Feliz Natal

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[MIKAYLA]

Ouvi Cory me chamar. Eu tinha acabado de sair do banho e ele me esperava no corredor.

— Sim?

— Jack está te chamando lá embaixo.

— Sem problema. Eu já ia descer mesmo. Você foi explicar a ele o motivo da confusão?

— Fui. Ele estava tão perdido quanto cego em tiroteio — brincou, com um sorriso, então olhou para mim. — Ainda dizem isso?

Assenti, achando um pouco engraçado ouvir Cory tentando falar na "nossa língua".

— Obrigada.

— Só não entendi por que alguém "armaria" para cima dele.

— Há muita coisa sobre os humanos que não entendemos.

Desci, ligeiramente, para o subsolo. Levei um susto ao ver Tina, na cela oposta à de Jack, mas pelo menos ela estava presa. Quando apareci nas escadas Rob bloqueou meu caminho.

— Está muito tarde para visitas, senhorita.

— Cory me mandou aqui, e posso descer quando eu quiser já que estou morando no castelo. — Esperei, em vão, Rob sair do meu caminho. — Ou você quer que eu chame ele e o príncipe para conversarem com você?

Rob enfim desviou os olhos e foi se sentar em sua cadeira velha no canto da prisão. Corri até a cela de Jack.

— Oi. Você está bem? — eu disse, puxando um banquinho para me sentar junto às grades e ficar na mesma altura que ele sobre o colchão.

— Fisicamente sim, se é o que quer dizer — disse ele, examinando o próprio corpo. — Onde está Tawã?

— Ainda não chegou.

— Você ainda vai tentar convencê-lo?

— É claro que sim! Você é inocente.

Jack tirou as mãos de baixo do queixo e jogou o cabelo para o lado para me olhar.

— Você não acreditou nela nem por um segundo, nem quando eles encontraram o colar. Por quê?

Abaixei a cabeça e dei um sorriso fechado, então voltei a olhar para ele e contei nos dedos cada argumento que eu falava.

— Acho que passamos tempo suficiente sozinhos naquela praia para sabermos que tipo de pessoas nós somos. Você veio falar comigo logo depois de ter ficado com aquela menina e não vi nenhum colar com você. E depois do que aconteceu ontem, alguém pode estar planejando alguma coisa.

Olhei discretamente para trás para ter certeza de que Tina não estava me ouvindo.

— Mas — continuei — todos são muito céticos aqui, ninguém acredita que você não tenha feito nada, não depois de terem encontrado a prova do crime. Acho que nunca tiveram esse tipo de problema na ilha.

— Por que alguém estaria tentando me incriminar? — sussurrou.

— Não sei, mas vou descobrir. Aquela menina desviou os olhos quando me viu, ela sabia que não era verdade.

— Alguém a mandou fazer aquilo — concluiu Jack.

— Exato!

Jack colocou as mãos atrás da cabeça e se encostou à parede. Segurei a grade com uma mão e fixei meus olhos nele.

— Vou tirar você daqui, eu prometo.

Jack esboçou um meio sorriso.

— Obrigado por me defender, Mikayla. Mas será uma pena eu não poder vê-la de princesa.

Naufrágio nas Ilhas de RochasOnde histórias criam vida. Descubra agora