CAPÍTULO 44-BAIXEI A GUARDA...DEU NO QUE DEU!

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(ALERTA! ESTE LIVRO É IMPRÓPRIO PARA MENORES!)


Tive uma noite péssima!

Meu corpo não se aquecia, estava gelado, apesar dos três cobertores grossos  e eu tinha calafrios indicando que estava febril. Claro, só podia ser um resfriado a caminho...

Se dormi meia hora, foi muito e quando o fiz, tive pesadelos confusos que envolviam não apenas Juliano, mas também Carla, o espírito maldito de Mauro e todos os espíritos agoniados que me procuravam no centro de vô Divino.

Vô Divino...eu estava em falta com ele, pois havia faltado a duas reuniões, o que significava que eu estava dando mais valor para as minhas necessidades físicas do que espirituais. 

_Você não pode simplesmente virar as costas para o dom que Deus lhe deu, filho._falara vô Divino._Muitos contam com você no mundo espiritual e você mesmo já percebeu isso.

Não dava...eu respirava Juliano, pena que apenas em minha mente, em meu coração e não em carne e osso ali, na minha frente!

_Filho, eu te ouvi gemendo esta noite._disse minha mãe preocupada._Você está bem?

Dona Moema foi mais rápida e tocou o meu pescoço:

_Ixi! Está com febre!

_Carlos Bruno, volte já pra cama que vou fazer um chá de limão com mel!_ordenou a minha mãe preocupada.

_Banha de galinha e alho também._completou dona Moema já indo em casa buscar a gordura grossa e amarela que me dava náuseas só de ver.

_Preciso fazer uma coisa primeiro, mãezinha...coisa urgente..._disse beijando o rosto da minha mãe e saindo de fininho antes que a dona Moema voltasse com o seu chá de gordura e melado.

Às vezes ficava pensando se a minha vizinha solidária se lembrava que tinha uma farmácia em nosso bairro, o que dispensava termos sempre que recorrer a tratamentos caseiros.

Prometi a minha mãe que iria resolver o que precisava e voltaria pra tomar o tal chá.

Segui o conselho materno e vesti mais agasalho, pois parecia que a qualquer momento aquele ar frio iria se liquefazer e voltaria a chover.

Eu precisava ver Juliano...eu precisava conferir se ele estava bem...eu precisava alertá-lo contra a esposa e o seu encosto...e eu sentia que ele também precisava me ver!

Já havia ligado para a empresa e confirmado que ele estava lá trabalhando. 

Decidi colocar o plano de Jardel em prática e ficar esperando por ele no banheiro da empresa, mas uma vozinha quase infantil me sussurrou bem de perto:

_Melhor ficar alerta aqui fora mesmo...ou ele poderá escapar._vi uma menininha de sandálias de borracha, vestidinho azul e cabelos anelados pretos na garupa da minha moto.

Novamente Jardel e Dê não estavam ali por perto e eu imaginei que os interesses deles finalmente haviam superado os meus.

_Eu ainda acho que você devia voltar para casa e tomar um remédio..._era a voz de uma velhinha negra e magra que me olhava com olhos tristes.

Estranho como as coisas podem tomar proporções insuportáveis se começarem a vir aos poucos...feito vento que começa brisa e se torna furacão.

Me agarrei ao guidom da moto temendo cair com alguma tontura que pudesse vir. Havia me alimentado sem vontade, apenas pra minha mãe ficar tranquila, mas o café da manhã já me dava náuseas.

QUASE UM ANJO-Armando Scoth Lee-Romance gayOnde histórias criam vida. Descubra agora