CAPÍTULO 37-POR ESTA...EU NÃO ESPERAVA!

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(ALERTA! ESTE LIVRO É IMPRÓPRIO PARA MENORES!)


Eu queria saber o que o Jardel fora conversar com o Juliano no dia em que meu antigo namorado faleceu, mas Josué tinha a expressão muito séria pra mim. Realmente parecia ser algo urgente!

Talvez temendo ser deixado em segundo plano, Juliano andou mais rápido do que eu e já foi estendendo a mão para se apresentar a Josué:

_Bom dia! Meu nome é...

_Eu sei qual é o seu nome, Juliano._disse Josué apertando a mão de Juliano enquanto tocava em seu ombro e o convidava pra entrar._Já esperávamos por você.

Por cima do ombro de Juliano, Josué fez sinal para que eu não dissesse nada e eu fiquei confuso imaginando o que ele queria dizer com aquele gesto...

Estaria ele se referindo a não contar pra Juliano o que a esposa dele tinha ido fazer ali na véspera?

Será que Josué me aconselhava a não  contar pra Juliano que Carla estava tentando prendê-lo a ela por meios não convenientes?

Estaria ele se referindo a eu não contar que via e ouvia espíritos?

Estaria ele se referindo a eu não comentar nada enquanto os dois  conversavam e me manter em silêncio...seria isso?

Fiquei intrigado e preocupado por talvez fazer algo errado. Segui os dois pra dentro do salão de reuniões  em silêncio.

Eu tinha tantas questões a resolver com vô Divino que já deduzia que não iria trabalhar naquele dia.

Contas...contas e contas...lembrei-me de todas as contas...minhas dívidas  que eu tinha que pagar e sabia que não dava pra ficar faltando de serviço.

Quando Josué abriu  a porta do salão, entendi imediatamente o que ele queria dizer com aquele gesto pra eu me manter em silêncio!

O salão estava lotado de pessoas já desencarnadas...aproximadamente umas sessenta...todas olhando pra mim e falando ao mesmo tempo como se fosse numa feira livre! Pior: me senti no meio daqueles salões das bolsas de valores onde todos gritam ao mesmo tempo e eu não sei como alguém entende alguma coisa!

As pessoas pediam pra dar recados a seus entes queridos...diziam que queriam ditar mensagens para familiares...diziam que precisavam falar senhas de bancos para filhos e esposas...precisavam pedir perdão a algum desafeto...precisavam alertar familiares e amigos que estavam em perigo...um caos total!

Era um grupo bem diversificado: homens jovens, homens velhos, mulheres jovens, mulheres velhas...Todos só tinham algo em comum...o desespero de serem atendidos, como se o tempo pra elas já estivesse se esgotando...Muito deprimente!

Desviei o meu olhar a custo e pisquei várias vezes como se agindo assim, pudesse me esquecer daquela cena deprimente!

Juliano parou no meio do salão e ficou olhando em volta, provavelmente avaliando a seriedade do local onde estava. Será que ele tinha a mínima noção de onde estava?

Avaliei que um homem daqueles nunca estivera num local tão simples...exceto pela minha casa, claro, que deveria caber toda dentro do banheiro da casa dele, pois mais parecia uma caixinha de fósforos!

Josué sentou-se numa das cadeiras, muito quieto, concentrado e daí a pouco percebi que vô Divino tinha chegado!

_Vá buscar água pra nós, Carlos Bruno._disse vô Divino também muito sério olhando pra nós dois.

Fui a um canto do salão, onde havia um jarro de vidro com água tampada com um pano imaculadamente branco. Enchi três copos.

Eu já sabia que aquela água já tinha recebido um passe e, por isso, estava carregada de bons fluídos...abençoada pelos seres de luz.

QUASE UM ANJO-Armando Scoth Lee-Romance gayOnde histórias criam vida. Descubra agora