(ALERTA! ESTE LIVRO É IMPRÓPRIO PARA MENORES!)
Cíntia me viu chegando destruído daquele jeito e logo percebeu que eu tinha chorado.
Muito bom a minha mãe ter saído com a dona Moema para pesquisarem os preços de um supermercado novo que haviam aberto perto do Aglomerado da Pinha. Quanto menos gente pra me questionar naquele momento, melhor.
Cíntia Kely não precisou insistir muito para que eu aceitasse me deitar com a cabeça em seu colo.
_Me conta, lindo...me conta o que aquele bonequinho de luxo fez com você que te deixou todo destruído assim, vai..._disse meu antigo namorado secando minhas lágrimas que não paravam de rolar pelo meu rosto._Me conta que depois de ouvir tudo, eu vou chamar o Pedrão e a turma dele e a gente vai botar aquele prédio no chão e vamos fazer o Juliano vir aqui de joelhos pra te pedir perdão.
Interessante como estar na garupa da moto e vir até ali com o vento batendo no meu rosto havia me feito clarear as ideias um pouco.
Eu não estava com ódio do Juliano...não mesmo.
Lindo e frouxo...frouxo e lindo, ele também era uma vítima da situação toda!
Naquele momento, talvez, ele estivesse colocando tudo o que perdeu na balança ao se recusar a assumir a sua homossexualidade...ao aceitar se esconder atrás da esposa...ao aceitar sufocar um amor por Jardel por puro medo da avaliação de todos...No fundo, ele tinha sido prisioneiro de si mesmo, trocando um amor verdadeiro por um monte de falsas convenções sociais e, como castigo extra, uma criatura nojenta chamada Carla.
Percebi que não era um bom momento pra contar que Juliano havia me sequestrado e ameaçara me botar na cadeia.
Aquela lembrança me trouxe à memória por um segundo a curiosidade em saber quem o estava ameaçando com telefonemas e cartas anônimas, já que ele atribuía isso tudo ao Jardel e ficara claro que não eram de autoria do meu falecido.
_Juliano não fez nada comigo, Cíntia._esclareci logo, antes que houvesse algum problema pra cima dele.
Pelo jeito, ele já tinha problemas suficientes pra resolver e não precisaria além disse ter um certo Pedrão e sua turma na cola dele. Lamentei, claro, não poder mandar que eles dessem uma surra no meu falecido traidor!
Pedrão...Cíntia Kely achava sexy ser amante de um homem perigoso e temido no Aglomerado da Pinha...mas dele eu queria era distância.
_Como assim não fez, querido?_ela me encarou confusa._Olha você aí todo destruído depois de sair daqui na companhia dele...Ah, já sei: ele te ameaçou dizendo que se você contasse pra alguém, ele faria mal pra você, foi isso? Relaxa, amor, porque gente morta não tem poder sobre gente viva e se o Pedrão não der um jeito naquele cara, eu mesmo dou...já se esqueceu que sei jogar capoeira? Um golpe só e ele vai comer grama pela raiz!
Neguei rapidamente com a cabeça, pois não queria ver o homem que me tirara de uma fria na véspera (quem encararia um homem cagado a não ser um bom samaritano?) sair machucado daquela história.
Minha mãe e Jardel costumavam dizer que quem me fazia um favor um dia estava bem, pois eu não sossegava enquanto não pagasse a gentileza. Juliano não fugiria à regra...ou talvez eu ainda estivesse considerando que ele ainda me atraía...mesmo que inconscientemente...
Sacudi a cabeça, pois minha mente estava a mil por hora abrindo todos os arquivos de uma só vez! Eu poderia pirar de vez naquele momento!
_Mas se não foi ele então...quem foi, meu anjo? Aquele cara que veio te trazer de moto aqui? Ele por acaso meteu a cara com você? _insistiu Cíntia._Fala, Carlos Bruno! Tá me deixando agoniada!
VOCÊ ESTÁ LENDO
QUASE UM ANJO-Armando Scoth Lee-Romance gay
Romance(ATENÇÃO! LIVRO IMPRÓPRIO PARA MENORES!) Meu nome é Carlos Bruno, Cabu, para o meu falecido e até então amado namorado Jardel. Aliás, de falecido ele não tem nada, pois ainda está bem vivo na minha vida e me infernizando pra eu conseguir um novo p...