrastava esperando que outro tomasse as rédeas da minha vida e me isentasse de qualquer responsabilidade por um provável fracasso...um acomodado, como Juliano!

Lutar dói...crescer dói...responsabilizar-se pela felicidade de alguém dói...mas isso tudo havia passado batido até aquele tempo. Sempre havia atrás de quem eu pudesse  me esconder.

As pessoas já tinham parado de me chamar de Cabu, mas eu ainda me sentia o Cabu!

Jardel ser afastado de mim foi bom, pois tive que aprender a me virar sozinho!

Cíntia Kely (nunca mais eu a veria como o antigo Antônio Marcos) ter se apoiado em mim...foi bom, pois eu tive que ser o adulto, o forte  da relação pela primeira vez na vida!

Eu ter apelado com  Monalisa e Gleice também foi bom. Elas até compraram um ferro de passar roupas e começaram a me respeitar mais!

Confesso que as pessoas do Aglomerado da Pinha, de um modo geral, passaram todas a  me ver com outros olhos. 

Eu não era mais o rapaz que tinha problema de cabeça, finalmente!

Nino e Clarinha contaram que o tio Carlos, agora só me chamavam assim e eu acreditei que foi coisa do pessoal do centro, ajudava as pessoas. ..as vivas e as mortas. Cheguei a atender moradores do meu bairro e isso me deu certo moral por ali.

Estreitei amizade com as famílias de Clarinha e de Nino e percebi que aquilo era muito bom! Foi aí que percebi que eu me preocupava demais com a opinião de Jardel sobre os meus amiguinhos Clarinha e Nino, dois anjos na minha vida...sobre a minha vizinha dona Moema, um anjo na vida de todo mundo...sobre os meus amigos fiéis como a Cíntia.

Contei o que eu fazia indo ao  centro espírita  para minha mãe e para dona Moema e elas, depois da surpresa,  respeitaram a minha opção religiosa.

Sei que Jardel tentava ser o meu anjo da guarda, mas ele não era...não mesmo! Nada a  ver com o fato de ter ou não um par de asas! Eu precisava crescer, amadurecer espiritualmente...Jardel também, mas juntos aquilo parecia impossível!

De vez em quando Jardel ainda vinha me ver, mas sempre com Dê a tiracolo e aos poucos fui vendo que eles se aproximavam a ponto de realmente parecerem que já haviam  tido um relacionamento amoroso no passado.

Ela não estava mais na defensiva, cedia a vez para Jardel falar, mudara a forma de tratá-lo respeitando mais o meu antigo namorado.

_Ele voltou a completar as minhas frases._riu Dê menos masculinizada nos últimos dias.

_Mentira!_Jardel disse indignado.

Era gostoso, eu tinha que reconhecer, perceber que do outro lado haveria alguém pra ficar com ele, quando Jardel realmente partisse do plano carnal.

Eu ri assistindo  a milésima DR deles e depois pedi licença para ir ao centro de vô Divino.

Eu me envolvia cada vez mais nas atividades do centro! Ouvia os espíritos aflitos que me procuravam e servia de canal entre eles e seus entes queridos. Ajudava a fazer a sopa que distribuíam praticamente todos os dias...participava das visitas a creches, hospitais, asilos...me sentia bem em ajudar as pessoas!

QUASE UM ANJO-Armando Scoth Lee-Romance gayOnde histórias criam vida. Descubra agora