CAPÍTULO 11-MAIS UM DESEJO DE JARDEL...

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(ALERTA! ESTE LIVRO É IMPRÓPRIO PARA MENORES!)


Não queria deixar a minha mãe preocupada não indo trabalhar. Ela estava tão animada com a minha retomada da vida que eu não iria decepcioná-la.

_Credo! Está que nem um panda com estas duas olheiras, Carlos Bruno!_foi a vez de Cíntia Kely me detonar logo de manhã.

Sem pedir permissão, ela levantou-se e veio me maquiar a fim de disfarçar as olheiras.

Claro que ao me olhar no espelho e me ver daquele jeito, lavei o rosto. Como chegaria pra trabalhar daquele jeito maquiado? Melhor assumir a noite mal dormida.

_Não dormi nada.

_Conte uma novidade, porque isso aí tá na cara.

Pensei em contar o que estava acontecendo comigo  ao meu ex-namorado. No passado, ele era tão camarada que guardava todos os meus segredos a sete chaves.

Desisti no minuto seguinte de tornar a Cíntia minha parceira. Com certeza ela faria um escândalo quando soubesse que já havia estado no mesmo quarto que um fantasma.

_Ô, meu amor...que carinha ruim é essa?_será que minha mãe agora só me trataria daquela forma infantilizada? 

Eu havia perdido o namorado,  não a maturidade!

_Não dormi direito. Acho que é ansiedade por voltar a trabalhar, mãe. Não se preocupe. Chega lá eu me distraio com os meus colegas e ficarei bem.

Como acontecia todos os dias, dona Moema já chegou entrando e veio logo até mim.

_Bom dia, Carlos Bruno. Liguei pra Zulmira. Ela disse que se você quiser pode ir lá no terreiro dela amanhã à noite.

_Não posso ir hoje?_perguntei rápido demais pra deixar de ser suspeito.

_O que é isso, filho? Realmente acha que é o espírito do Jardel que está vindo aqui?_minha mãe ficou apreensiva.

Cíntia Kely entrava naquela hora na cozinha e, definitivamente, desde que ela deixou de ser Antônio Marcos e passou a ser Cíntia Kely que a dona Moema estava de cara virada pra ela.

_Gente, achei que você tinha me dito que a dona Moema falou que quem morre fica lá dormindo até o juízo final. Agora está querendo te deixar cismado com esta história de que o falecido está vindo aqui atrás de você?_provocou.

Dona Moema não gostou daquele tom de deboche.

_Fica brincando com coisa séria, fica..._ameaçou a senhora._Jurandir está com a boca virada porque foi falar mal do terreiro da Zulmira...

Cíntia Kely não se intimidou:

_Jurandir não está só com a boca virada e sim com todo o resto. O homem  entope a cara no Viagra, mistura com tudo quanto é merda de pinga vagabunda e vai por a culpa em centro de macumba? Conta outra, dona Moema, porque se queria me fazer medo ô..._mostrou as mãos._Nem tremi!

_Debochar da crença dos outros é crime!_minha vizinha apelou.

_Gente e eu lá estou brincando, dona Moema? Só falei que a senhora não pode ficar falando e desfalando as coisas, porque aí a gente fica confuso._e virando-se pra mim._Se eu fosse você eu não iria no centro de Zulmira nenhuma, Carlos Bruno. Uma vez fui num terreiro e me deram um banho horroroso lá que até hoje quando me lembro faço vômito. As ervas do descarrego tinham fedor de xixi velho! Corri pra casa e ao contrário do que a figura  tinha dito que era pra deixar aquilo em mim por um dia inteiro, tomei uns três banhos pra me livrar da morrinha!

QUASE UM ANJO-Armando Scoth Lee-Romance gayOnde histórias criam vida. Descubra agora